Do desemprego ao estrelato: Mendy fala do seu percurso rumo à glória no Chelsea
quarta-feira, 11 de agosto de 2021
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O guarda-redes do Chelsea conversou com o UEFA.com sobre como atingiu o patamar mais alto do futebol mesmo depois de, aos 22 anos, ter sido tido de deixar de jogar.
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Edouard Mendy atingiu o topo do futebol mundial quando ajudou o Chelsea a derrotar o Manchester City na final da UEFA Champions League, mas o guarda-redes de 29 anos teve um percurso complicado rumo ao sucesso.
É que aos 22 anos Mendy estava desempregado. Mas, em vez de entrar em desespero, redobrou os esforços. E passou pelo Marselha, pelo Reims e pelo Rennes antes de rumar a Stamford Bridge, em Setembro de 2020. Antes de entrar em campo para jogar a Supertaça Europeia contra o Villarreal, esteve à conversa com o UEFA.com.
Sobre a final da Champions League
A adrenalina era grande. Sabíamos que uma final da Champions League era algo que tinha de ser desfrutado, porque pode ser uma coisa que só se vive uma vez na vida.
Mantivemos o foco no objetivo e preparámos bem o jogo. E, no fim, estivemos à altura da ocasião. Para mim, os dois melhores momentos, claro, foram o golo do Kai [Havertz] e, depois, o apito final do árbitro. Acho que só alguns dias depois percebi o que tínhamos realmente alcançado. Erguer aquele troféu é uma experiência única.
Sobre a importância de Thomas Tuchel
Ele é carismático, tem grandes capacidades de liderança e sabe motivar. Soube introduzir a ideia de que todos éramos importantes na equipa e isso foi bem evidente nos seis meses que se seguiram à sua chegada. Praticamente todos os jogadores do plantel tiveram oportunidade de jogar.
Impôs a sua filosofia e ela adequou-se de imediato ao nosso grupo de trabalho. Percebemos que éramos capazes de fazer o que queríamos e os resultados foram imediatos.
Sobre o seu percurso
Nem sempre quis ser guarda-redes, mas não tinha grande futuro a jogar noutras posições mais adiantadas. Pediram-me para ir à baliza e tudo aconteceu com naturalidade.
Joguei em todas as divisões em França, desde o sexto escalão à Ligue 1. Pelo meio, cheguei mesmo a estar desempregado, quando tinha 22 anos. E, nunca tendo sido futebolista profissional, não é fácil conseguir passar a sê-lo, mas trabalhei muito durante esse ano, tive a sorte do meu lado e tudo acabou por correr bem. Assinei pelo Marselha e a partir daí não mais parei.
Até que o Chelsea se interessou por mim e, apesar de já ir jogar a Champions League pelo Rennes, era uma oferta que eu não podia recusar. Era a cidade onde eu queria viver, o clube que eu queria representar. O Rennes percebeu isso, segui para o Chelsea e tudo correu pelo melhor.
Sobre os momentos mais complicados
Quando estás um ano inteiro sem clube, chegas a pensar: "Talvez não tenha sido feito para isto." Mas tive a sorte de ter a minha família ao meu lado, que me disse sempre que eu ia singrar no futebol.
Fiquei magoado com o meu empresário, que me deixou sem nada, e revoltado por dentro, por ter de recomeçar tudo de novo. Até aí tinha sido sempre uma pessoa independente. Tinha o meu apartamento e o meu salário, por isso não precisava da ajuda de ninguém. Mas depois, de repente, precisei da ajuda da minha família, quando até aí era eu que a ajudava. Senti-me vergonha e impaciência, porque foi um ano muito logo.
Sobre o que se segue na sua carreira
Este último ano foi fantástico. Agora há que lhe dar continuidade. O que fizemos foi bom, mas precisamos de deixar isso para trás, fixar novos objectivos, continuar a evoluir e a levar este clube para a frente.
Se sou um dos melhores guarda-redes do mundo? Não o sei dizer e, para mim, o mais importante é dar o melhor pela equipa, para a ajudar a conquistar troféus. Evolui ao longo do último ano e quero continuar a fazê-lo. É algo que quero fazer sempre.