In the Zone: Análise ao Chelsea 2-0 LOSC
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022
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O Painel de Observadores Técnicos da UEFA analisa a vitória do Chelsea, por 2-0, na primeira mão dos oitavos-de-final sobre o LOSC Lille.
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O campeão Chelsea deu um passo em direcção aos quartos-de-final com a vitória em casa, por 2-0, sobre o LOSC, na noite de terça-feira.
Neste artigo apresentado pela FedEx, o painel de observadores técnicos da UEFA analisa a capacidade de contra-ataque e as alterações tácticas que ajudaram os ingleses na vitória da primeira mão dos oitavos-de-final.
Golos
1-0: Kai Havertz (8)
O golo do Chelsea surgiu de um canto de Hakim Ziyech, que se seguiu a uma defesa de Leo Jardim com o remate de Havertz a concluir uma jogada que envolveu sete jogadores do Chelsea. Havertz foi inteligente na sua movimentação desde trás, passando perto de um colega de equipa, tendo aproveitado para inaugurar o marcador em grande estilo.
2-0: Christian Pulišić (63)
O Chelsea destacou-se no contra-ataque, depois de um ataque do LOSC ter terminado pelo suplente Ruben Loftus-Cheek. Thiago Silva passou a bola para N'Golo Kanté que, a 15 metros do seu meio-campo, levou a bola até encontrar o momento certo para assistir Pulišić. O norte-americano deu dois toques e depois, com o terceiro, levantou a bola fora do alcance de Leo Jardim.
Melhor em Campo: N'Golo Kanté
O observador técnico da UEFA citou uma série de qualidades ao dissecar o excelente desempenho geral do centro-campista francês: a sua qualidade técnica, a intensidade e a capacidade para recuperar a bola (dez recuperações), a par do excelente critério quando em posse. Destaque ainda para a distância percorrida, bem ilustrado pela sua cavalgada que deu origem ao segundo golo.
Formações tácticas
Chelsea
O Chelsea montou um 3-4-3 em que os seus defesas-centrais – em especial Andreas Christensen (4) e Antonio Rüdiger (2) – procuraram iniciar os ataques com passes diagonais para os laterais, César Azpilicueta (28) e Marcos Alonso (3), que testou a capacidade do meio campo do LOSC. Mateo Kovačić (8) e Kanté (7), os dois médios centrais, mantiveram um ritmo elevado e tinham três avançados à sua frente, que pareciam estar sempre em movimento, seja encontrando espaços entre as linhas ou optando pela profundidade. Este último ponto foi particularmente evidente para Havertz (29) e Pulišić (10), enquanto Ziyech (22) optou mais pela posse de bola.
Sem a bola os laterais do Chelsea recuaram, formando uma linha de cinco homens com os defesas-centrais a cerca de 25-30 metros da baliza, o que ajudou a equipa a manter-se compacta. Quando Ziyech e Pulišić recuavam, o Chelsea apresentava um 5-4-1, especialmente quando não tinha a bola.
LOSC
Os campeões franceses apresentaram uma formação em 4-3-3 (transformando-se por vezes em 4-2-3-1) com uma boa ligação entre as suas linhas defensivas e meio campo, nomeadamente através do trabalho impressionante de Xeka (8), que também tentou influenciar o jogo ofensivo (dois passes de rotura). Esta ligação ajudou-os a manterem-se bastante sólidos defensivamente, embora com a bola os campeões franceses tenham tido menos sucesso na ligação com uma linha de ataque liderada por Jonathan David (9).
Dos seus jogadores de ataque, Renato Sanches (18) chamou a atenção pela direita, com a sua postura com a bola, principalmente no primeiro tempo; o internacional português quase levou Rüdiger a colocar a bola na sua baliza bem cedo. No lado esquerdo, Jonathan Bamba (8) também merece crédito, pois fez três passes importantes e teve mais cruzamentos (12) do que qualquer outro jogador esta semana na UEFA Champions League.
Destaques
O Chelsea começou o jogo com um ritmo rápido, movimentando a bola rapidamente entre as linhas. Uma característica forte do seu jogo é a intensidade em transição. Com os seus avançados móveis, avançam em alta velocidade e, um desses movimentos, levou canto a partir da qual Havertz abriu o marcador. Os ingleses também foram rápidos em voltar às posições defensivas ao perder a posse de bola. Nesse sentido, ajuda ter um médio como Kanté capaz de cobrir todo o terreno, disputar duelos e recuperar bolas.
Este foi o quinto jogo consecutivo do Chelsea sem sofrer golos em casa na competição – o primeiro de um clube inglês na Taça dos Campeões Europeus/Champions League. Thomas Tuchel tem no guarda-redes Édouard Mendy um elemento bastante concentrado e à sua frente Thiago Silva foi formidável na leitura táctica do jogo, tendo feito 12 recuperações ao longo dos 90 minutos, além de vencer quatro dos seus cinco duelos pelo ar.
No geral, o Chelsea limitou o LOSC a remates de longa distância, já que os atacantes visitantes lutaram para se impor aos cinco defesas dos anfitriões, não ajudados pela incapacidade dos seus médios em dar apoio. Assim, enquanto o LOSC somou 15 remates, apenas dois foram enquadrados, em comparação com os quatro da equipa da casa, em oito tentativas. O Chelsea, com mentalidade vencedora e mais realista, leva vantagem.
Declarações dos treinadores
Thomas Tuchel, treinador do Chelsea
"Foi mais um jogo sem sofrer golos e um bem merecido triunfo. Foi difícil não permitir oportunidades, pois o adversário é uma equipa forte. Tivemos alguns altos e baixos mas nunca demos grandes oportunidades e fomos sólidos.
Mudámos a estrutura após o intervalo para ter um bloco de cinco com três no meio campo. Depois criámos oportunidades, conseguimos o golo mas depois fomos algo passivos e recuámos em demasia. A partir daí sofremos um pouco."
Jocelyn Gourvennec, treinador do LOSC
"O Chelsea domina quase sempre os jogos e tem muita posse de bola. Ainda assim, quase igualámos o adversário nesse aspecto. Isso significa que estávamos no jogo. Eles foram mais objectivos e nós cometemos muito poucos erros, mas os que cometemos resultaram em dois golos.
Sofremos golos evitáveis e não fomos derrotados por alguns momentos de inspiração mas através de um canto e um contra-ataque bem conduzido. Penso que é injusto pelo que produzimos."