Análise ao Jogo Swissquote: Como o Man United desmontou o Betis
segunda-feira, 13 de março de 2023
Sumário do artigo
O painel de Observadores Técnicos da UEFA analisa a vitória concludente do Manchester United sobre o Real Betis na primeira mão dos oitavos-de-final da UEFA Europa League.
Conteúdo media do artigo
Corpo do artigo
Com a vitória por 4-1 sobre o Real Betis na quinta-feira, o Manchester United colocou-se em óptima posição antes da segunda mão dos oitavos-de-final da UEFA Europa League, marcada para esta semana, em Sevilha.
Neste artigo patrocinado pela Swissquote, o Painel de Observadores Técnicos da UEFA destaca vários detalhes tácticos importantes numa exibição de grande nível do United, incluindo as inteligentes rotações de meio-campo que utilizou para criar espaço para um homem livre aparecer entre-linhas.
Team formations
Man United
O conjunto inglês apresentou-se em 4-2-3-1, com os alas a terem um papel preponderante frente a um adversário que se esquematizava em bloco baixo. Sem bola, o United foi muito compacto e mostrou boa atitude nas transições defensivas, tendo sido a equipa com mais recuperações (74) e que teve o jogador com mais recuperações (Casemiro, Nº18, com 16).
Real Betis
Os visitantes também se apresentaram em 4-2-3-1, que sem bola era um bloco médio/baixo bastante povoado no centro do terreno, e contaram com os reforços de Inverno Pérez (21) e Abner Vinicius (20).
Destaques
Para o observador da UEFA presente, os principais pontos tácticos a destacar foram a troca de posições do United para ter um jogador livre no meio-campo e a tentativa de jogar pelos flancos frente a um adversário fechado.
Mas antes disso, importa notar a forma como o Betis foi capaz de pressionar alto, com distâncias curtas entre os seus jogadores, algo que foi bastante eficaz na primeira parte e cortou várias linhas de passe aos anfitriões.
A análise centra-se depois na capacidade do United para ter um homem livre na criação ofensiva, algo que conseguiu através de trocas posicionais inteligentes e arrastamento de adversários. Isso é visto na forma como Fred recua até à defesa ou Rashford e Weghorst descaem para os flancos.
Também é possível ver isso no exemplo em que Aaron Wan-Bissaka e Fernandes aparecem no lado direito, com o português a fazer de lateral-direito, situação que deixou os jogadores do Betis indecisos sobre quem marcar.
De notar também o papel de Casemiro, que recua para junto dos centrais e orienta a equipa, dizendo-lhe quando é altura de pausar ou acelerar o jogo, com o United a atrair a pressão contrária e depois partindo rápido para o ataque.
O clip quatro começa com o Betis bem posicionado defensivamente, bloqueando as linhas de passe, e perante isto, mais uma vez Bruno Fernandes recua no terreno. Isso fez com que o espaço vazio por ele aberto fosse ocupado por Fred, com a bola a chegar ao brasileiro que rapidamente lança o ataque na esquerda. Esta criação de espaços foi uma constante no jogo, aproveitados pelos médios português e brasileiro.
O segundo aspecto táctico a destacar no United foi a forma como procurou atacar nos flancos, contornando o bloco compacto do Betis. Isso é visível no clip cinco, na antecâmara do golo de Antony, através de uma variação de flanco e em que apesar dos ingleses terem perdido a bola momentaneamente, ela é recuperada e Casemiro rapidamente encontra o homem livre, neste caso Bruno Fernandes, que assiste Antony na direita.
Esta forma de ultrapassar a defesa do Betis também se viu em jogadas de contra-ataque, como foi o caso no golo inaugural, em que um livre é marcado rapidamente e deixa Bruo Fernandes livre na direita, com o seu cruzamento a ser interceptado e a deixar a bola em Rashford para um remate fulminante.