In the Zone: como João Neves brilhou com e sem bola frente ao Man City
quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
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Giovanni van Bronckhorst, observador de jogos da UEFA, analisa a excelente exibição de João Neves, médio do Paris, na vitória sobre o Man City com reviravolta.
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"Que desempenho em todos os aspectos do jogo! Foi excelente a atacar e a defender". Com estas palavras, Giovanni van Bronckhorst, observador de jogo da UEFA presente no Parc des Princes, resumiu a excelente exibição de João Neves na quarta-feira, que lhe valeu a distinção de Melhor em Campo.
O médio do Paris não deu apenas nas vistas por ter marcado o terceiro golo da sua equipa na emocionante vitória por 4-2 frente ao Manchester City, pois também impressionou Van Bronckhorst com o seu trabalho com e sem bola. De facto, como é ilustrado nos seguintes vídeos de análise, apresentados pela FedEx, o jovem e promissor médio luso mostrou que preenche os principais requisitos de um médio moderno.
Para começar, Van Bronckhorst elogiou os movimentos de João Neves com bola, referindo a sua "acção dinâmica na construção e apoio ao ataque". O primeiro vídeo, de um lance na primeira parte, mostra o jogador de 20 anos com a bola em sua posse ao lado dos médios Vitinha e Fabián Ruiz, sendo que o primeiro ponto a destacar diz respeito à sua movimentação. Vemos a rotação constante entre o trio e a forma impressionante como observam o que se passa em seu redor e se movem.
Tanto Vitinha como João Neves são vistos a observar a pressão a chegar e depois a movimentar a bola rapidamente, tudo com apenas alguns toques. Para a unidade de análise da UEFA, foi notável o quão bem se movimentaram, e o vídeo contém mais do que uma mudança da zona em que a bola está, reflectindo a sua capacidade de a transitar de espaços apertados para áreas menos congestionadas.
Mesmo Pep Guardiola, treinador do City, reconheceu a excelente movimentação da equipa da casa, dizendo: "Todos eles se movimentam com excelente sentido posicional, a nível defensivo e ofensivo".
No final do primeiro vídeo, vemos também a agressividade de João Neves, que chega a uma bola perdida no meio-campo do City antes de Mateo Kovačić, ganhando o duelo e ajudando a criar uma oportunidade de remate. "Essa foi a chave do jogo – tentámos ganhar todos os duelos, todas as bolas", disse o próprio João Neves, e esse empenho volta a ser evidente no segundo vídeo, onde o observamos a contra-atacar.
Primeiro antecipa-se a Jack Grealish para ganhar a bola e depois é ágil para fugir a James McAtee, numa jogada que mostra determinação e que termina com o médio a rematar à baliza.
João Neves não foi o único jovem de uma equipa parisiense cujos seis jogadores mais adiantados — médios e avançados juntos — contava com cinco com 24 anos ou menos. A sua energia foi um factor vital na "intensidade" que Luis Enrique elogiou após o apito final, acrescentando: "Somos uma equipa que é muito difícil de defrontar quando não temos a bola, porque não paramos de correr e pressionar".
Voltando a focar-nos em João Neves, este coroou uma excelente exibição com o golo que colocou o Paris em vantagem. O antigo do Benfica esteve perto de facturar antes, na primeira pate, quando acorreu a um livre, e desta vez, com a ajuda do bloqueio de Willian Pacho a McAtee, apareceu sem marcação ao segundo poste e cabeceou certeiro após cruzamento de Vitinha. "Ele apareceu em zonas perigosas no último terço e acabou por ser premiado por isso", observou Van Bronckhorst.
A estreia a marcar de João Neves na competição foi a cereja no topo do bolo, contribuindo de forma decisiva para uma reviravolta que ficará na sua memória durante muito tempo.