In The Zone: a notável vitória do Inter nas meias-finais contra o Barcelona
quarta-feira, 7 de maio de 2025
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A resiliência e a competitividade do Inter, as substituições oportunas e Yann Sommer foram fundamentais para a vitória dos Nerazzurri nas meias-finais da Champions League.
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Foi uma meia-final da UEFA Champions League que nenhuma das equipas merecia perder. Mas quando a poeira assentou após o emocionante triunfo do Inter por 4-3 sobre o Barcelona na segunda mão, os ingredientes fundamentais identificados pelo Grupo de Observadores Técnicos da UEFA incluíram a formidável resiliência e competitividade do Inter.
“É uma equipa grande e competitiva, bem disciplinada e que vai até ao fim com uma crença incrível”, afirmou o Grupo de Observadores Técnicos da UEFA, destacando um elemento que iremos explorar na análise que se segue, apresentada pela FedEx.
“Era a experiência contra a juventude, uma equipa defensiva contra uma equipa ofensiva, e cada uma delas teve um desempenho de elite ao longo de 120 minutos”, acrescentou o Grupo de Observadores Técnicos da UEFA.
Relativamente à experiência do Inter, o seu 11 inicial tinha apenas um jogador com 25 anos ou menos, enquanto o Barcelona tinha seis. No entanto, foi o mais velho em campo, o defesa-central Francesco Acerbi, de 37 anos, a marcar o golo do empate aos 93 minutos que levou o jogo para o prolongamento, antes de Davide Frattesi fazer o tento do triunfo, que aparece abaixo no primeiro vídeo.
Depois de Mehdi Taremi ganhar um duelo de cabeça após o livre longo cobrado pelo guarda-redes Yann Sommer, há muito para admirar na força e habilidade de Marcus Thuram, que segura a bola antes de se desviar de Ronald Araújo quando entra na área perto da linha de fundo. Thuram deixa a bola para Taremi e este passa-a para Frattesi que, ao parar a sua corrida, ganha espaço para rematar ao canto inferior desviando a trajectória de Pau Cubarsí.
Como disse o treinador do Barcelona, Hansi Flick, no final do encontro: “Os avançados do Inter são muito bons; sabem segurar a bola, são muito fortes, mas também são experientes. Temos uma equipa jovem. Vamos melhorar.”
Defesas cruciais e as substituições
A jovem equipa de Flick, de acordo com o Grupo de Observadores Técnicos da UEFA, é indiscutivelmente insuperável esta época em termos de qualidade ofensiva – “a criatividade e a liberdade no jogo ofensivo do Barcelona estão entre as melhores, se não as melhores, da competição” – e a equipa teria certamente ganho se não fosse o brilhantismo de Sommer.
Isto é demonstrado nos segundo e terceiro vídeos acima – primeiro com a sua defesa a um remate de Eric García e depois com a brilhante intervenção com a ponta dos dedos para travar uma tentativa de Lamine Yamal no prolongamento.
No total, os remates que Sommer defendeu tiveram um xG acumulado de 1,21. Em declarações à Sky Italia, o Melhor em Campo disse: “Qual a defesa que vou lembrar? A última [no lance] do Lamine Yamal, que é um grande jogador, e que felizmente não entrou. Muitas equipas teriam desistido depois de estarem a perder por 3-2, mas nós não o fizemos e conseguimos dar a volta."
“Não se ganha e não se chega a uma final sem um pouco de sofrimento”, acrescentou Sommer. Para ir mais fundo, o Inter beneficiou também do impacto dos suplentes introduzidos pelo treinador Simone Inzaghi no jogo, entre os quais Taremi e Frattesi, que figuram no vídeo de abertura. Eles trouxeram muita energia, o que permitiu ao Inter continuar a ser competitivo”, referiu o Grupo de Observadores Técnicos da UEFA.
Lição para os treinadores
Para o Grupo de Observadores Técnicos da UEFA, a dimensão psicológica do jogo de terça-feira constitui uma lição valiosa para os treinadores.
“A psicologia do Inter foi espantosa, com a forma como continuaram a acreditar. Ver um defesa-central de 37 anos, Acerbi, acreditar que pode marcar um golo nos últimos minutos numa jogada de bola corrida mostra bem a mentalidade deles. Utilizou a experiência de estar na final da Champions League em 2023 – e de muitas épocas a jogar na competição – para poder continuar a acreditar e vencer.
“Há muito que se pode fazer como treinador nos aspectos técnicos, tácticos e físicos, mas o lado psicológico do futebol é algo que os jogadores aprendem com a experiência. A tomada de decisões num jogo como este é um aspecto que se aprende passando por estes momentos difíceis e os jovens jogadores precisam de estar nestas posições e de ter estas experiências para adquirirem 'know-how'."
“Dito isto, o Barcelona também mostrou uma confiança incrível no que faz. Jogou da mesma forma quando estava a perder por 2-0 e quando estava 0-0 e isso é também resiliência. Hansi Flick criou um ambiente em que os jogadores não entram em pânico e isso é uma lição para os treinadores sobre a importância de criar um ambiente seguro que permita aos jogadores sentirem-se confortáveis mesmo quando cometem erros.”