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Scolari avisado sobre perigo alemão

O seleccionador de Portugal já venceu a Alemanha enquanto treinador, mas está bem consciente das principais armas da selecção germânica.

EURO 2008 highlights: Portugal 2-3 Germany

Luiz Felipe Scolari meteu a mão no seu bolso, tirou uma folha de papel e começou a ler para os jornalistas que lotavam a sala onde decorreu a conferência de imprensa: "Número 17 da Alemanha: 1.98m; Número 13: 1.88m; Klose: 1.82m; Número 21: 1.95m. Tenho de me preocupar com isto e com os meus jogadores, que têm 115cm, 120cm". Foi um momento de boa disposição, mas ainda assim serviu para ilustrar aquela que é uma das maiores preocupações de Portugal para o embate dos quartos-de-final contra a Alemanha.

Ameaça do jogo aéreo
Apesar de todas as armas de Portugal, Scolari admitiu estar preocupado com a capacidade da selecção portuguesa em lidar com a ameaça que constitui o jogo aéreo dos alemães. "Tenho de encontrar uma forma de lidar com os seus lances de bola parada", afirmou o técnico brasileiro, cujos jogadores - pelo menos olhando para o provável "onze inicial" - têm, em média, menos sete centímetros que os seus adversários desta quinta-feira. Mas, ainda assim, Scolari também reconhece capacidades aos alemães no futebol com a bola no chão, a começar pelo jogador que, em breve, será seu pupilo no Chelsea FC. "É um grande jogador, com uma grande capacidade técnica. É um dos grandes nomes presentes nesta competição", afirmou o seleccionador de Portugal referindo-se ao capitão alemão, Michael Ballack, autor do golo que, frente à Áustria, que carimbou em definitivo a passagem da Alemanha aos quartos-de-final.

Löw suspenso
Ballack falhou, por castigo, a final do Campeonato do Mundo de 2002, quando Scolari, então à frente da selecção brasileira, bateu a Alemanha por 2-0. Curiosamente, desta vez os germânicos terão de lidar com nova ausência, depois de confirmado o castigo ao seleccionador Joachim Löw, que vai assistir ao jogo da bancada depois de ter sido expulso no encontro ante a Áustria. O adjunto de Low, Hans-Dieter Flick, e o treinador de guarda-redes, Andreas Köpke, vão transmitir as suas instruções para o relvado, com o director técnico da selecção alemã, Oliver Bierhoff, a admitir: "os treinadores agem por instinto à medida que os jogos vão decorrendo e ele não vai poder fazer isso frente a Portugal, pelo que será importante para ele preparar ainda melhor a equipa antes do jogo". Entre esses preparativos estarão as instruções sobre como travar Cristiano Ronaldo. "É o melhor jogador do Mundo", admitiu Bierhoff, acrescentando: "É impossível pará-lo durante a totalidade dos 90 minutos, mas é muito importante que a nossa defesa e meio-campo se entreajudem quando ele tem a bola". O próprio Scolari não escondeu a importância de Ronaldo na selecção portuguesa. "Ele tem uma grande vontade de vencer como nunca antes vi noutro jogador e é isso que o diferencia dos outros".

Dúvidas sobre condição física
A Alemanha vai contar com o regresso de Bastian Schweinsteiger, que cumpriu um jogo de suspensão frente à Áustria, mas mantêm-se as dúvidas sobre se este vai entrar para o lugar de Clemens Fritz na direita ou se vai actuar na esquerda, com Lukas Podolski, caso recupere de uma ligeira lesão nos gémeos, a jogar mais à frente, ao lado de Klose na frente de ataque alemã. Também em dúvida devido a problemas físicos está o médio Torsten Frings, que fraturou uma costela frente à Áustria. Bierhoff avançou que o centrocampista está a protagonizar uma recuperação "muito positiva" e, embora Thomas Hitzlsperger esteja pronto para entrar no "onze", os adeptos alemães não esquecem como foi importante a ausência de Frings na derrota frente à Itália, nas meias-finais do Campeonato do Mundo de 2006. Do lado de Portugal, Scolari vai apostar "na mesma equipa" que bateu a Turquia e a República Checa. O seleccionador português voltou a afirmar que a sua decisão de fazer descansar oito jogadores na derrota de domingo frente à Suíça, por 2-0, não feriu o bom momento da equipa e mostrou-se optimista quanto ao apuramento para as meias-finais do Campeonato da Europa pela terceira vez consecutiva. "Vamos procurar melhorar no aspecto da finalização. Se o fizermos teremos boas hipóteses". Mas, como Scolari o deve reconhecer e como Bierhoff fez questão de realçar, "a Alemanha costuma jogar melhor quando enfrenta grandes equipas".