Treinadores esperam grande final
sexta-feira, 16 maio 2008
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Espanha e França protagonizaram um emocionante empate a três golos na fase de grupos, mas esta sexta-feira estará em jogo a conquista do troféu.
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Encontros épicos
Estas duas equipas encontraram-se na quarta-feira da semana passada, num desafio emocionante no qual a França esteve em vantagem por três vezes, mas permitiu sempre a recuperação da Espanha, resultado que permitiu a esta última formação classificar-se em primeiro no grupo, com melhor diferença de golos, uma vez que ambas tinham derrotado a Suíça e a República da Irlanda. Para chegar à final, cada equipa teve que superar resultados desfavoráveis ao intervalo das partidas das meias-finais, na terça-feira. A França enfrentou a anfitriã Turquia e foi preciso recorrer às grandes penalidades para encontrar o vencedor, enquanto a Espanha bateu (2-1) a Holanda após prolongamento. Face a este cenário, não é de estranhar que os treinadores das duas equipas estejam preocupados que o cansaço acumulado possa impedir que se assista a outro bom jogo.
Fadiga
O seleccionador espanhol, Juan Santisteban, que já vai na sua 13ª final europeia de selecções jovens e ambiciona conseguir um sexto título a este nível, afirmou: "Vai ser difícil porque o cansaço é algo que se acumula e nós disputámos quatro jogos num espaço de poucos dias. Além disso, é uma ocasião especial e questionamo-nos se podemos realizar um desempenho semelhante aos anteriores, quando do outro lado está uma equipa como a França, com muita qualidade. Empatámos 3-3 na fase de grupos, mas é muito gratificante para mim saber que, depois do jogo, as pessoas tenham dito que protagonizámos um bom espectáculo, apreciado por todos os que assistiram".
A esperança de Smerecki
O treinador adversário, Francis Smerecki, acrescentou: "Concordo com o Juan e espero que a qualidade demonstrada seja a mesma. O último encontro foi um grande espectáculo, a qualidade foi muito elevada e só esperamos que os jogadores não estejam muito cansados, para que possam efectuar uma exibição semelhante novamente. Espero também que a falta de experiência que temos a este nível competitivo não afecte os jogadores dentro de campo, uma vez que é a primeira final que disputam".
Abordagem positiva
Devido a suspensão, Smerecki não pode contar com o defesa William Remy, que marcou o terceiro golo gaulês no jogo da fase de grupos entre as duas selecções, mas está confiante que a sua equipa vai apresentar uma atitude positiva. "Se tudo correr bem, posso esperar a mesma atitude apresentada no primeiro desafio e o mesmo espírito de equipa. Espero que os jogadores tenham energia suficiente para jogar bem e agradar aos adeptos. A minha mensagem para eles é a mesma que em todos os jogos, ou seja, para deixarem a criatividade fluir e desfrutarem do jogo".
Santisteban reflecte
O jogo pode ter um significado especial se se confirmar que é o último da longa carreira de Santisteban, técnico de 71 anos, depois de duas décadas repletas de troféus e uma carreira como jogador que lhe valeu duas Taças dos Clubes Campeões Europeus com a equipa do Real Madrid CF nos anos 50. "Tenho que ter em atenção que não posso continuar a treinar por muito mais tempo", disse. "É chato ter que parar, admito-o, mas é a vida e tenho que aceitar. Se olharem para o passado verão que não é só por mim, mas por toda a equipa técnica. Nos últimos seis ou sete anos temos feito um trabalho extraordinário". Mas Santisteban enfatizou: "O mais importante não são os meus sentimentos, mas sim a ocasião especial que se apresenta para os jogadores, já que estar presente numa final a este nível é uma experiência única na vida".