Ronaldo destaca mais um "momento especial"

• Cristiano Ronaldo fala em "mais um momento especial" após tornar-se no melhor marcador de sempre do EURO
• Fernando Santos, seleccionador de Portugal, elogia abordagem paciente da sua equipa
• Bernard Challandes admite que Arménia não pode jogar de igual para igual com Portugal
• Próximos jogos: Portugal - Sérvia, Albânia - Arménia (29 de Março)

Cristiano Ronaldo, capitão Portugal 
Sabíamos que ia ser um jogo muito complicado, pois a Arménia vinha sem intenções de arriscar, com duas linhas defensivas de quatro homens e apenas dois jogadores na frente. Tentámos criar boas ocasiões para marcar e desperdiçámos algumas oportunidades. O 1-0 acaba por ser um resultado escasso, mas a nossa equipa esteve bem e o mais importante era conquistar os três pontos.

[Ser o maior goleador de sempre do EURO] foi algo que surgiu com naturalidade; sabia que isso ia acontecer mais cedo ou mais tarde e não estava obcecado com isso, pois sei que tenho ainda muitos jogos pela frente ao serviço da selecção nacional. Ainda assim estou naturalmente satisfeito porque quebrei esse recorde em Portugal, perante os nossos adeptos. É mais um momento especial para mim, que ficará na minha memória.

Estamos em boa forma neste momento na fase de qualificação. Somámos seis pontos nos últimos dois jogos e temos menos um encontro disputado do que a Dinamarca, mas estamos num bom momento e se vencermos o jogo em atraso passamos para a liderança. O seleccionador Fernando Santos tem vindo a implantar um novo sistema e a trazer novos jogadores – penso que estamos no caminho certo.

Fernando Santos, seleccionador de Portugal
Não esperava facilidades. Vi os jogos da Arménia com a Sérvia e com a Dinamarca e eles defenderam muito, partindo depois com dois ou três jogadores para o ataque.

Penso que começámos bem e sabíamos que tínhamos de ser pacientes. Realizámos uns bons primeiros 15 minutos e, se tivéssemos marcado nesse período, tudo teria sido mais fácil. A Arménia começou aos poucos a acreditar e lançou alguns contra-ataques perigosos. Para além disso, vimos alguns cartões amarelos, mas soubemos manter a calma quando foi necessário, quando tínhamos a bola em nosso poder.

[O recorde de Ronaldo] tem um grande significado para ele, para a selecção nacional, para o nosso país e, claro, para mim enquanto seu treinador.

Marcos Pizzelli, médio da Arménia
Fizemos um bom jogo, faltou-nos apenas alguma concentração na defesa, sobretudo no lance do golo de Ronaldo. Sabíamos que Portugal apresentaria uma equipa muito ofensiva e tentámos surpreendê-los no contra-ataque. Acabámos por desperdiçar uma ou outra boa ocasião de golo. Não aproveitámos esse lance e acabámos por pagar isso caro perante uma equipa tão perigosa como Portugal.

O nosso principal objectivo era marcar primeiro, em contra-ataque; infelizmente não o conseguimos, recuámos e Portugal começou a colocar demasiadas vezes a bola na nossa grande área – num desses lances eles acabaram por marcar, por intermédio de Ronaldo, um jogador que não perdoa dentro da área adversária.

Estou certo de que vamos fazer melhor em nossa casa, perante os nossos adeptos. Penso que poderemos, aí, jogar de forma um pouco mais ofensiva e, quem sabe, causar uma surpresa. As nossas expectativas são boas no que toca à qualificação, apesar de as coisas se terem complicado um pouco depois do jogo em casa com a Sérvia que devíamos ter vencido. Um empate esta noite não teria sido um mau resultado. Contudo, somos uma equipa ainda muito jovem e vamos lutar pelo apuramento enquanto tal for possível.

Bernard Challandes, seleccionador da Arménia
Dou os parabéns a Portugal pela vitória, mas também à minha equipa pela exibição que realizou. Fomos corajosos, mas Portugal foi melhor. Foi pena termos sofrido o golo de forma tão infantil. Tínhamos a bola em nosso poder, não a afastámos e perdemo-la para o Quaresma. Podíamos ter sofrido mais golos, mas pelo que fizemos também merecíamos ter saído daqui com um ponto. Realizámos um grande jogo e seremos mais fortes no futuro.

Tivemos alguns problemas para estabilizar a nossa defesa. Esta noite, frente a uma selecção de Portugal que jogou com dois laterais muito ofensivos e três atacantes, a nossa defesa fez um bom jogo e mostrou estabilidade. O problema não esteve na defesa, mas sim no processo construtivo. Não conseguimos ter a bola em nosso poder e não conseguimos sair para o ataque. Tivemos de apostar em bolas longas e, perante defesas como Pepe e Ricardo Carvalho, não tivemos hipóteses. Temos de aprender a lição de forma a melhorarmos.

Portugal conta com o melhor jogador do Mundo e tem uma boa equipa. Não podemos jogar de igual para igual com eles, sobretudo fora de casa. Ainda assim, tivemos três, quatro ou cinco transições nas quais podíamos ter criado mais perigo.