Escolhas da fase de grupos

Equipa: Club Atlético de Madrid
O Atlético está de regresso à UEFA Champions League após uma ausência de quatro anos, mas parece que nunca esteve fora. Terminou a fase de grupos invicto, com o empate frente ao FC Zenit, na quinta jornada, a ser a única mancha num percurso quase perfeito, mas nessa altura já tinha o apuramento para os oitavos-de-final garantido. Terminou o Grupo G com dez pontos de vantagem. Para os adversários, o estilo de jogo ofensivo e entusiasmante preconizado por Diego Simeone foi demasiado forte, enquanto a sua defesa concedeu poucas veleidades. E também sabe como se portar numa fase a eliminar: o Atlético não vacila desde a eliminação na fase de grupos em 2009/10 e ganhou a UEFA Europa League. Duas vezes.

Jogador: Cristiano Ronaldo (Real Madrid CF)
Em certos momentos desta época, Ronaldo tem sido intratável. Abriu a campanha com um "hat-trick" no terreno do Galatasaray AŞ, que deu o mote para uma fase de grupos dominante como a jóia da coroa ofensiva do Real. Marcou em cada um dos cinco jogos em que participou, com os "merengues" a controlarem o Grupo B, ao mesmo tempo que se tornou no primeiro jogador a marcar nove vezes na fase de grupos. Melhor marcador da época passada, com 12 tentos, facturou 28 vezes nos seus últimos 23 jogos na competição, para um total de 57 tentos. Nada mau, tendo em conta que o avançado luso demorou 27 jogos para marcar o primeiro golo.

Golo: Zlatan Ibrahimović
RSC Anderlecht 0-5 Paris Saint-Germain, 23 de Outubro
A folga concedida na sexta jornada impediu Ibrahimović de acompanhar o ritmo de Ronaldo. O internacional sueco marcou oito golos nas cinco primeiras jornadas, e com mais um remate certeiro teria igualado o novo recorde da fase de grupos. No entanto, o terceiro dos seus quatro golos na goleada por 5-0 no terreno do Anderlecht, na terceira jornada, pode ter batido algum recorde de velocidade: o seu remate portentoso, a 25 metros de distância, podia ter aberto um buraco no Estádio Constant Vanden Stock se não fosse a rede da baliza. "O terceiro golo foi o meu favorito", revelou Ibrahimović após o final da partida. "Rematei de longe, temporizei bem o momento do ataque à bola e saiu bem. Senti que foi um remate muito forte."

Frase
"Ele gosta de ter a bola, jogar futebol, fazer passes ... é como uma orquestra. Mas é uma canção tranquila, certo? Eu gosto de 'heavy metal'."
Jürgen Klopp, a fazer de conta que toca violino, utiliza uma analogia musical para comparar o estilo da sua equipa do Borussia Dortmund com o do Arsenal FC, rival no Grupo F.

Número: Dez
O triunfo do FC Bayern München em casa do PFC CSKA Moskva, por 3-1, na quinta jornada, completou uma série sem precedentes de dez vitórias consecutivas na UEFA Champions League, ultrapassando a sequência do FC Barcelona, com nove, em 2002/03. A quinta vitória dessa sequência de ouro aconteceu na final da edição 2012/13 da UEFA Champions League – o último jogo de Jupp Heynckes no comando técnico do Bayern – mas Josep Guardiola revelou ser um digno sucessor. "Dez vitórias seguidas provam que somos uma grande equipa", notou o extremo Arjen Robben. Guardiola acrescentou: "Não existem desculpas num clube como o Bayern – temos sempre de jogar bem". No entanto, o seu registo impecável sofreu um revés com a derrota caseira por 3-2 frente ao Manchester City FC, na sexta jornada do Grupo D.

Factor-surpresa: FC Basel 1893
O campeão suíço aterrou em Londres, para disputar a primeira jornada, com o peso de um registo indesejável em solo inglês: dez jogos, nenhuma vitória. Outro número contra a equipa de Murat Yakin era o 29, o número de jogos caseiros sem perder do Chelsea FC, seu adversário dessa noite. Por isso, poucos previram uma vitória por 2-1 do Basileia, com golos de Mohamed Salah e Marco Streller, na segunda parte, a responderem à finalização notável de Oscar. E ainda menos previram que o conjunto suíço repetisse o feito quando as equipas se defrontaram em Basileia, dois meses depois. Ainda assim, não foi suficiente para chegar aos oitavos-de-final.

Defesa: Fraser Forster (Celtic FC)
O Celtic não conseguiu repetir o triunfo sobre o Barcelona, em 2012/13, na segunda jornada da presente edição, perdendo por 1-0 em Glasgow, mas o guarda-redes Fraser Forster saiu desse encontro com a sua reputação fortalecida, salvando a sua equipa, reduzida a dez jogadores, em diversas ocasiões. "O guarda-redes deles fez um grande jogo", comentou Pedro Rodríguez após o apito final. O ponto-alto foi uma defesa a dois tempos, aos 88 minutos, negando o golo primeiro a Neymar e depois a Alexis Sánchez – o olhar incrédulo do último deles diz tudo.

Sortes diferentes: SSC Napoli e FC Zenit
O destino pregou uma partida aos dois clubes na fase de grupos; o Zenit escapou incólume, deixando o azar acertar dolorosamente no Nápoles, que se tornou na primeira equipa na história do torneio a falhar a próxima fase com um total de 12 pontos – perdendo no confronto directo a três com Arsenal e Dortmund, rivais do Grupo F, que somaram os mesmos pontos. "Ganhar quatro jogos em seis e ser eliminado é algo que não acontece muitas vezes", disse o avançado Gonzalo Higuaín. O mais incrível é que o Zenit garantiu o segundo lugar do Grupo G com seis pontos, o total mais baixo de sempre no torneio.

Sempre jovem: Ryan Giggs (Manchester United FC)
Agora um dos poucos jogadores de campo a ter participado na UEFA Champions League com 40 anos, Giggs estabeleceu duas novas marcas este Outono. Esta é a sua 19ª época na principal competição europeia de clubes, um recorde; e na segunda jornada cumpriu o seu 145º jogo na UEFA Champions League – quebrando o recorde detido por Raúl González, com 144. "Não existe segredo [para a minha longevidade] – basta trabalhar arduamente", disse Giggs, que termina 2013 após ter disputado 148 partidas na UEFA Champions League. "Ultrapassar alguém como Raúl, que é uma lenda da modalidade, é agradável."