Paulo Fonseca olha para o reencontro com o Braga
quarta-feira, 28 de setembro de 2016
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"Quero bater o Braga tanto quanto o quero fazer a outro clube qualquer", disse Paulo Fonseca ao UEFA.com, ao preparar a recepção ao seu antigo clube, agora pelo Shakhtar, na UEFA Europa League.
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Há cerca de seis meses, Paulo Fonseca estava ao comando do Braga frente ao Shakhtar, nos quartos-de-final da UEFA Europa League. Agora, após substituir Mircea Lucescu como técnico dos "mineiros", prepara o reencontro com o seu anterior clube, na quinta-feira. O treinador de 43 anos contou ao UEFA.com que vai tentar fazer um trabalho competente e profissional, naquela que é a sua primeira experiência num clube estrangeiro.
UEFA.com: O que sentiu quando viu o Braga ser sorteado no grupo do Shakhtar?
Paulo Fonseca: Não queria encontrar o Braga por uma razão muito simples: trata-se de um clube onde tenho muitos amigos, numa cidade que cuidou de mim e onde vencemos um grande troféu [a Taça de Portugal de 2015/16]. Mas agora é o adversário e tenho de olhar para eles dessa forma. Quero bater o Braga tanto quanto o quero fazer a outro clube qualquer. Espero, sinceramente, ser bem recebido [quando regressar a Braga pelo Shakhtar na sexta jornada], mas é muito difícil descrever como me sinto, pois é algo com que nunca tive de lidar. Só espero estar feliz no final do jogo, com um triunfo do Shakhtar.
UEFA.com: Como compara os dois clubes?
Fonseca: São clubes com objectivos e orçamentos muito diferentes. O Braga é o quarto emblema em Portugal e há um fosso em termos de investimento em comparação com os três grandes, pelo que o Braga não pode competir. O Shakhtar é um clube que joga para conquistar troféus. É essa a grande diferença.
UEFA.com: O que o fez decidir-se pela mudança para o Shakhtar?
Fonseca: Queria trabalhar no estrangeiro, e este era o momento ideal, após conquistar a Taça de Portugal pelo Braga. Sou uma pessoa muito optimista e não tenho medo de correr riscos. Considerei o Shakhtar um grande desafio pelo que não pensei duas vezes antes de aceitar. O Mircea Lucescu esteve aqui 12 anos e teve muito sucesso, e quando há uma mudança é natural que as pessoas coloquem questões e tenham dúvidas. Os treinadores têm de lidar com isso. Temos de seguir em frente e fazer o nosso trabalho.
UEFA.com: Tem sido fácil a adaptação?
Fonseca: As pessoas aqui têm sido espantosas e receberam-me muito bem. É a primeira vez que trabalho no estrangeiro e a cultura é completamente diferente, com as suas ideias próprias sobre o futebol. A principal dificuldade é transmitir as nossas ideias, pois temos uma visão diferente. A minha filosofia é a de controlar e dominar o jogo. Precisamos de ter a bola. E isso aconteceu em todos os jogos. Somos uma equipa ofensiva, que está sempre no meio-campo adversário.
Há um treinador em Portugal com quem trabalhei e aprendi muito, que é Jorge Jesus. E há outros técnicos com os quais aprendi ao ver a forma como as suas equipas jogam: Josep Guardiola, e outros treinadores portugueses, como José Mourinho, Vítor Pereira, André Villas-Boas e Leonardo Jardím. Mas não sou uma réplica de ninguém – tenho as minhas próprias ideias.
UEFA.com: O Shakhtar atingiu as meias-finais na época passada. Será possível melhorar esse o registo desta vez?
Fonseca: Queremos ir até à final, mas sou realista e não prometo nada. A Europa League é como uma mini-Champions League – há tantas equipas fortes que é impossível fazer promessas, a única que faço é que vamos tentar ganhar todos os jogos. Gostaria bastante de chegar a uma final e acredito que tal irá suceder um dia. Não sei quando mas um dia estarei numa final.