Videoton espera imitar pioneiros da Hungria
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
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O Videoton tenta ser a primeira equipa da Hungria a passar uma fase de grupos e o UEFA.com recorda os feitos notáveis do país nos palcos europeus, com ligações a Portugal.
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O Videoton FC, treinador pelo português Paulo Sousa e no qual actuam os compatriotas Marco Caneira e Filipe Oliveira, pode fazer historial no país esta semana e tornar-se no primeiro clube da Hungria a passar a fase de grupos de uma competição da UEFA.
No entanto, o seu destino não depende apenas de si, já que parte para a última jornada do Grupo G da UEFA Europa League, na quinta-feira, a precisar de ganhar ao Sporting Clube de Portugal e esperar que o FC Basel 1893, segundo classificado, perca pontos frente ao KRC Genk. "Sabemos que as coisas agora estão muito mais difíceis", admitiu Sousa após a derrota em casa do Videoton frente ao Genk, a 22 de Novembro, mas ainda existe esperança para a equipa que dista dois pontos do Basileia.
De certo modo, seria apropriado se o Videoton conseguisse contrariar as probabilidades, já que foi a última equipa húngara a alcançar um feito notável na Europa, quando em 1985 protagonizou uma caminhada fantástica até à final da Taça UEFA, perdida ante o Real Madrid CF com um resultado total de 3-1.
Celebramos cinco estreias húngaras no futebol europeu.
• Vasas SC, 1957/58
Primeiro semifinalista húngaro numa importante competição europeia
Entre a convulsão política da Hungria na década de 1950, o Vasas causou o primeiro impacto significativo do país nas competições europeias ao eliminar PFC CSKA Sofia, BSC Young Boys e AFC Ajax a caminho das meias-finais da Taça dos Clubes Campeões Europeus, fase na qual encontrou o Real Madrid. Uma derrota por 4-0 no Santiago Bernabéu, com "hat-trick" de Alfredo Di Stéfano, parecia ter selado o destino da formação de Budapeste, mas o campeão húngaro respondeu na segunda mão e, aos 53 minutos vencia por 2-0. Só que o Real aguentou a vantagem e apurou-se com um resultado total de 4-2.
• Ferenc Puskás (Real Madrid CF, 1959/60)
Primeiro (e único) jogador húngaro a ficar com a bola do jogo numa final europeia
Entre os muitos feitos do lendário Puskás está o recorde de quatro golos na final da Taça dos Campeões de 1960, quando o Eintracht Frankfurt foi destroçado pela eficácia do "Major Galopante" e do seu cúmplice Di Stéfano. O argentino assinou um "hat-trick", mas foi batido pelos quatro golos de Puskás, numa exibição que confirmou o regresso ao mais alto nível do futebol mundial após as madrugadoras façanhas ao serviço do Budapest Honvéd FC e da selecção da Hungria.
• Nándor Hídegkuti (ACF Fiorentina, 1960/61)
Primeiro treinador húngaro a conquistar um importante troféu europeu
Em 1961, as duas vitórias nas competições de clubes da UEFA foram arquitectadas por treinadores húngaros: Hídegkuti, antigo avançado internacional, liderou os italianos da Fiorentina até à glória na Taça das Taças, quatro dias antes de Béla Guttmann conduzir o SL Benfica à vitória na final da Taça dos Campeões frente ao FC Barcelona. Hídegkuti estava a meio de um período de dois anos na equipa de Florença, que eliminou o Rangers FC com um resultado total de 4-1. Mais tarde, regressou à Hungria para orientar o Győri ETO FC e levou-o às meias-finais da Taça dos Campeões em 1964/65.
• MTK Budapest, 1963/64
Primeira equipa húngara a alcançar uma final europeia
Dois dos melhores jogadores húngaros, Ferenc Kovács e Károly Sándor, ajudaram o MTK a afastar PFC Slavia Sofia, BSG Motor Zwickau, Fenerbahçe SK e Celtic FC, tornando-se no primeiro clube da Europa de Leste a atingir a final de uma competição da UEFA, frente ao Sporting, em Bruxelas. Um empate 3-3, com bis de Sándor, obrigou à realização de uma finalíssima dois dia depois, mas um tento madrugador do Sporting revelou-se suficiente para bater o MTK.
• Flórián Albert (Ferencvárosi TC, 1967)
Primeiro (e único) jogador húngaro a ganhar a Bola de Ouro
Um dos melhores avançados europeus, o elegante jogador do Ferencváros liderou o ataque da selecção húngara durante mais de uma década e inspirou o seu único clube à vitória na Taça das Cidades com Feira, em 1965, o único troféu europeu ganho por uma equipa do país. Apelidado de "O Imperador", recebeu o cobiçado prémio de Futebolista Europeu do Ano em 1967 depois de conseguir uma média de mais de um golo por jogo, que ajudou o Ferencváros a sagrar-se campeão húngaro.