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In the Zone: Lição do Benfica a atacar

O painel de Observadores Técnicos da UEFA detalha os principais fatores por detrás da vitória do Benfica sobre a Juventus, analisando os seus principais jogadores, distribuição rápida e utilização das alas.

In the Zone: Análise ao Benfica

O Benfica garantiu o seu lugar nos oitavos-de-final da UEFA Champions League com uma emocionante vitória por 4-3 sobre a Juventus na quinta jornada.

A equipe de Roger Schmidt chamou a atenção com sua velocidade e criatividade, especialmente nos canais, pois manteve o ritmo com o Paris Saint-Germain no topo do Grupo H com uma terceira vitória em cinco jogos – e eliminou a Juventus no processo.

Neste artigo da FedEx, o painel de Observadores Técnicos da UEFA destaca o jogo ofensivo de uma equipa do Benfica invicta há 20 jogos em todas as competições desde o início da época.

Golos

Resumo: Benfica 4-3 Juventus

1-0: António Silva (17)
O primeiro golo do defesa-central pelos seniores e o primeiro da equipa após um canto. Enzo Fernández combina com João Mário e depois cruza para o coração da área, onde o jovem de 18 anos se antecipa ao adversário para facturar.

1-1: Moise Kean (21)
Primeira titularidade esta época no torneio e primeiro golo do avançado desde Dezembro. Canto de Filip Kostić, desvio de Danilo e cabeceamento de Dušan Vlahović para defesa do guardião, com o Nº18 a marcar na recarga.

2-1: João Mário (28, pen)
A pressão de Fredrik Aursnes fez com que Juan Cuadrado tocasse na bola com a mão. João Mário enganou Wojciech Szczęsny e converteu o seu terceiro penálti nesta edição.

3-1: Rafa Silva (35)
Aursnes corta o cabeceamento de Leonardo Bonucci e serve o Nº27, que temporiza antes de solicitar João Mário na direita e correr para a área, onde sem marcação finaliza com um toque de calcanhar na cara de Szczęsny.

4-1: Rafa Silva (50)
Alejandro Grimaldo antecipa-se e corta saída italiana para o ataque, servindo de pronto o extremo, que aproveita o espaço pelo centro para se isolar e depois frente-a-frente com Szczęsny pica-lhen a bola por cima.

4-2: Arkadiusz Milik (77)
Numa jogada construída por dois suplentes, o jovem Samuel Iling-Junior fintou o marcador directo e escapou em velocidade, cruzando para a área, onde o Nº14 rematou de primeira à meia-volta para um golo de belo efeito.

4-3: Weston McKennie (79)
Iling-Junior volta a romper pela esquerda e cruza, com o guardião Odysseas Vlachodimos a não agarrar, permitindo a recarga de Matías Soulè, que apesar de bloqueada deixa a bola à mercê do norte-americano, que não perdoa.

Melhor em Campo: Rafa Silva

Autor do único golo frente ao FC Porto, no jogo anterior, o bis antes a Juventus permitiu-lhe passar a somar nove esta época. Uma exibição notável que poderia ter sido coroada com um "hat-trick", endo estado perto desse feito em duas ocasiões. A análise do observador da UEFA foi concludente: "Marca golos, é sempre perigoso no ataque, tem boa técnica e é capaz de liderar a equipa". Rafa Silva joga e faz jogar, como ilustra a sua capacidade de passe, sendo que nesta jornada foi o terceiro com mais passes no último terço (28), atingindo uma percentagem de acerto de 85,2 por cento.

Tácticas

Benfica

A atacar o Benfica esquematizou-se em 4-2-4
A atacar o Benfica esquematizou-se em 4-2-4

Partindo do 4-2-3-1, o Benfica teve em Aursnes (8) e João Mário (20) elementos vitais: a defender recuaram no terreno para fazer um 4-4-2 enquanto Rafa Silva (27) e Gonçalo Ramos (88) pressionavam os defesas da Juventus; a atacar ajudaram a alargar a frente de ataque, em 4-2-4.

Juventus

A Juventus esquematizada em 3-5-2
A Juventus esquematizada em 3-5-2

A equipa italiana partiu do 3-5-2, que se transformou em 5-3-2 a defender, com Manuel Locatelli (5) como o médio mais recuado. Em termos criativos, os "bianconeri" suportaram-se nos alas Cuadrado (11) e Kostić (17), com o sérvio a destacar-se pela velocidade e capacidade de cruzamento.

Destaques

O trabalho do Benfica nos flancos foi uma característica fundamental do seu desempenho, segundo o observador da UEFA. O vídeo acima oferece exemplos de como os seus laterais ficavam relativamente recuados para atrair os laterais da Juventus, com o objectivo de os pressionar, criando espaços na retaguarda italiana que Aursnes e João Mário exploraram com bons resultados.

A formação lisboeta destacou-se na criação de situações de um-contra-um, ajudada por passes rápidos e trocas de posição no meio-campo adversário. O observador destacou a rapidez de acção, resistência e força nos duelos de Aursnes, enquanto no outro flanco João Mário conferiu experiência e capacidade técnica à equipa.

Geralmente, após ganhar a bola, o Benfica é uma equipa que avança rapidamente no terreno, ajudada por ter jogadores fortes no drible. Na terça-feira, não só circulou a bola com rapidez como o fez com uma precisão notável, atingindo uma percentagem de acerto de 86,2 por cento no último terço.

Mais atrás, o painel de Observadores Técnicos da UEFA também destacou o trabalho do médio Fernández, que ditou o ritmo do jogo graças à sua exímia inteligência táctica e capacidade de passe.

Quanto à Juventus, reentrou na luta pelo resultado após colocar em campo Fabio Miretti, Soulè e Iling-Junior, três jogadores que rejuvenesceram a forma de jogar da equipa. Assumiram risco e conseguiram incomodar a defesa encarnada, principalmente Iling-Junior, cujos quatro cruzamentos estiveram na origem de dois golos.

O problema da equipa de Massimiliano Allegri foi uma pobre exibição defensiva na primeira parte, onde sofreu três golos, aumentando para oito o número de golos sofridos nos primeiros 45 minutos de jogos na fase de grupos desta época. Pagou um preço alto por isso, com a primeira eliminação nesta fase desde 2013/14.

Declarações dos treinadores

Roger Schmidt, treinador do Benfica
"A nossa equipa tem muita qualidade, força mental e espírito de equipa. Sem isso não seria possível jogar tanto tempo a este nível. Agradeço o que os jogadores e adeptos estão a fazer a cada jogo. Hoje foi um grande dia para o Benfica. O Rafa é um jogador de topo e que tem tudo o que é preciso para jogar ao mais alto nível, como se viu no lance do 3-1".

Massimiliano Allegri, treinador da Juventus
"Mais do que a abordagem errada, penso que fomos demasiado passivos a defender na primeira parte. Estamos desiludidos e zangados porque estamos fora da Champions League. Gostei dos jovens que entraram, pois mostraram atitude e qualidade num período em que a equipa conseguiu mostrar do que é capaz, pena não ter sido suficiente".