Ederson sobre a passagem pelo Benfica, a ida para o City e o Basileia
terça-feira, 13 de fevereiro de 2018
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Em entrevista ao UEFA.com antes do jogo desta noite com o Basileia, Ederson Moraes falou dos primeiros passos no futebol, da importância da passagem pelo Rio Ave, do sucesso no Benfica, da ida para Inglaterra e do embate com a turma helvética.
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Em entrevista exclusiva ao UEFA.com antes do jogo desta noite com o Basileia, Ederson Moraes falou de como começou a jogar futebol, da vinda para a Europa, da importância da passagem pelo Rio Ave, do sucesso no Benfica, da ida para Manchester City e do embate dos oitavos-de-final com a turma helvética.
O guarda-redes brasileiro, em miúdo chegou a jogar como lateral-esquerdo, tece rasgados elogios a Júlio César, seu antigo colega de posição no Benfica, conta como é trabalhar sob as ordens de um treinador como Josep Guardiola e diz não esperar facilidades ante o Basileia.
Os primeiros passos no futebol, no Brasil
Em miúdo jogava nas ruas com os meus amigos e primos. Jogávamos descalços, no cimento e os dedos doíam. Mas foi uma infância feliz, porque jogava muito futebol. Foi aí que a paixão pelo futebol foi crescendo e matenho essa paixão até hoje.
Comecei por jogar numa escola de futebol como lateral-esquerdo, mas tinha dificuldades na marcação quando me surgiam pela frente extremos muito rápidos. Então decidi perguntar ao treinador se podia ir para a baliza. A coisa correu bem logo no primeiro treino e foi uma espécie de amor à primeira vista. Abracei a posição e comecei a melhorar a minha técnica. Tinha nove anos.
A vinda para a Europa
Estava prestes a fazer 16 anos. De início, obviamente, não foi fácil estar longe dos meus pais sendo eu tão jovem. Mas acabei por perceber que a cultura portuguesa não era muito diferente da brasileira, nem na língua, nem na comida. E tinha a meu lado outros jogadores brasileiros que ajudaram à minha adaptação.
Aos 18 anos já era jogador profissional e os anos que passei no Rio Ave foram extremamente importantes para a minha carreira e para o meu desenvolvimento. Foi um clube que me ajudou muito e estar-lhe-ei eternamente grato.
A passagem pelo Benfica
No Benfica vivi dois anos maravilhosos e conquistei cinco troféus. Encontrei lá o Júlio César e ele ajudou-me bastante. Deu-me muitos conselhos e ensinou-me muitas coisas. É um guarda-redes que conquistou inúmeros trofúes e que alcançou muito no futebol europeu. Mehorei muito falando com ele e vendo-o treinar. Aprendi mesmo muito com ele.
Estreei-me na Champions League num jogo contra o Zenit. Estava calmo, embora fosse um jogo muito importante para o Benfica. Penso que estive bem e foi um momento muito importante na minha carreira. Fiz algumas boas defesas e tenho excelentes memórias desse jogo. Depois, nos quartos-de-final encontrámos o Bayerm. Sabíamos que íamos enfrentar uma grande equipa, curiosamente orientada pelo meu actual treinador. Dissemos a nós mesmos que íamos jogar sem medo e mostrar que também tínhamos qualidade. Realizámos uma grande exibição mas, infelizmente, acabámos por perder 1-0. Ainda assim, foi uma grande experiência.
A ida para o Manchester City
Fiquei muito contente quando soube que o City me estava a observar e a seguir as minhas exibições pelo Benfica. Percebi que ia ter a oportundiade de ser orientado pelo melhor treinador do mundo. Ao vir para aqui pude concretizar o sonho de jogar na Premier League. Todos os dias tenho aprendido algo de novo. Melhorei o meu jogo com os pés, um atributo crucial para o futebol da nossa equipa. Cada dia tenho, pois, dado um passo em frente. Claro que tive de me adaptar à vida numa nova cidade, mas ambientei-me rapidamente e isso facilitou o meu trabalho.
Trabahar com Guardiola tem sido fantástico. É um grande treinador e tem conseguido fazer com que nós coloquemos em prática nos jogos aquilo que ele nos ensina nos treinos. Ele exige muito de mim, porque na sua forma de jogar os guarda-redes são chamados frequentemente a jogar com os pés e fazem muitos passes. Isso faz-me sentir que tenho um papel importante.
A campanha nesta Champions League e o embate com o Basileia
Tem sido uma Champions bastante positiva para nós até agora. Vencemos o nosso grupo. Estamos nos oitavos-de-final e estamos confiantes, mas temos de continuar a trabalhar. A eliminatória com o Basileia não vai ser fácil. Se eles chegaram a esta fase é porque são uma boa equipa. Espero um jogo complicado para nós na primeira mão, fora de casa. Precisaremos, por isso, de estarmos concentrados e jogarmos ao nosso melhor nível. Já falei com alguns antigos colegas do Benfica que lá jogaram esta época [Nota: o Benfica perdeu 5-0 em Basileia na fase de grupos].
Sei que o Basileia tem grandes jogadores e adeptos fantásticos. Nunca os defrontei e não conheço a atmosfera que nos espera, mas estou certo que os adeptos vão criar um grande ambiente e que vai ser um grande jogo. O City nunca ganhou a Champions e se conquistarmos esta prova ficaremos para sempre na história do clube. E é isso que eu e os meus colegas queremos: fazer história nesta competição!