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Milan contra a tendência

Na viagem a Barcelona, os milaneses esperam tornar-se na segunda equipa na UEFA Champions League a seguir em frente depois de perder o jogo da primeira mão em casa.

Apesar das derrotas caseiras em jogos da primeira mão na segunda fase da UEFA Champions League não serem propriamente raras, o sucesso na eliminatória da equipa derrotada é pouco habitual. Para o AC Milan derrotar esta tendência - e o FC Barcelona -, consumando o apuramento para a final pela segunda época consecutiva, necessita de fazer aquilo que mais ninguém conseguiu desde o êxito do AFC Ajax, precisamente há dez anos.

Tendência penaliza o Milan
• Ao longo das 14 edições da UEFA Champions League, o sucesso do Ajax, que, na época 1995/96 venceu no reduto do Panathinaikos FC (3-0) após uma derrota em casa por 1-0, permanece como um feito ímpar.

• Mas esta é a tarefa que os finalistas vencidos da época transacta têm pela frente, depois do golo de Ludovic Giuly, assinado na segunda parte, ter permitido aos catalães saborearem um importante triunfo em San Siro, na passada semana. Prestes a disputar o 100º jogo na UEFA Champions League, a turma espanhola espera reservar um lugar na final da competição, marcada para dia 17 de Maio, em Paris, facto que aconteceria apenas pela segunda ocasião desde a campanha vitoriosa de 1992/93.

Trajecto sem mácula
• A vitória do Barcelona em Milão permitiu dar seguimento ao impressionante registo exibido pelos catalães na condição de visitantes, tendo os comandados de Frank Rijkaard arrecadado quatro vitórias e dois empates nos seis encontros disputados até à data. Nesses despiques, o Barça sofreu apenas um golo, por sinal marcado na própria baliza por Thiago Motta na primeira mão dos oitavos-de-final, frente ao Chelsea FC.

• O capital de confiança dos espanhóis é reforçado pela longa série de jogos sem perder em Camp Nou. Depois do desaire com a Juventus na segunda mão dos quartos-de-final da edição de 2002/03, os catalães somaram nove jogos sem perder, vencendo sete e empatando dois.

• Na presente edição, venceram quatro jogos e apenas empataram um na Cidade Condal, ostentando um saldo de 15 golos marcados e somente três sofridos.

Vitórias do Milan
• O Barça sofreu duas derrotas, arrecadou oito vitórias e empatou três vezes nos duelos com formações transalpinas. O Milan foi uma das duas equipas italianas a triunfar em Camp Nou, por 2-0, na fase de grupos da época 2000/01.

Desforra na época passada
• As equipas voltaram a encontrar-se na capital da Catalunha na fase de grupos da temporada transacta e o Barça redimiu-se, vencendo por 2-1. Eto'o restabeleceu a igualdade depois de Shevchenko ter colocado os visitantes na frente do marcador. Mais adiante, Ronaldinho sentenciaria a partida, a um minuto do fim.

Registos idênticos
• No total, Milan e Barça defrontaram-se em dez ocasiões e, curiosamente, o saldo resulta num empate técnico: dez jogos, duas vitórias, dois empates, quatro derrotas; 14 golos marcados e 14 sofridos, tomando como ponto de referência qualquer dos clubes.

• A final de 1993/94 emerge com o duelo mais recordado entre os clubes, que se saldou pela margem mais dilatada conseguida por uma equipa nas 13 finais da UEFA Champions League disputadas até ao momento. Em Atenas, o Milan arrasou, alicerçando o triunfo por 4-0 no poderoso futebol de ataque que pulverizou por completo a formação treinada por Johan Cruyff.

• Como nota adicional, acrescente-se que os milaneses perderam com o Real Madrid, por 3-2, na final da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1957/58, num encontro decidido no prolongamento.

Duelo na Super Taça Europeia
• Ambos os clubes cumprem a décima campanha na UEFA Champions League, sendo que também mediram forças na Super Taça Europeia de 1989, cuja vitória sorriu ao Milan graças ao triunfo por 1-0 em San Siro, após o empate a um golo verificado em Espanha.

Quarta meia-final
• Nesta quarta presença numa meia-final da UEFA Champions League, o Barcelona tentará melhorar o desfecho das duas mais recentes, ambas com sabor amargo: na época 2000/01, a festa foi feita pelo rival da capital, o Real Madrid CF, enquanto dois anos antes a sorte sorrira a outra equipa espanhola, o Valencia CF. Na primeira presença nas meias-finais da UEFA Champions League, o Barcelona bateu, confortavelmente, o FC Porto (3-0) em Camp Nou, numa eliminatória decidida num só jogo.

• Na única vez que ergueu a Taça dos Campeões Europeus, os catalães derrotaram a formação italiana da UC Sampdoria (1-0) na final de 1991/92, disputada em Wembley. Ironicamente, o Barça tinha sido carrasco da mesma equipa na edição 1988/89 da Taça dos Vencedores de Taças, ao derrotar os transalpinos, por 2-0, na final de Berna.

Quatro em linha
• Os "rossonneri" tentarão, desesperadamente, manter o notável recorde de nunca terem perdido uma meia-final da UEFA Champions League: em quatro presenças, outras razões para festejo. Mas a derrota que colocou um ponto final numa série de 13 jogos das competições europeias sem desaires em San Siro - 12 vitórias e um empate - põe em causa o quinto êxito consecutivo numa meia-final.

Vitórias consecutivas
• O triunfo do Milan em Camp Nou (2-0), na campanha 2000/01, constituiu a primeira das três vitórias do clube em Espanha, secundada por dois triunfos no terreno do RC Deportivo La Coruña conquistados nas duas épocas seguintes. No entanto, os milaneses perderam em três das últimas quatro deslocações a território espanhol, tendo o outro encontro - na fase de grupos da época 2003/04, na visita ao RC Celta de Vigo - terminado empatado. Em 17 viagens até Espanha, o Milan venceu três vezes e empatou quatro.

• O factor-casa revelou-se fundamental na caminhada do Milan até esta fase da competição. Nos oitavos-de-final, os milaneses afastaram o FC Bayern München e depois o Olympique Lyonnais, com vitórias, em San Siro, nas partidas da segunda mão, por 4-1 e 3-1, respectivamente.

Apenas uma vitória
• O Milan apenas venceu um jogo na condição de visitante na presente edição da prova. O triunfo surgiu na quinta jornada, no dia em que Shevchenko igualou o recorde de quatro golos num só jogo da UEFA Champions League, dizimando o Fenerbahçe SK (4-0) em Istambul, a cidade onde os milaneses tinham sofrido uma derrota de contornos dramáticos na final da época passada. Nesse dia negro para as cores milanesas, os homens de Carlo Ancelotti estiveram a vencer o Liverpool FC por 3-0, mas acabariam por sucumbir nas grandes penalidades.

Derrota fora
• A segunda mão da meia-final da época 2004/05 esteve longe de ser um passeio para o Milan. Os transalpinos haviam vencido o PSV Eindhoven (2-0), com golos de Shevchenko e Jon Dahl Tomasson, mas perderam, por 3-1, na Holanda. O apuramento foi resgatado com um tento de Massimo Ambrosini em tempo de descontos, de nada valendo a vitória holandesa, pois prevaleceu a regra dos golos apontados fora de casa.

Melhor marcador
• Shevchenko continua a liderar a lista de marcadores da actual edição da prova, com nove golos, e o técnico Ancelotti espera que Filippo Inzaghi recupere da virose que o impediu de alinhar ao lado do internacional ucraniano no desafio da primeira mão. Inzaghi marcou nos encontros com o Bayern e o Lyon e contabiliza quatro golos na competição.

• O Barcelona, que possui nas suas fileiras o segundo melhor marcador da prova - Ronaldinho, com sete golos -, poderá contar com o internacional português Deco, que esteve ausente por castigo do jogo de San Siro. O apuramento dos catalães para as meias-finais revelou-se mais tranquilo que o do Milan. Após empatarem a zero no Estádio da Luz, os catalães venceram o Benfica em casa, por 2-0. Nesse jogo, o Barça apontou um golo em cada metade, o primeiro por Ronaldinho e o segundo por Eto'o, dando-se ao luxo de desperdiçar uma grande penalidade, excelentemente defendida por Moretto, num duelo particular com o astro brasileiro.