Antevisão das meias-finais do Women's Futsal EURO 2023: Espanha - Portugal, Ucrânia - Hungria
quinta-feira, 16 março 2023
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As meias-finais em Debrecen arrancam com uma reedição das duas anteriores finais, isto antes de as anfitriãs defrontarem a Ucrânia.
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A fase final do terceiro Women's Futsal EURO começa esta sexta-feira na Fönix Arena, em Debrecen, na Hungria.
Fazemos a antevisão de toda a acção, com Portugal (finalista vencido nas duas edições anteriores) a defrontar a bicampeã Espanha, isto antes de a anfitriã Hungria medir forças com a Ucrânia. O jogo do terceiro lugar e a final disputam-se no domingo.
Calendário do Women's Futsal EURO 2023
Sexta-feira, 17 de Março
Meias-finais:
Espanha - Portugal (15h00)
Ucrânia - Hungria (18h30)
Domingo, 19 de Março
Play-off do terceiro lugar:
Ucrânia/Hungria - Espanha/Portugal (16h00)
Final:
Ucrânia/Hungria - Espanha/Portugal (19h00)
Todas as horas de Portugal Continental
Espanha - Portugal
Esta foi a final nas duas primeiras edições em Gondomar, em 2019 e 2022. Mas, assim como desta vez há um novo palco (onde os espanhóis venceram Portugal na final masculina do Futsal EURO de 2010), também haverá um decisão diferente, já que o sorteio das meias-finais uniu as rivais ibéricas.
A Espanha derrotou Portugal por 4-0 na primeira final, mas em Julho passado tudo foi decidido nos penáltis após um empate a três bolas, isto num jogo onde as anfitriãs chegaram a estar a vencer por 2-0. Desde então, a Espanha venceu quatro amigáveis contra Portugal: duas vitórias fora de casa por 2-0 em Outubro e duas vitórias em casa por 3-2 em Janeiro.
Haverá alguns rostos familiares ausentes do lado espanhol em comparação com as duas primeiras fases finais, já que Ame Romero deixou a selecção e a capitã Ana Luján está lesionada. Contudo, Peque, a guarda-redes Silvia Aguete, Luci, Mayte, Noelia e Irene Samper irão tentar conquistar o seu terceiro título.
No entanto, tal como no ano passado, a Jogadora do Torneio de 2019, Vanessa Sotelo, estará ausente devido a uma lesão no joelho, desta feita sofrida no último jogo pelo seu clube antes da concentração da selecção. Antía será a sua substituta, isto depois de ter suplantado a sua própria história de lesões nos joelhos e de ter feito a sua estreia pela La Roja apenas no mês passado.
Portugal, que parte com o objectivo de sair finalmente da sombra da Espanha, venceu a Ucrânia em dois amigáveis que tiveram lugar na semana passada e conta com caras bem conhecidas para alcançar a glória em solo húngaro: Ana Catarina na baliza, Ana Azevedo (Jogadora do Torneio de 2022 e já com mais de 100 internacionalizações), Fifó, Janice Silva, Pisko e Inês Fernandes.
Carla Vanessa, por sua vez, assinou oito golos e foi a melhor marcadora da fase de qualificação, elevando o seu total para 18 – recorde do Women’s Futsal EURO.
Facto-chave: Estas duas selecções vão medir forças pela 46ª vez, sendo que a Espanha lidera 24-12 em vitórias e 131-92 em golos.
Clàudia Pons, seleccionadora da Espanha: "Conhecemos muito bem Portugal porque já o defrontámos duas vezes nas edições anteriores da competição e também em vários amigáveis. Este ano calhou-nos jogar nas meias-finais e vai ser muito difícil para ambas as equipas. Tenho a certeza que Portugal vai dar tudo depois de ter perdido duas vezes na final, mas a nossa principal arma vai ser a nossa melhor versão possível.
"Como sempre digo em jogos como este, os pequenos detalhes decidirão o vencedor. Vamos jogar como se fosse a final. Queremos experimentar mais uma vez o sabor de sermos campeãs da Europa e para isso o primeiro passo será vencer Portugal. Não estou preocupada com o facto de termos perdido os dois recentes amigáveis contra o Brasil porque jogámos bem e isso ajudou muito a nossa preparação para este torneio."
Peque, capitã da Espanha: "Faltam duas jogadoras muito importantes para este torneio, mas a Espanha é muito mais do que apenas as 14 atletas que estão aqui em Debrecen. Estamos aqui e representamos todos as jogadoras que ajudaram na preparação para esta fase final.
"Temos uma confiança enorme no que fazemos e umas nas outras, sendo que é exactamente isso que todos vão testemunhar amanhã. Este será o meu 100º jogo com a Espanha e vou usar a braçadeira de capitã, mas será especial apenas porque é a meia-final e podemos ficar mais perto do nosso principal objectivo, que é erguer o troféu pela terceira vez consecutiva."
Luís Conceição, seleccionador de Portugal: "Não estamos nada nervosos, mas é verdade que jogar uma meia-final de um Futsal EURO traz sempre alguma ansiedade e muita responsabilidade. A Espanha venceu as duas primeiras edições da competição e tem uma equipa fortíssima. Não teremos o apoio dos nossos adeptos como aconteceu em Gondomar, mas seremos Portugal como sempre e abordaremos o jogo com a atitude correcta. Neste tipo de jogos a atitude competitiva de cada equipa é sempre muito importante.
"Acho que Portugal e Espanha estão entre as melhores actuais selecções de futsal feminino do Mundo e com certeza será mais um grande jogo. Na minha opinião estamos num momento melhor quando comparado com a Espanha e isso não muda pelo facto de termos perdido quatro amigáveis contra elas recentemente. Nos dois primeiros estávamos mais focados na qualificação para este EURO e nos dois últimos jogámos melhor do que elas. Sentimos, possivelmente pela primeira vez, que temos mais qualidade do que a Espanha."
Ana Azevedo, capitã de Portugal: "Acima de tudo teremos de ser competentes e fiéis à nossa identidade. Vamos dar tudo em campo e tentar aproveitar todo o trabalho duro que fizemos nas últimas três semanas. Tenho a certeza que, se assim for e dermos 200% de nós, levaremos a melhor.
"Estamos num bom momento, unidas e muito confiantes. Ficamos sempre nervosas antes de uma partida, mas acho que isso não acontecerá mais só porque vamos defrontar a Espanha nas meias-finais. Queremos este troféu e sabemos que temos pela frente um jogo ao mais alto nível, mas vivemos para ocasiões como esta. Entraremos em campo amanhã com uma coisa em mente: honrar Portugal."
Ucrânia - Hungria
Com uma terceira final Espanha-Portugal impossível de acontecer, uma das selecções que se enfrentaram pelo bronze em Julho passado, em Gondomar, estará presente na final pela primeira vez. A Ucrânia ficou em terceiro lugar em 2022 com uma suada vitória por 2-1, gerando grandes comemorações.
A equipa, que não foge muito da que participou nas fases finais de 2019 e 2022, está agora espalhada por Espanha, Portugal, Itália e Finlândia, incluindo a mais intrigante "nova" convocada, Vira Dyatel, uma verdadeira lenda do futebol ucraniano que jogou na UEFA Women's EURO 2009 e que, aos 39 anos, vai fazer história ao participar numa importante fase final europeia em ambas as modalidades.
A Hungria estreou-se em fases finais em 2022 e, apesar das duas derrotas sofridas, teve um desempenho acima das expectativas, especialmente a guarda-redes Lilla Torma, sendo que agora tem a vantagem de jogar em casa, por sinal 13 anos depois do país ter acolhido o Futsal EURO 2010.
Naquele ano, a selecção masculina húngara foi eliminada no fase de grupos em Budapeste, pelo que não teve a oportunidade de jogar em Debrecen, algo que a selecção feminina vai agora lograr na Főnix Arena. Uma lesão pouco antes desta fase final vai impedir que a Hungria conte com Csilla Krascsenics, cujos dois golos tardios frente à Chéquia garantiram a presença no torneio.
Facto-chave: Katalin Üveges e Adél Varga marcaram presença no primeiro jogo internacional da Hungria, contra a Chéquia, em 2008.
Oleg Shaytanov, seleccionador da Ucrânia: "No último jogo que disputámos frente à Hungria ganhámos por 2-1 e, tal como naquela ocasião, penso que será um jogo muito difícil para nós.
"Não foi fácil a preparação para este torneio, mas foi muito importante para nós enfrentar Portugal nos últimos dois amigáveis que realizámos antes de vir para cá. Portugal e Espanha estão num nível diferente e aproveitámos cada segundo em campo para melhorar o nosso jogo. Não olhámos para o resultado e o nosso foco passou apenas por melhorar cada aspecto do nosso jogo. Só se evolui quando se joga contra os melhores."
Iuliia Forsiuk, capitã da Ucrânia: "Uma coisa é certa: não será fácil. Jogámos contra a Hungria na última edição do torneio e foi muito difícil vencer. Respeitamos o nosso adversário, mas claro que queremos vencer e não pensamos em mais nada.
"Vamos dar o nosso melhor em campo para estarmos na final e talvez possamos lucrar com os dois últimos amigáveis que disputamos contra Portugal. Todos vão olhar apenas para as duas pesadas derrotas que sofremos nessas partidas, mas para mim foi muito importante. Acredito sinceramente que enfrentar Portugal foi melhor para nós do que um mês de treinos. Melhorámos muito e queremos ver isso contra a Hungria."
Tamás Frank, seleccionador da Hungria: "O nosso principal objectivo é jogar bem contra a Ucrânia porque, se fizermos isso, podemos vencer a partida e apurar-nos para a final. Não somos os favoritos, pois esse papel pertence à Ucrânia, mas temos uma vantagem importante por jogar diante de nossos incríveis adeptos. Queremos dar-lhes um motivo para comemorar.
"Preparámo-nos para este torneio da melhor maneira possível e estamos prontos. Todas as jogadoras da equipa querem alcançar o sucesso e a nossa motivação não podia ser maior. A Ucrânia é uma equipa muito criativa e especialmente forte no ataque, ao mesmo tempo que constitui uma ameaça nos lances de bola parada. Precisamos de defender de forma sólida e aproveitar qualquer oportunidade de golo que possamos ter."
Adél Varga, capitã da Hungria: "Somos todas jogadoras amadoras e dedicamo-nos ao futsal depois de nossos trabalhos, mas a nossa ambição não poderia ser maior. Enfrentámos a Ucrânia no ano passado e conseguimos causar-lhes todo o tipo de problemas, pelo que talvez desta vez consigamos fazer ainda melhor.
"Nunca jogámos diante de tantos adeptos nossos como irá acontecer na meia-final. É verdade que o apoio deles pode ajudar-nos, mas também nos pode fazer sentir um pouco pressionados. Pessoalmente, será um grande motivação para mim jogar diante da minha família e isso vai motivar-me ainda mais. Já passou muito tempo desde a minha primeira partida pelo meu país e o futsal evoluiu muito desde então. Ainda amo praticar este desporto."