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Atitute de Ingesson embala Elfsborg

As pequenas coisas que me incomodavam no passado agora já não importam", afirmou Klas Ingesson ao UEFA.com, no comando do Elfsborg após superar uma batalha contra o cancro.

Klas Ingesson foi escolhido para orientar o Elfsborg até ao final de 2013
Klas Ingesson foi escolhido para orientar o Elfsborg até ao final de 2013 ©Getty Images

"Entrem em campo e sintam-se livres", é o conselho que o treinador do IF Elfsborg, Klas Ingesson, tem dado aos seus jogadores, depois de uma dura batalha contra o cancro ter levado o antigo médio internacional pela Suécia a olhar para o futebol com outra perspectiva.

O Elfsborg aborda a quinta jornada já sem hipóteses de se apurar para os 16 avos-de-final, mas Ingesson - que sucedeu a Jörgen Lennartsson no comando técnico poucos dias antes de o campeão sueco disputar o segundo jogo no Grupo C da UEFA Europa League, frente ao R. Standard de Liège - está a desfrutar da experiência, embora o antigo jogador de IFK Göteborg, AS Bari e Bologna FC nunca tenha planeado uma carreira de treinador.

"Durante os meus tempos de jogador, comprei uma propriedade na floresta", disse ao UEFA.com. "Era o meu pequeno sonho: ganhar dinheiro suficiente no futebol para comprar a minha própria floresta e trabalhar lá". Após se ter retirado em 2001, regressou à Suécia, de machado na mão, mas a verdade é que a sua ligação ao futebol não tinha terminado. "Quando se esteve envolvido no futebol, há sempre maneira de se regressar a ele", reflectiu com uma gargalhada.

A boa disposição é uma constante quando se está ao lado de Ingesson, a viver agora um momento feliz depois de quatro anos muito duros. Depois de ter visto ser-lhe diagnosticado um mieloma, tipo de cancro que ataca as células de plasma sanguíneo, em 2009, Ingesson passou largo período internado sem poder sair da cama e apenas pôde regressar ao futebol após ter sido submetido a um bem-sucedido transplante de células estaminais que lhe permitiu debelar a doença.

O futebol ajudou ao seu processo de recuperação. Em 2011, o director-desportivo do Elfsborg, Stefan Andreasson, convidou Ingesson a assumir o leme da equipa jovem do clube, algo que conferiu ao antigo jogador, 57 vezes internacional pela selecção do seu país, "energia extra" para combater a doença. A passagem a treinador da equipa principal, contudo, surpreendeu-o. "Nunca sonhei em treinar uma equipa principal de um clube", admitiu. "Gosto de trabalhar com os mais jovens e sempre achei que essa seria a minha melhor função."

Assim, irá orientar a equipa sénior do Elfsborg até final de 2013 e, deste modo, o que resta da UEFA Europa League – com o FC Salzburg a seguir, na quinta-feira. Apenas o orgulho estará em jogo, mas como Ingesson sabe melhor que muitos, esse é motivo suficiente.

"Quando fui diagnosticado, toda a minha vida ficou virada de pernas para o ar", recordou. "De início tive muito medo e limitei-me a ficar à espera do pior, mas depois do choque inicial comecei a sentir dentro de mim uma forte vontade de sobreviver. Sinto, agora, que me foi dada uma segunda oportunidade. As pequenas coisas que me incomodavam no passado, agora já não importam. Acordo todos os dias com um enorme sorriso nos lábios."

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