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Análise do Países Baixos 1-2 Inglaterra: a eficácia de jogar entre linhas

O observador técnico da UEFA, Ole Gunnar Solskjær, analisa a forma como Países Baixos e Inglaterra encontraram passes nas entrelinhas.

Jude Bellingham foi um dos jogadores da Inglaterra que fez vários passes a quebrar linhas
Jude Bellingham foi um dos jogadores da Inglaterra que fez vários passes a quebrar linhas Getty Images

"Ambas as equipas têm sido boas a encontrar passes entre linhas." O comentário de Ole Gunnar Solskjær surgiu durante a primeira parte da segunda meia-final do UEFA EURO 2024, em Dortmund, e captou uma das principais características tácticas de um jogo em que Inglaterra e os Países Baixos impressionaram o painel de observadores técnicos da UEFA com a sua capacidade de jogar entre as linhas.

Para além do drama tardio do golo da vitória de Ollie Watkins e de mais uma demonstração de resiliência inglesa, a equipa de Gareth Southgate utilizou bem a bola. "Penso que estivemos excelentes com a bola durante toda a noite", disse Southgate, citando a percentagem de posse de bola da sua equipa (58%) e os dados abaixo, recolhidos pela unidade de análise de desempenho da UEFA, apoiam essa ideia.

Como tudo aconteceu

No geral, a Inglaterra conseguiu 71 passes entre linhas. Na partida anterior, contra a Suíça, o total foi de 38.

Este gráfico acima, que mostra os jogadores com mais passes entre as linhas, é liderado por Jude Bellingham, com 12 – e, reflectindo os seus períodos mais longos com a posse de bola, é dominado por jogadores ingleses. Os defesas e médios no topo da lista são uma indicação da abordagem positiva da Inglaterra com a bola.

Segundo Solskjær, o movimento da Inglaterra foi um factor significativo. “Gostei muito da sua disponibilidade para correr atrás e oferecer uma opção de passe à medida que os espaços intermédios se abriam”. Por outras palavras, ao moverem-se e levarem os defesas consigo, os jogadores criaram espaço para outros.

Esta captura de ecrã mostra a Inglaterra a desenvolver-se na sequência que terminou com a marcação do penálti e as linhas brancas indicam o movimento de Foden e Bellingham em busca de espaços entre linhas, com o defesa Marc Guéhi a escolher Bellingham para o passe.

O seleccionador dos Países Baixos, Ronald Koeman, reflectiu depois: "A Inglaterra criou problemas no nosso meio-campo na primeira parte. Não controlámos a forma como eles jogaram nas entrelinhas com Bellingham e Foden. Depois disso, adicionámos mais um elemento no meio-campo e foi mais equilibrado."

Este segundo gráfico mostra os jogadores que mais receberam a bola nas entrelinhas – e na frente está o trio inglês formado por Foden (15), Harry Kane (dez) e Kobbie Mainoo (nove). Foden, como mostra o gráfico, foi também o jogador com mais corridas a partir de atrás na noite, com 13.

Pelos Países Baixos, o goleador Xavi Simons foi o jogador que mais se colocou nas entrelinhas para receber a bola (oito vezes). No entanto, esta segunda captura de ecrã abaixo mostra Memphis Depay a fazer exactamente isso.

Antes da sua retirada precoce devido a lesão, Depay tinha desafiado a Inglaterra ao cair para a ponta de um diamante, enquanto a selecção Laranja tentava progredir através das zonas centrais. "O Depay é muito bom a saber quando deve fazer o movimento", disse Solskjaær e isso deixou John Stones com o dilema de o seguir ou não. A pena para Depay e para a sua equipa é que teve de abandonar a acção aos 35 minutos – um revés precoce num jogo que terminou para os neerlandeses com uma dolorosa ponta final.