Onde a final da Women's Champions League foi ganha e perdida
sábado, 21 de maio de 2022
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Os protagonistas e os repórteres do UEFA.com analisam os aspectos que decidiram a final.
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Uma equipa que conquista o oitavo seu título em 11 anos pode não parecer uma surpresa, mas para muitas pessoas foi exactamente isso que foi o triunfo do Lyon sobre o Barcelona na final da UEFA Women's Champions League, em Turim.
O Barcelona conquistou o troféu no ano passado, encerrando o reinado de cinco épocas do Lyon, e contando com grande apoio no Juventus Stadium, era considerado amplo favorito para revalidar o título. Mas aos 33 minutos já o Lyon vencia por 3-0, graças a Amandine Henry, Ada Hegerberg e Catarina Macario. Embora Alexia Putellas tenha reduzido pouco depois, o Barcelona não conseguiu recuperar e perdeu o título. As equipas e os nossos repórteres reflectem sobre o jogo.
Onde jogadoras/treinadores acham que a final da Women's Champions League foi decidida?
Sonia Bompastor, treinadora do Lyon: "A minha conversa com a equipa foi muito fácil. Este é o jogo mais bonito e a competição mais bonita que um clube pode sonhar em disputar. Então é preciso estar preparado para tudo e com a lição bem estudada. Ficámos muito tristes pela Ellie [Carpenter]... Estou bastante pessimista, penso que é uma lesão grave".
É a primeira vez [que alguém ganha esta competição como jogadora e treinadora], este clube está a fazer história. Mas o importante é que era a décima final e uma ocasião soberana para conquistar o oitavo título. É uma vitória que quero saborear, mas não sou eu quem deve estar no centro das atenções, são as minhas jogadoras e a equipa técnica. Sou muito exigente, mas os meus adjuntos apoiam-me e ajudam-me a lidar com as emoções, então esta é uma vitória colectiva".
Amandine Henry, Melhor em Campo Visa: "Vi espaço para atirar à baliza e arrisquei. Tentei a minha sorte e vi logo onde a bola ia entrar. Nem esperei pela bola entrar para começar a festejar!".
Gosto deste tipo de jogos. Eles mexem comigo e trazem ao de cima o melhor de mim. Também tenho colegas fantásticas, que facilitam o meu trabalho. Este título é um triunfo de todos".
Wendie Renard, capitã do Lyon: "[Sobre se o Lyon não era coonsiderado favorito] Foi o que a imprensa disse. Queríamos continuar a escrever história e tínhamos coisas para mostrar. Esta noite mostrámos do que somos capazes e deu resultado, pois regressamos a casa com o troféu".
Jonatan Giráldez, treinador do Barcelona: "Sabíamos que o Lyn nos ia pressionar bastante. O primeiro golo, um remate surpreendente, deixou-nos muito confusos. Estávamos um pouco desconcentrados. Sabíamos que a chave do jogo era controlar as transições do adversário e durante alguns minutos não conseguimos fazer isso. Tivemos que atacar mais e isso deu-lhes muita energia. Tentamos fazer o empate rapidamente, mas com o resultado em 3-1 a tarefa já estava muito dificultada. Não estávamos a jogar sozinhos e do outro lado estava uma equipa de grande qualidade, por isso temos de lhes dar os parabéns".
Onde os nossos repórteres acham que a final da Women's Champions League foi decidida?
Paul Saffer, repórter do jogo do UEFA.com: Uma final que figura entre as melhores da competição: o duelo entre Wolfsburgo e Tyresö (4-3), em 2014, e a segunda mão do Frankfurt - Umeå (3-2), em 2008. Desde a final do ano passado, o futebol feminino de clubes parecia pertencer ao Barcelona, mas o Lyon está de volta ao topo após um mero interregno de 12 meses. Henry esteve ao seu melhor, Selma Bacha brilhante na lateral-esquerda, Hegerberg foi eficaz como sempre e Renard ergueu o troféu mais uma vez.
Alexandra Jonsson, repórter do Barcelona: O Barcelona chegou a esta final como favorito. Foi imparável durante toda a temporada, vencendo todos os jogos do campeonato espanhol e quase fazendo o mesmo no torneio até hoje, registando apenas uma derrota. E talvez também tenha sido isso que ditou a sua queda na final. Contra uma equipa do Lyon muito boa, o Barcelona foi apanhado completamente desprevenido. Está acostumado a ter sempre a bola e a recuperá-la rapidamente quando a perder. No entanto, neste jogo pareceu que cada bola perdida terminava em golo sofrido. No ataque, Jennifer Hermoso não conseguiu aproveitar as oportunidades criadas pelo Barcelona, mas a partida foi perdida na defesa, com as laterais muito avançadas no terreno para terem tempo de reagir frente a um Lyon muito eficiente e que aproveitou ao máximo todas as bolas que recuperou. Há algum tempo que o Barcelona está no topo do Mundo, mas hoje enfrentou um desafio que não conseguiu superar. Talvez o lado positivo desta derrota seja que isso ajude a equipa a atingir um outro nível.
Vanessa Tomaszewski, repórter do Lyon: Desde o início que o Lyon pressionou, e os três golos marcados em pouco tempo prejudicou o moral do Barcelona e mostrou a eficiência da equipa de Sonia Bompastor. Esta partida também foi um belo duelo entre Henry e Putellas, mas também destacou a qualidade de Bacha, que voltou a mostrar a sua capacidade de passe e terminou a competição com nove assistências, três de vantagem sobre a mais directa perseguidora nessa estatística. Com a treinadora Bompastor também a dar nas vistas com um recorde, o Lyon voltou a escrever história no futebol feminino.