Relatório Técnico da UEFA Champions League: O impacto dos suplentes
quarta-feira, 24 de agosto de 2022
Sumário do artigo
The UEFA Technical Observers' review of the 2021/22 UEFA Champions League season discusses how changes effected games and weigh up the merits and drawbacks of using five substitutes.
Conteúdo media do artigo
![Rodrygo festeja depois de marcar ao Manchester City Rodrygo festeja depois de marcar ao Manchester City](https://editorial.uefa.com/resources/0278-15f13206dcdb-e27d947965b6-1000/format/wide1/fbl-eur-c1-real_madrid-man_city.jpeg?imwidth=158)
Corpo do artigo
Os Observadores Técnicos da UEFA que marcaram presença em todos os jogos da UEFA Champions League 2021/22 partilharam os seus pensamentos sobre as tendências mais visíveis na competição no habitual Relatório Técnico anual da prova.
O UEFA.com olha para alguns desenvolvimentos importantes o que toca a substituições e a fazer saltar jogadores do banco, depois de uma campanha em que Rodrygo salvou por várias vezes o Real Madrid.
Mudanças para melhor
Não houve melhor exemplo do poder de fazer a substituição certa na Champions League na temporada passada do que o vencedor da prova, o Real Madrid.
Efectivamete, nenhum suplente teve tanto impacto na edição 2021/22 do que o jovem avançado brasileiro do Real Madrid, Rodrygo. Na segunda mão dos quartos-de-final, contra o Chelsea, ele trouxe a sua equipa de volta ao jogo na primeira vez que tocou na bola. E, para provar que não foi obra do acaso, voltou a sair do banco na segunda mão das meias-finais, contra o Manchester City, para marcar por duas vezes na estrondosa recuperação do Real Madrid.
Como sublinha o Relatório Técnico, Rodrygo não foi o único suplente a brilhar vindo do banco. Com efeito, dos 29 jogos dos oitavos-de-final, em 11 houve um jogador vindo do banco a marcar. Para reforçar este ponto, dos 25 golos marcados ao longo da prova nos descontos do segundo tempo, 12 foram apontados por suplentes – incluindo o segundo de Rodrygo contra o City.
Com esse número em mente, o relatório considera os pontos-chave para fazer as substituições certas e cita outros exemplos oferecidos pelo Real Madrid, cujo treinador Carlo Ancelotti não mostrou nunca problemas em fazer alterações arriscadas. Na referida partida com o City, por exemplo, colocou Eduardo Camavinga no lugar de Luka Modrić – e foi recompensado, com o jovem francês a passar a bola a Karim Benzema no lance do primeiro golo de Rodrygo.
Para os Observadores Técnicos da UEFA, este tópico foi ainda mais significativo pelo facto de os treinadores poderem agora recorrer a cinco suplentes. Refletindo sobre o desafio de usar esse recurso com sabedoria, Roberto Martínez, seleccionador da Bélgica e observador de jogos da UEFA, disse: "Não se trata de quanto tempo joga, mas da qualidade do seu tempo de jogo. Isso nasce do que o treinador faz no balneário, conseguindo criar um ambiente onde todos são importantes. E isso é essencial. Se conseguir criar esse ambiente, cinco suplentes é uma mais-valia muito positiva."
Outro treinador de renome citado no relatório, Fabio Capello, antigo treinador do AC Milan, com quem venceu a UEFA Champions League, disse: "O mais importante para mim é o respeito entre todos os jogadores - quando se faz uma substituição, você tem o respeito do outro que entra. O Real Madrid tem jogadores jovens muito bons porque os jogadores mais velhos colocam o respeito na mente desses, mais novos."
A regra das cinco substituições
Esta foi a segunda época completa em que as equipas puderam fazer cinco substituições, em vez de três, e o finalista vencido Liverpool foi um dos que mais substituições efectuou, com uma média de 4,8 por jogo, superado apenas por Inter, FC Porto e Sporting CP.
Das 60 substituições efectuadas pelo Liverpool, 27 foram de médios que entraram para dar nova energia ao centro do terreno. Mais à frente, Roberto Firmino marcou por três vezes vido do banco, enquanto o extremo Luis Díaz desempenhou um papel importante como suplente utilizado na vitória, com reviravolta no marcador, na segunda mão das meias-finais sobre o Villarreal com as suas arrancadas incisivas e o golo do empate.
O Relatório Técnico oferece opiniões variadas sobre os méritos das cinco substituições: "Um dos observadores da UEFA apontou para o risco de erros de jogadores recém-introduzidos enquanto se ajustavam ao ritmo de jogo. Outro sugeriu que as cinco substituições trouxeram o potencial de inverter o jogo e foi interessante ver que Pep Guardiola, no Manchester City, recorreu a uma média de apenas 3,6 substituições por jogo – o quarto número mais baixo entre as 32 equipas que participaram na prova a partir da fase de grupos..
"Isso levantou duas questões: se Guardiola não queria estragar o ritmo de jogo da sua equipa, ou se sente que tem a mesma qualidade de no banco para as especificidades que ele pede aos seus jogadores."
Note-se que Guardiola usou 26 jogadores – o quinto maior número total – mostrando uma preferência por alternar os seus jogadores de jogo para jogo em vez de trocá-los no meio do encontro (o vizinho do City, o Manchester United, foi quem mais jogadores usou: 31).
Explorando ainda mais o impacto potencial da regra das cinco substituições, Aitor Karanka oferece outra visão no relatório: "Em vez de 20 ou 22 jogadores, talvez 18 seja melhor, pois eles terão mais oportunidades e será mais fácil construir uma relação onde todos sentem que podem jogar'."
Outra observadora de jogos da UEFA, Vera Pauw, preferiu concentrar-se nas maiores possibilidades que os treinadores têm agora para ajustar a sua estratégia a meio do jogo. "Podem responder ao que o outro treinador está a fazer e ainda ter a oportunidade de mudar a estratégia no final do jogo", frisou.