Entrevista: Zlatan Ibrahimović sobre a retirada e o novo papel no Milan

Zlatan Ibrahimović finalmente pendurou as chuteiras no Verão de 2023, encerrando uma carreira de 24 anos. No entanto, o antigo avançado sueco não ficou muito tempo parado, regressando ao clube como conselheiro da nova direcção do Milan, proriedade de norte-americanos.

Actualmente com 43 anos, o antigo goleador de Ajax, Juventus, Inter, Barcelona, Paris e Man United falou ao UEFA.com sobre a sua nova função e as esperanças para o futuro ao serviço dos Rossoneri.

Sobre o regresso ao Milan após o fim da carreira como jogador

Acredito no projecto, acredito no que Milão representa, acredito que partilho da mesma visão das pessoas que trabalham e dos proprietários, porque querem fazer]coisas incríveis. O objectivo deles é fazer história, vencer, e no que toca a vencer é aí que sinto que estou vivo, porque quero vencer, farei tudo para vencer e não desisto até o conseguir.

Representei muitos clubes – clubes incríveis, grandiosos, com equipas fantásticas – e aquele que mais me deu foi o Milan. Estive aqui duas vezes e gosto muito do que o Milan representa. O que se passou da primeira vez foi incrível, deram-me felicidade quando joguei no Milan. Na segunda vez, deram-me amor e sinto que só quero retribuir.

Sobre a vida fora dos relvados

Como aceitei não jogar mais, está tudo bem. Estou em paz com isso. Então é por isso que não sinto falta de jogar futebol. O que quero dizer quando digo que fico frustrado e não posso estar em campo, é por causa da minha experiência, por quem sou, pelo que sou capaz de fazer; é nessas situações que fico frustrado. Mas não é como se sentisse falta de jogar.

Tenho ótimos colegas e trabalho com boas pessoas que me estão a ajudar. Somos jovens, temos fome de vencer, grandes ambições e uma grande visão para o futuro, e por causa disso todos têm uma grande vontade de fazer mais. Não estamos satisfeitos até conseguirmos o que queremos, que é ganhar. Falamos muito com os jogadores, todos nós. Mas eu, enquanto antigo jogador, falo ainda mais, gosto do contacto diário com o plantel. Faz parte das minhas funções e do percurso nesta nova carreira fora dos relvados: estar por perto, ajudar e aconselhar.

Sobre a celebração do 125º aniversário do Milan

Dar para ver no clube: todos estão animados. Vamos fazer grandes coisas para o 125º aniversário e temos algumas surpresas. Não posso revelar tudo porque assim deixava de ser surpresa.

Somos apenas uma nova geração que quer deixar a sua marca na história do clube. O passado serve para inspirar o presente, e é a mistura dessas duas realidades que vai trazer sucesso. Assim se mostra o que o Milan é e o que vale. Temos de nos lembrar de como era antes para seguirmos em frente, rumo ao futuro, porque o passado decide o futuro. E temos muito orgulho em fazer parte desta história.

Sobre Christian Pulišić e Tijjani Reijnders

O Pulišić é o nosso Capitão América. Ele está muito bem, pode ver-se que está feliz. Quando se representa o Milan, e podem perguntar a todos os jogadores, é essa a sensação que se tem, de felicidade. Todos responderiam isso e todos estão felizes e divertidos porque estão num grande clube. Colocámo-los numa situação privilegiada, para que só tenham de pensar em futebol e dar o melhor quando entrarem em campo. No que diz respeito ao Pulišić, como que ganhou nova vida. E nota-se que está muito feliz em campo e por isso está a ter um desempenho de alto nível.

Já sobre o Reijnders, acho que é o jogador que mais se desenvolveu no plantel em pouco tempo, já que ao longo de dois anos contratámos muitos jogadores, com perfis e personalidades diferentes, e ele foi que tem mostrado um desenvolvimento incrível. Poucos adeptos o conheciam, mesmo que fosse figura de destaque do AZ Alkmaar. Está a mostrar que é um jogador de alto nível e acredito que pode crescer ainda mais.