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Salin: "Jogo com o Arsenal é especial"

Leia as declarações ao UEFA.com do guarda-redes do Sporting, Romain Salin, antes do confronto desta quinta-feira com o Arsenal na UEFA Europa League.

Romain Salin está no Sporting desde o início da temporada 2017/18
Romain Salin está no Sporting desde o início da temporada 2017/18 ©AFP/Getty Images

Chegou de França em 2010 para jogar na Naval e desde então, com uma passagem pelo Guingamp em 2016/17, Romain Salin jogou na Naval, Rio Ave e Marítimo antes de ingressar no Sporting em Julho de 2017. O guarda-redes de 34 anos que sucedeu ao histórico Rui Patrício como titular da baliza dos "leões" falou ao UEFA.com antes do confronto desta quinta-feira com o Arsenal no Grupo E da UEFA Europa League.

Saída de França e escolha por Portugal

A escolha era entre jogar na Ligue 1 ou na Ligue 2. Era jovem e ambicioso, e tinha dito que iria aproveitar a primeira oferta que aparecesse porque o meu objectivo era jogar o mais possível – e essa primeira oportunidade chegou de Portugal.

Portugal é o meu segundo país, passei mais de metade da minha carreira aqui. Fiz sete anos como profissional em França, aqui vou no meu oitavo ano. Gosto muito da cultura portuguesa, da comida, gosto muito de viver neste país. Evoluiu muito nestes oito anos. A nova geração é completamente diferente daquela de quando eu cheguei, em que as pessoas de 50 anos falavam francês. Hoje é mais difícil porque toda a gente fala inglês. Lisboa é uma capital maravilhosa para viver, é uma grande cidade e fica perto do mar.

Início de época

Salin num jogo do Marítimo contra o Sporting em Março de 2015
Salin num jogo do Marítimo contra o Sporting em Março de 2015©AFP/Getty Images

Passámos por momentos difíceis, é preciso não esquecer, por isso estou muito satisfeito com o nosso início de época. Se conseguirmos mantermo-nos emocionalmente tranquilos e consistentes no nosso trabalho não há razão para não continuarmos a progredir.

Neste momento, o meu objectivo todos os dias é dizer: “O clube sofreu, as nossas feridas estão a sarar. É difícil, claro. Poderá ser difícil avançar mas, acima de tudo, vamos mostrar que no Sporting todos vão trabalhar muito e dar tudo por este clube.” Note que não falo em termos individuais, não é isso que me interessa hoje em dia. O que me interessa é levar o Sporting ao mais alto nível possível, apesar das dificuldades que enfrentámos.

Titular e sucessor de Rui Patrício

Tem sido uma continuação lógica de acontecimentos e estou contente porque sempre encarei as coisas passo-a-passo. Emocionalmente estou preparado para assumir a responsabilidade de jogar neste clube e o papel que tenho neste momento, mas não me deixo entusiasmar por ser titular, nada disso.

Vorskla e Arsenal

Veja a reviravolta tardia do Sporting frente ao Vorskla

Foi fantástico. Ficámos muitos contentes por viver aqueles momentos com dois golos marcados mesmo no fim do jogo. Pessoalmente, posso dizer que esperava esse cenário. Com as substituições que tínhamos feito acreditava que pudéssemos terminar o jogo fortes. Fiquei satisfeito com o facto de não termos baixado a cabeça.

Agora com o Arsenal a situação é um pouco diferente porque vamos defrontar uma das grandes equipas da Europa. A motivação vem naturalmente, não é preciso forçar nada. Sabemos que um jogo como este é especial. São jogos importantes no grande palco europeu e queremos estar o melhor possível.

Sabemos o que alcançámos na época passada na Europa League, mesmo que não tivéssemos estado na fase inicial [Nota: o Sporting jogou a fase de grupos da UEFA Champions League na época passada]. Chegámos aos quartos-de-final e defrontámos o [Club] Atlético [de Madrid], mais tarde vencedor da prova. Isso dá-nos mais responsabilidade.

Defrontar equipas francesas na Europa League

É difícil. Uma é evidente, mais do que as outras, porque foi lá que passou a minha formação, o Rennes. É talvez a menos conhecida e prestigiada, mas ficaria muito contente por uma equipa da Bretanha passar a fase de grupos. Gosto muito do Bordéus e tenho alguns amigos no Marselha. Ficaria satisfeito por defrontar qualquer uma delas, mas especialmente o Rennes. Estou muito orgulhoso do seu percurso.

Ídolos e o melhor guarda-redes

Salin é admirador de Buffon
Salin é admirador de Buffon©AFP/Getty Images

Os meus ídolos são dois franceses que ganharam o Campeonato do Mundo de 1998, Fabien Barthez e Bernard Lama. Tinham estilos diferentes, mas penso que o Barthez revolucionou o que era ser guarda-redes. Foi o primeiro a jogar com os pés. Foi o primeiro a jogar fora da área. Foi um dos pioneiros da sua geração. O Bernard Lama era muito ágil e muito bom nas bolas pelo ar. São dois guarda-redes com a sua personalidade própria e que brilharam pela França. Adorava vê-los em criança.

Também gostava muito de ver alguns jogos do [Gianluigi] Buffon para ver como se pode controlar um jogo. Penso que a sua maior força é a sua capacidade de comunicação quando a outra equipa está por cima e a forma como ele gere a equipa, mantendo sempre a sua compostura e calma. Gostava mesmo de ver o Buffon por essa razão. Ajudou-me imenso.

Diferenças entre a Ligue 1 e a Liga portuguesa

A Ligue 1 é muito mais física. A bola circula tranquilamente e depois nos últimos 30 metros acelera-se. É mais a nível físico que há diferença. A Liga portuguesa é muito mais táctica. Não se joga tão rápido, mas em termos de passe e de espaço criado entre linhas e de movimento, o futebol em Portugal é mais inteligente. Pessoalmente, favorece-me mais um tipo de futebol como o da Liga portuguesa.

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