Em boas mãos: guarda-redes vencedores do EURO
domingo, 11 de julho de 2021
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Conheça os 15 guarda-redes que ajudaram a conquistar a Taça Henry Delaunay.
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Vencedor do EURO com a República Federal da Alemanha em 1972, Sepp Maier acreditava que o papel de um bom guardião era simples: "Um guarda-redes precisa de transmitir tranquilidade - assegurar-se de que não adormece!"
Ainda nenhum guarda-redes marcou numa final do EURO, mas 15 já tiveram um papel fundamental na conquista do título.
Guarda-redes vencedores do EURO
2020: Gianluigi Donnarumma (Itália)
2016: Rui Patrício (Portugal)
2012: Iker Casillas (Espanha)
2008: Iker Casillas (Espanha)
2004: Antonis Nikopolidis (Grécia)
2000: Fabien Barthez (França)
1996: Andreas Köpke (Alemanha)
1992: Peter Schmeichel (Dinamarca)
1988: Hans van Breukelen (Países Baixos)
1984: Joël Bats (França)
1980: Harald Schumacher (RFA)
1976: Ivo Viktor (Checoslováquia)
1972: Sepp Maier (RFA)
1968: Dino Zoff (Itália)
1964: José Ángel Iribar (Espanha)
1960: Lev Yashin (Rússia)
Gianluigi Donnarumma tornou-se no mais recente nome da lista ao ser protagonista na final do EURO 2020. O jogador de 22 anos defendeu as tentativas dos ingleses Jadon Sancho e Bukayo Saka no desempate por penáltis para garantir à Itália o seu segundo título europeu - e também ganhar o prémio de Jogador do Torneio.
Peter Schmeichel fez exibições brilhantes quando a Dinamarca surpreendeu tudo e todos e ergueu o título europeu em 1992. John Jensen e Kim Vilfort marcaram os golos da vitória por 2-0 sobre a Alemanha, na final, mas foi uma brilhante defesa de Schmeichel a remate de Jürgen Klinsmann, no início do encontro, a dar o mote para o triunfo. "Se essa bola tem entrado, penso que teríamos perdido sem dar muita luta", reconheceu. "Mas quando os meus colegas me viram fazer uma defesa como aquela sentiram que eu estava na minha melhor forma e que os ia ajudar. E isso como que lhes conferiu uma força extra."
A final de 1976, por seu lado, é sobretudo recordada pelo irreverente penalty cobrado por Antonín Panenka perante o guarda-redes germânico Sepp Maier. Mas o guardião da Checoslováquia, Ivo Viktor, teve também um papel muito importante, ainda que não pelos motivos habituais. "Fui eu que tornei o penalty de Antonín Panenka eternamente famoso", explicou.
"Cometi um erro terrível no último minuto do jogo. Saí dos postes para captar um cruzamento que pensei que não teria dificuldades em segurar, mas o Bernd Hölzenbein chegou à bola primeiro que eu, cabeceou por cima de mim e levou a decisão para prolongamento. O Panenka brilhou, depois, no desempate por penalties, ao picar simplesmente a bola para o centro da baliza, mas às vezes faço questão de lhe lembrar que se não tivesse sido eu a cometer aquele erro nunca ninguém se lembraria de quem ele era."
Iker Casillas defendeu as grandes penalidades cobradas por Daniele De Rossi e Antonio Di Natale durante o desempate por penalties frente à Itália nos quartos-de-final do UEFA EURO 2008 e não só decidiu essa eliminatória como mudou para sempre o rumo do futebol espanhol. "Foi nesse momento que a Espanha começou a perceber que tinha mesmo o que era necessário para colocar fim a todas as decepções que vinha sofrendo em fases finais", explicou o guarda-redes. Foi, pois, graças a Casillas que "a falta de confiança em si mesma" da Espanha desapareceu para sempre. Seguiram-se dois títulos de campeã europeia e um título de campeã do Mundo, com Casillas a tornar-se, em 2012, no primeiro guarda-redes a erguer por duas vezes a Taça Henri Delaunay.
Ao longo da sua carreira, Dino Zoff teve uma influência semelhante na Itália, destacando-se desde logo em 1968, quando a "squadra azzurra" conseguiu com dificuldade um empate 1-1 frente à Jugoslávia, na final de Roma, antes de vencer depois por 2-0 na finalíssima, em Nápoles, dois dias mais tarde. "Não merecíamos ter empatado o primeiro jogo", recordou. "Dois dias depois, contudo, merecemos sem dúvida vencer. Sofri um golo em quatro jogos nessa fase final, mas o mais importante não foi o que Zoff fez na baliza, mas sim o triunfo da Itália."
Os guardiões vencedores de Campeonatos da Europa apresentam, pois, um misto de solidez, como Zoff ou Antonis Nikopolidis, rei das balizas invioláveis pela Grécia em 2004, e irreverência, como o herói da União Soviética em 1960, Lev Yashin. Ambos os triunfos da França contaram, igualmente, com guardiões carismáticos: o campeão de 1984, Joël Bats, "L'Escargot" ("O Caracol"), era literalmente um artista, acabando mais tarde por escrever poesia e por editar um disco com músicas populares para crianças, enquanto o ritual de Laurent Blanc de beijar a careca de Fabien Barthez antes de cada jogo foi uma espécie de amuleto dos gauleses no EURO 2000.