In The Zone: Giovanni van Bronckhorst analisa o jogo incrível entre Barcelona e Inter
quinta-feira, 1 de maio de 2025
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Giovanni van Bronckhorst, observador técnico da UEFA, opina sobre um dos jogos da época, com Barcelona e Inter a empatarem a três golos na primeira mão das meias-finais da UEFA Champions League.
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"Foi um jogo fantástico para todos os que gostam de futebol". Seria difícil encontrar alguém disposto a contestar a descrição feita por Hansi Flick, treinador do Barcelona, sobre a primeira mão das meias-finais da UEFA Champions League, entre Barcelona e Inter, na quarta-feira, que terminou empatada a três golos. Afinal de contas, estas equipas proporcionaram uma noite marcada por golos magníficos, mudanças de ritmo e a técnica hipnotizante de Lamine Yamal, jovem craque do Barcelona.
Na análise que se segue, trazida pela FedEx, iremos analisar três desses golos e explorar vários pontos tácticos e técnicos importantes identificados por Giovanni van Bronckhorst, Observador Técnico da UEFA.
Thuram liga a corrente eléctrica
A partida começou com o golo mais rápido numa meia-final da Champions League, marcado por Marcus Thuram logo aos 30 segundos. A finalização é um "toque incrível" – para citar Denzel Dumfries, também marcador pelo Inter – no entanto vale a pena considerar a jogada em si, com o defesa-central Alessandro Bastoni a fazer um passe longo para a dupla de ataque, com Lautaro Martínez a ganhar a primeira bola e Thuram a segunda, antes de Nicolò Barella solicitar Dumfries no espaço vazio na direita.
Como Van Bronckhorst explicará na secção dedicada ao treino, mais abaixo, o Inter mudaria a sua abordagem ao intervalo e a velocidade com que coloca jogadores no ataque neste clip - veja a corrida de Federico Dimarco para o segundo poste - tornou-se ainda mais aparente à medida que a sua ameaça em lances de bola corrida crescia na segunda parte.
"São tão fortes e rápidos", disse Van Bronckhorst. "Parecia que cada passe longo era perigoso. Esse é o reverso da medalha na linha subida com que o Barcelona defende – se o adversário consegue contornar isso então pode causar problemas".
Yamal mostra a sua genialidade
"Tento aproveitar, esse é o segredo", disse Yamal à CBS Sports após uma brilhante exibição no seu 100º jogo pelo Barcelona. Não foi o único a gostar, com o treinador do Inter, Simone Inzaghi, a afirmar mesmo: "Acho que o Yamal é o tipo de talento que surge a cada 50 anos e vê-lo de perto impressionou-me bastante".
Apesar de o Inter ter duplicado e até triplicado o número de jogadores a marcá-lo, mesmo assim o craque fez as coisas acontecer, somando dois remates à barra e marcando um magnífico golo, o seu sétimo nesta edição da Champions League, que é o destaque do vídeo acima.
O golo colocou o Barcelona de volta na discussão pelo resultado (1-2) e a construção da jogada mostra o controlo de bola preciso de Yamal quando desequilibra Henrikh Mkhitaryan, correndo em direcção ao experiente arménio, fazendo uma finta de corpo para um lado e indo para o outro e depois fazendo uso do seu ritmo explosivo para deixar Mkhitaryan para trás. Não é de estranhar que tenha sido o jogador com mais incursões com bola na área com bola (13) e, juntamente com Pedri, o maior número de jogadas de um-contra-um no campo adversário (13 cada).
O pormenor do seu remate também é impressionante: o balanço que toma antes de rematar é mínimo, mas reúne a potência e a precisão para fazer a bola passar por entre um espaço pequeno e bater uma defesa que, antes de defrontar o Barcelona, era a menos batida desta edição da prova (apenas quatro sofridos).
Flick, treinador dos catalães, não deixou de mostrar a sua admiração, declarando após o apito final: "Ele é especial. Já o disse antes, mas é um génio. Quando se está de fora, vê-se as coisas a acontecerem, mas quando vejo novamente em vídeo, é incrível o nível de detalhe daquilo que ele faz. O que mostrou hoje é o que queremos e o que precisamos da parte dele. Nos grandes jogos consegue sempre destacar-se". E sim, importa recordar que ainda só tem 17 anos.
A noite de Yamal em números
O extremo do Barcelona foi o 1º do "ranking" por:
Incursões que quebraram linhas – 7
Entradas na área com bola – 13
Passes para a área – 16
Dumfries sublinha ameaça nos lances de bola parada
O Inter marcou dois golos na sequência de cantos, ambos finalizados por Dumfries. O primeiro, mostrado neste terceiro vídeo, foi um remate à meia-volta após Dumfries se colocar na direcção da cabeçada de Francesco Acerbi após canto de Dimarco. "Foi um grande canto do Dimarco", disse o neerlandês à TNT Sports. "Ganhámos o duelo individual e eu estava no sítio certo".
Com dois golos e uma assistência (sem esquecer o passe para o golo anulado a Mkhitaryan na segunda parte), Dumfries ganhou o prémio de Melhor em Campo e mereceu elogios de Van Bronckhorst pela sua "resistência e velocidade [que] criaram muitos problemas ao Barcelona".
Van Bronckhorst elogiou ainda o Inter pela ameaça geral em lances de bola parada, que já tinha resultado em dois golos frente ao Bayern na eliminatória anterior. "Têm bons executantes e cabeceadores muito fortes, jogadores com bons atributos físicos". Flick concordou, dizendo: "Quando se vê o quão altos são, é um pouco diferente da nossa equipa, mas temos de defender melhor estes lances".
As reflexões de Van Bronckhorst
No meio de tantas emoções, este foi um jogo que demonstrou que uma partida de futebol de alto nível é composta por várias partes. Para o Grupo de Observadores Técnicos da UEFA, a primeira parte ofereceu um excelente exemplo de como quebrar a resistência uma equipa que defende muito recuada. Após o intervalo a tendência mudou, com o Inter a mostrar coragem para sair a jogar desde a retaguarda.
"Queríamos jogar e pressionar mais alto no relvado", explicou Inzaghi, e nesta secção final Van Bronckhorst, antigo lateral do Barcelona e treinador de Feyenoord e Rangers, vai esclarecer mais sobre este ajuste antes de fazer uma reflexão final sobre o brilhante desempenho de Yamal.
Abordagem corajosa do Inter
"Na segunda parte tentaram jogar mais entrelinhas em vez de um futebol directo, para as costas da defesa, e isso causou muitos problemas ao Barcelona. Quando tiveram a bola na primeira parte, colocavam-na no ataque muito rápido, mas na segunda parte mantiveram mais a posse em vez de lançarem longo e ter superioridade numérica nas transições. Foram corajosos e houve vários momentos em que tiveram a bola e quatro ou cinco jogadores avançaram no terreno.
Dificuldade em travar Yamal
"O que eu gosto é que ele tanto flecte para dentro como rompe pelo exterior rumo à linha-de-fundo. Se tomarem como exemplo o meu compatriota Arjen Robben, ele pegava na bola, vinha para dentro e rematava, e isso era muito perigoso, mas Yamal também tem a capacidade de jogar pelo exterior. Junte-se a isto capacidade técnica e velocidade, especialmente nos primeiros metros, algo inacreditável, e tem uma vantagem brutal sobre os adversários, que rapidamente ficam para trás.
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