Performance na Champions League: como a bravura do Milan derrotou o Real Madrid
sexta-feira, 8 de novembro de 2024
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Ole Gunnar Solskjær e a unidade de análise da UEFA observaram como a coragem do Milan ajudou a vencer o Real Madrid no Bernabéu.
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"O Milan foi impressionante na construção e na posse de bola", disse o observador de jogos da UEFA, Ole Gunnar Solskjær, ao avaliar o sucesso da equipa de Paulo Fonseca no reduto do Real Madrid, na terça-feira.
A forma como os visitantes italianos controlaram o centro do campo e ameaçaram pelo lado esquerdo, em particular, merece um olhar mais atento e, aqui, a unidade de análise da UEFA esclarece como os rossoneri superaram os campeões em título a caminho de uma merecida vitória por 3-1.
Começando pelo primeiro gráfico acima, este mostra o posicionamento do Milan em posse de bola. Sem a bola, o Milan formava-se num 5-4-1; com a bola, a sua forma mudava para um 4-2-4 ou mesmo para um 2-4-4 por vezes.
Isto exigia "coragem", como Fonseca disse depois, e, como mostra o gráfico, Theo Hernández entrava em território madridista a partir da sua posição de lateral-esquerdo, com Emerson à direita, mais recuado. Enquanto isso, com Rafael Leão e Yunus Musah a dar largura ao ataque, Christian Pulišić e Álvaro Morata ocupavam espaços no centro, muitas vezes vagueando entre o meio-campo e a linha defensiva do Real Madrid.
Estes pontos são todos ilustrados neste primeiro vídeo, que mostra a preparação para o canto que originou o primeiro golo do Milan. Há uma corrida para trás de Tijjani Reijnders - reflectindo a observação de Solskjær de que sempre que ganhavam a bola "pensavam imediatamente em avançar no terreno" -, mas a chave é Morata a descer na profundidade e a chegar à bola enquanto os laterais se mantêm altos e abertos. Como mostra o vídeo, assim que Morata recebe a bola virada para a frente, Rafael Leão parte em corrida para trás.
Esta repartição dos jogadores do Milan que mais receberam a bola entre as linhas destaca a influência de Pulišić (sete) e Morata (quatro), que foram cruciais para o controlo do jogo a nível central. Reijnders (seis) e Youssouf Fofana (três) também trabalharam bem atrás dos dois atacantes madridistas.
Como sublinha este terceiro gráfico, Rafael Leão foi fundamental pelas suas dinâmicas arrancadas a partir de trás - 18 no total. Se o Milan conseguia dominar a partir do centro, ele destacava-se por explorar os espaços nas costas, a partir da sua posição na esquerda.
As principais características da exibição do Milan são evidentes novamente neste segundo vídeo. Vemos Morata a trabalhar em profundidade e o movimento de Pulišić entre linhas, com este último a apoiar o avançado espanhol enquanto trabalham a bola para a direita. Também é visível a superioridade numérica do Milan e o controlo dos espaços centrais, onde Fofana não sofre qualquer contestação ao escolher Rafael Leão para mais uma investida na defesa madrilena.
A ameaça do Milan pelo lado esquerdo foi ainda maior pelas acções de apoio de Hernández e o impacto dessa dupla é enfatizado pelo gráfico final abaixo, que mostra que 49% dos seus passes para o terço final foram para a Linha 1, à esquerda. Três desses passes levaram à criação de uma oportunidade, com Solskjær a afirmar: "O lado esquerdo foi dominante, com o maior número de oportunidades criadas a partir deste flanco."
A última palavra cabe ao próprio Fonseca, que destacou a coragem da sua equipa para jogar desta forma no Santiago Bernabéu. O treinador do Milan disse: "O facto é que conseguimos aproveitar os erros do Real Madrid, quer com o jogo posicional, quer com a nossa excelente atitude. É preciso coragem para jogar como jogámos mas compreendemos bem os momentos do jogo, como quando acelerar e quando pressionar."