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Paixão no palco de Paris

Frank Rijkaard insiste que o facto de estar na final é já uma grande alegria, enquanto o seu homólogo do Arsenal, Arsène Wenger, pretende completar a missão em Paris.

Final countdown: Barcelona’s four titles

Se Paris é a cidade do romance, então os amantes do futebol terão oportunidade de presenciar uma demonstração pública de afecto na noite de quarta-feira, quando FC Barcelona e Arsenal FC medirem forças na final da UEFA Champions League, que terá como palco o Stade de France.

Ingredientes apetecíveis
O jogo coloca em confronto duas das equipas mais atraentes do futebol mundial, tendo o recentemente coroado campeão de Espanha apontado 114 golos em todas as competições na presente temporada. Por outro lado, a primeira presença da formação londrina numa final da Taça dos Campeões Europeus torna-se ainda mais notável se tivermos em conta que, ao longo deste trajecto, os britânicos obtiveram um registo recorde de dez jogos consecutivos sem sofrer golos e eliminaram equipas categorizadas como o Real Madrid CF, a Juventus e o Villarreal CF. O encontro de Paris coloca frente-a-frente o melhor ataque e a defesa menos batida da prova, graças aos 22 golos apontados pelos catalães em 12 partidas, e ao facto de o Arsenal ter somado dez jogos seguidos sem ver a bola entrar na sua baliza, concedendo somente dois golos.

Preocupação histórica
No entanto, o Barcelona tem motivos para alguma apreensão. Na última ocasião em que os catalães estiveram envolvidos na final da UEFA Champions League, acabaram por contribuir para um resultado histórico pela negativa, ao perderem, por 4-0, frente ao AC Milan. Ainda assim, ao longo de uma história recheada de conquistas, o Barça ergueu o troféu uma única vez, na temporada 1991/92. De qualquer maneira, o holandês Frank Rijkaard - que está na calha para se tornar apenas o quinto homem a conquistar o troféu na qualidade de jogador e treinador - apresenta-se bastante tranquilo: "Já estamos muito felizes por chegar aqui. Neste momento, o peso da história não é muito elevado para nós. Tudo o que podemos fazer é trabalhar muito para obter bons resultados e tentar ser um motivo de orgulho para os nossos adeptos. Nem mais, nem menos. O Arsenal é uma excelente equipa, servida por grandes jogadores, e é muito interessante estarem em confronto dois adversários fortíssimos nesta final".

Psicologia fica em casa
Rijkaard poderá voltar a contar com Lionel Messi, após dois meses de ausência devido a uma lesão numa coxa contraída na segunda mão dos oitavos-de-final, em que os espanhóis deixaram pelo caminho o Chelsea FC. O treinador holandês recusa, porém, que o facto de ter afastado uma formação que terminou a Premiership com mais 24 pontos do que o Arsenal possa indicar alguma superioridade do Barcelona. "Uma final é um momento único. O Arsenal é uma equipa de alto nível, com muita qualidade, e não acredito em vantagens psicológicas. Isso é muito perigoso. Vamos apresentar o nosso jogo". O holandês também desvendou um pouco da filosofia que torna a sua equipa tão popular: "O futebol é um jogo sério, mas o termo 'jogo' significa que também se deve tentar desfrutar. A alegria deve estar sempre presente no relvado. Se for levado muito a sério, torna-se um emprego. O espírito de equipa, as tácticas e a opinião pública são muito importantes, mas também é fundamental encontrar um ponto de equilíbrio entre o divertimento e o trabalho".

Wenger pragmático
Arsène Wenger parece partilhar essa filosofia, não obstante o desenho 4x5x1 apresentado pelo Arsenal ao longo da actual campanha na UEFA Champions League evidenciar um conjunto mais pragmático, algo que o técnico justificou. "É claro que seria fantástico se fosse um jogo totalmente aberto, mas nós somos um pouco egoístas e queremos vencer", admitiu o gaulês, que acredita que os seus jogadores podem colher os frutos do excelente desempenho defensivo. "Numa final, é muito importante possuir uma defesa forte, pois acaba por incutir maior motivação para explorar todas as oportunidades que surgirem".

Novo troféu
Com um novo troféu para o vencedor levar para casa, em virtude de o Liverpool ter conquistado o quinto título europeu na final de Istambul, em Maio de 2005, Wenger afirma que a subida ao trono do futebol do Velho Continente seria a forma perfeita de a sua jovem equipa confirmar o notável crescimento que protagonizou ao longo dos últimos meses. "A fé da nossa equipa estava abalada no início da época e tivemos de recuperar os índices de confiança, mas eu sempre acreditei nestes jogadores. Por vezes, este foi um processo solitário, mas nós tivemos humildade, ambição, força, união e, naturalmente, talento. Chegámos à melhor condição no momento certo e queremos terminar a tarefa". O palco está pronto para um clássico.

• Os dois finalistas recolhem importantes benefícios financeiros das respectivas campanhas rumo à final de Paris. Se vencer a partida do Stade de France, o Arsenal arrecada uma recompensa de cerca de 37,3 milhões de euros; se perder na final, o encaixe será de 34,7 milhões de euros. No caso do Barcelona, a conquista do segundo título europeu significa um encaixe de 31,5 milhões de euros. Se os espanhóis perderem, a quantia baixa para 28,9 milhões. Só pela participação na final, o campeão europeu receberá, aproximadamente, 6,4 milhões de euros, enquanto o finalista vencido arrecada cerca de 3,8 milhões.

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