Carlo Ancelotti, treinador do Real Madrid: a final da UEFA Champions League contra o Liverpool e fazer mais história
quinta-feira, 26 de maio de 2022
Sumário do artigo
"Adapto-me às mudanças porque tenho uma grande paixão por este desporto," diz o treinador do Real Madrid ao UEFA.com numa altura em que procura ser o primeiro a conquistar o quarto título na Champions League.
Conteúdo media do artigo
Corpo do artigo
Numa altura em que se prepara para atingir o recorde de cinco participações numa final da UEFA Champions League como treinador, o lugar de Carlo Ancelotti na história da competição está já garantido.
Caso o Real Madrid vença o Liverpool em Paris, o italiano de 62 anos também se tornará no primeiro técnico a ganhar quatro vezes o troféu, isto após os triunfos à frente do Milan em 2003 e 2007, e na primeira passagem pelo actual clube em 2014.
Com um título espanhol conquistado, as qualidades de Ancelotti ajudaram a fazer da sua época de regresso ao Santiago Bernabéu um sucesso, que seria ainda mais memorável caso conseguisse juntar mais um troféu que venceu duas vezes como jogador do Milan.
Antes da final de 28 de Maio, Ancelotti falou ao UEFA.com sobre defrontar o Liverpool, gerir homens e muito mais.
Sobre o Liverpool
Na minha carreira na Champions League, defrontámo-nos muitas vezes. A primeira foi em 1984 na final, em Roma. Não joguei porque estava lesionado. Depois, em 2005 e 2007, [quando Ancelotti era treinador do Milan] e, claro, a rivalidade cresceu durante o período em que trabalhei no Everton. Eles têm um grande plantel, são difíceis de enfrentar. Jogam num nível muito elevado, com grande poder físico, mas vai ser um prazer defrontá-los na final.
[Na decisão de 2005] Essa foi a melhor equipa que treinei e que jogou numa final. Infelizmente, no futebol existe essa imprevisibilidade que não se pode controlar. É difícil de explicar. É difícil de explicar como marcámos dois golos num minuto aos 90 minutos contra o [Manchester] City [nas meias-finais]. São coisas que acontecem e é preciso aceitar. O futebol oferece sempre uma oportunidade de redenção e isso aconteceu dois anos depois [quando o Milan venceu o Liverpool na final de 2007].
Sobre a suposta "vingança" do Liverpool
O Liverpool vai tentar vingar a derrota na final de 2018 contra o Real Madrid? O Real Madrid também perdeu uma final frente ao Liverpool em Paris [em 1981]. Penso que não tem muito significado. São duas grandes equipas, e a que tiver mais coragem e personalidade irá vencer.
O Liverpool tem muita qualidade como equipa, joga com alta intensidade e tem boa organização. Eles são uma das melhores equipas. O Jürgen Klopp é um grande treinador. Tenho um bom relacionamento com ele. É um treinador que trouxe algumas coisas novas para o futebol, com a intensidade e pressão ofensiva [das suas equipas]. Está a fazer um óptimo trabalho.
Sobre chegar à quinta final da Champions League
Pensei sobre isso. Sim, passaram-se muitos anos desde a primeira vez. O futebol mudou e eu consegui adaptar-me a essas mudanças. Desde a primeira final em 2003 até hoje, houve muitas mudanças positivas. O futebol é um espectáculo muito interessante, e eu adapto-me às mudanças porque tenho uma grande paixão por este desporto.
Qual é a sensação de ganhar? Ganhar a competição mais importante é sinal de que fizemos bem o nosso trabalho. Se é diferente ganhar como treinador e como jogador? Bem, sim. Os sentimentos e as emoções são diferentes. São mais fortes quando se vence como treinador. Como jogador, você faz parte de um grupo que ganha o troféu, mas como treinador temos muito mais responsabilidades.