João Neves em entrevista: vencedor da Champions League respira confiança no Paris
segunda-feira, 8 de dezembro de 2025
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"Se não és fisicamente forte, tens de ser inteligente", diz o médio português do Paris Saint-Germain à UEFA, explicando como se mantém com os pés assentes no chão, apesar de já ter conquistado vários títulos aos 21 anos.
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Aos 21 anos, o médio João Neves, do Paris, conta já com uma colecção substancial de troféus: o título da Liga portuguesa conquistado com o Benfica, a vitória na UEFA Nations League por Portugal em 2025 e as medalhas da Ligue 1, da Taça de França e da UEFA Champions League ganhas ao serviço do seu actual clube na época passada.
De baixa estatura, ágil e habilidoso, manteve a sua excelente forma da época passada e, antes de a sua equipa defrontar o Athletic Club na Jornada 5, falou com a UEFA sobre o que o motiva.
Sobre ser um jogador relativamente franzino
[Talvez as pessoas me subestimem] por causa do meu tamanho e pelo facto de não ter grande força física, mas a inteligência [no futebol] também tem um papel importante. Se não és fisicamente forte, precisas de ser inteligente. Claro que ter mais resistência, mais força e velocidade ajuda na performance mas não penso que seja o principal.
Quando era criança, jogava como avançado, mas à medida que o campo foi ficando maior, descobrimos quais eram os nossos verdadeiros pontos fortes e qualidades. O meio-campo sempre foi a melhor opção para mim, porque quero ser um jogador completo. Quero ser capaz de fazer um pouco de tudo.
O facto de ter um pai polícia
Tinha sempre de estar tudo em ordem, e levei isso para a minha vida adulta. Acho que não estaria onde estou agora se não fosse esta educação rígida. Não teria a perseverança e a resiliência que tenho.
Lembro-me de fazermos corridas durante o confinamento provocado pela COVID, quando estávamos a treinar em casa. O plano era fazer 15 segundos a andar e 15 segundos a correr, e o meu pai — sem me dizer nada — fazia-me correr 17 segundos e descansar 13. Não sabia de nada e pensava que estava a fazer os habituais 15 - 15. Assim, esta história dá uma ideia de como foi a minha infância.
O seu estilo pouco usual
Jogar com a camisola por dentro dos calções e as meias abaixo do joelho era uma tradição do Benfica que sigo até hoje. Actualmente, como costumo dizer aos meus amigos, até tenho medo de não o fazer porque, se acontecer alguma coisa de mal, vou usar isso como desculpa! Assim, não me consigo convencer a mudar.
Sobre não dar muito nas vistas
Vou ao café e tudo mais — e tento passar despercebido como uma pessoa comum. Sei que duas ou três pessoas me vão reconhecer e pedir para tirar uma fotografia, mas acredito que as outras me vão deixar em paz. Não tenho, por exemplo, o bigode do Vitinha... ou algo na minha maneira de andar que faça com que as pessoas olhem fixamente e me reconheçam instantaneamente. Por isso, talvez usar um chapéu que normalmente uso e gosto de usar seja suficiente.
As perspectivas de o Paris revalidar o título da Champions League
Sabemos que a nossa qualificação para a fase seguinte, entre os 24 melhores, está praticamente garantida, mas o nosso objectivo é terminar entre os oito primeiros. Vamos encarar um jogo de cada vez, como fizemos na época passada. Estávamos a ter uma má temporada na Champions League mas terminou da forma que terminou.
Lembro-me de me sentir tranquilo ao entrar em campo [para a final da época passada], ouvir o hino da Champions League e ficar arrepiado. Depois, quando ouvi o apito final, senti um alívio maior do que alguma vez tinha sentido na vida. A época tinha terminado, tínhamos terminado da melhor forma possível, ninguém nos podia acusar negativamente de nada, e depois era apenas uma questão de passar tempo, celebrar, aproveitar a ocasião e comemorar com os nossos amigos e família.