Triunfo curto afasta Portugal

Conseguir a primeira vitória no Grupo G do Campeonato do Mundo de 2014 por 2-1 sobre o Gana não chegou para Portugal evitar ser afastado da competição, em partida disputada em Brasília que ditou igualmente o adeus da selecção de África.

Com Pepe de regresso ao centro da defesa, William Carvalho estreou-se a jogar a trinco ocupando a vaga de Miguel Veloso, deslocado para a lateral-esquerda, num meio-campo onde também surgiu Rúben Amorim, em estreia na prova. O seleccionador de Portugal, Paulo Bento, apostou desta forma numa linha intermédia e defensiva que reunia o músculo com a técnica frente a um adversário poderoso.

O 4-4-2 resultou no fecho de todos os caminhos aos ganeses e rápidas saídas para o contra-ataque. Cristiano Ronaldo, logo aos cinco minutos, acertou na barra num remate desde a linha lateral a que Fatau Dauda não chegou. O diálogo entre Dauda e Ronaldo repetiu-se aos 12 e 19 minutos, no segundo deles com uma soberba defesa a um remate de cabeça à queima-roupa do nº7 português.

Tanto porfiar no ataque resultou num autogolo, quando Veloso (30) cruzou para a área e a acrobacia de John Boyle enganou Dauda pouco depois da meia-hora. Nos minutos seguintes (32 e 34), Ronaldo voltou a perder o duelo com o guarda-redes do Gana, enquanto Amorim, sem oposição, atirou às malhas laterais. Dos ganeses, apenas Asamoah Gyan (20) foi capaz de incomodar Beto, acorrendo a um lançamento longo, mas o vencedor da UEFA Europa League de 2014 pelo Sevilla FC resolveu com os pés.

O intervalo chegou com a selecção portuguesa a mostrar nova organização e atitude, mas a ficar a dever a si própria consistência e alguns golos. Jogando com as linhas muito afastadas, Portugal sofreu um susto num remate de Gyan (50) e o empate pelo mesmo jogador aos 57 minutos. E a reviravolta esteve iminente quando Majeed Waris (60) cabeceou ao lado.

Do banco saiu Silvestre Varela (61) para o lugar de João Pereira, mas o contra-ataque adversário continuava a causar mais mossa. O segundo recurso foi Vieirinha (69) para o lugar de Éder e a passagem para o 4-3-3, só que a ansiedade pesava toneladas e nada saiu bem à “selecção das quinas”, rapidamente a caminhar para o adeus o Mundial.

De um erro de Dauda (80) ao cruzamento de Nani, a bola sobrou para Ronaldo dar nova vantagem à sua equipa e marcar o tento 50 pela selecção lusitana. E a mesma sorte faltou ao jogador do Real Madrid CF aos 83 minutos, com Dauda a redimir-se da falha anterior.