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In the Zone: análise do Inter 0-2 Liverpool

O painel de Observadores Técnicos da UEFA analisa a vitória fora do Liverpool contra o Inter.

In the Zone: Liverpool's set play threat

A capacidade do Liverpool para devastar defesas com a velocidade dos seus ataques tem sido essecial para o seu sucesso sob o comando técnico de Jürgen Klopp. No entanto, em San Siro, na noite de quarta-feira, os Reds precisaram de fazer uso de outra das armas do seu arsenal.

Neste artigo apresentado pela FedEx, o painel de Observadores Técnicos da UEFA aborda a ameaça das bolas paradas que valeu aos ingleses uma suada vitória ante o Inter na primeira mão dos oitavos-de-final.

Como tudo aconteceu: Inter 0-2 Liverpool


Golos

Resumo: Inter 0-2 Liverpool

0-1: Roberto Firmino (75)
O golo de Firmino – o seu 11º saindo do banco pelo Liverpool – surgiu na sequência de uma bola parada que pareceu sair directamente do centro de treinos do clube em Kirkby. Andy Robertson cruzou da direita ao primeiro poste, com Firmino a cabecear de um ângulo difícil e a atirar a contar ao poste mais afastado. O observador da UEFA notou que os jogadores mais altos do Liverpool estavam todos concentrados no meio da área e que a bola foi enviada para o primeiro poste, onde Firmino se antecipou a Alessandro Bastoni.

0-2: Mohamed Salah (83)
O Liverpool fica a dever o seu segundo golo à sua capacidade de reciclar o perigo resultante das situações de bola parada. Embora o livre de Robertson cobrado na direcção na pequena área tenha sido cortado de cabeça, os Reds criaram outra oportunidade para Trent Alexander-Arnold cruzar de uma posição similar no lado direito. Com tempo e espaço, o lateral fez a bola chegar a Virgil van Dijk, que cabeceou na direcção da marca de grande penalidade. Aí, Stefan de Vrij apenas conseguiu tocar ao de leve na bola e Salah estava no sítio certo para aproveitar a bola perdida, com o seu remate rasteiro a bater Handanović.

Melhor jogador: Virgil van Dijk

O observador técnico da UEFA fez a seguinte avaliação do capitão do Liverpool: "Ele era um verdadeiro líder da sua equipa. Ele foi muito sólido na defesa, estando no lugar certo com algumas grandes - e vitais - intercepções. Raramente errou um passe e foi uma ameaça constante nos lances de bola parada."

Formações das equipas

O Inter alinhou num 3-5-2
O Inter alinhou num 3-5-2

Inter
O Inter alinhou em 3-5-2, mas, como mostra este gráfico, a sua formação foi fluida. De Vrij (6) ficou várias vezes atrás dos dois outros centrais, o poderoso Milan Škriniar (37) e Bastoni (95). Marcelo Brozović (77) foi o médio defensivo do trio central dos anfitriões. Enquanto isso, os laterais Denzel Dumfries (2) e Ivan Perišić (14) subiram no campo, muitas vezes tão alto quanto os avançados.

Os Nerazzurri foram fortes e disciplinados, sendo que o seu trabalho duro em todo o campo refletiu-se nas suas 70 recuperações de bola ao longo da noite – mais do que qualquer outra equipa nesta semana – com Arturo Vidal (22) a assinar dez delas e ainda sete desarmes. Como disse o lateral-direito Dumfries depois: "Lutámos muito, mantivemos as linhas juntas; era difícil para eles jogar sob pressão."

Liverpool set up in their usual 4-3-3 formation
Liverpool set up in their usual 4-3-3 formation

Liverpool
A formação de Klopp alinhou no seu habitual 4-3-3 com um meio-campo muito junto e Fabinho (3) no papel de pivô. Dada a pressão exercida pelo Inter, o observador técnico da UEFA destacou o trabalho da forte dupla dos visitantes formada pelo já mencionado Van Dijk (4) e por Ibrahima Konaté (5).

Contratado no Verão passado ao Leipzig, Konaté foi gradualmente integrado na equipa de Anfield. Não joga na Premier League desde 2 de Janeiro, mas depois de esperar até ao final de Novembro para assinalar a sua estreia europeia pelo clube, já soma três partidas consecutivas na UEFA Champions League e chamou a atenção em Milão com o seu poder físico nos duelos, tanto no ar como no relvado, registando quatro interceptações e dois remates bloqueados.

Destaques

Penáltis à parte, o Liverpool é a equipa mais prolífica da Premier League desta temporada, com 14 golos em lances de bola parada. Os seus esforços esta semana significam que agora também ocupam o primeiro lugar no ranking de bolas paradas da Champions League, com cinco golos – cinco a mais do que conseguiram na campanha da temporada passada.

Contra o Inter, o Liverpool parecia uma equipa com um plano a partir de todas as oportunidades de bola parada e foi forte e agressivo na conquista da maioria das segundas e terceiras bolas, que foi a fonte do seu segundo golo.

O seu primeiro canto aos nove minutos destacou a sua ameaça. Depois de Fabinho ter vencido o primeiro cabeceamento, uma tentativa de remate de Sadio Mané quase inadvertidamente serviu o brasileiro, que havia marcado de um lance de bola contra o Burnley três dias antes. Com o Liverpool mais rápido nas bolas soltas, os Reds acabaram por colocar a bola de volta ao meio, onde coube a Thiago Alcántara disparar por cima. Logo depois, no primeiro livre de Robertson cobrado na direcção da área, Mané cabeceou por cima. Estava dado o mote.

Quando se tratava de cantos, o Liverpool defendia à zona, com alguns bloqueios. O conjunto de Anfield tinha todos os homens na pequena área, com Salah a guardar a entrada da área. O Inter tinha abordado o encontro com o estatuto de equipa com mais golos marcados de canto na fase de grupos (três, juntamente com o Chelsea), mas a bem organizada defesa do Liverpool levou vantagem. Dito isto, os campeões italianos ameaçaram duas vezes nos seus sete cantos. Aos 40 minutos, um remate certeiro de Hakan Çalhanoğlu foi recebido por Škriniar em posição central, fora da área de cinco metros, mas este cabeceou ao lado. Depois, aos 72 minutos e na sequência de outro remate de Çalhanoğlu, Dumfries rematou por cima.

Em vez disso, o melhor remate da equipa da casa veio de uma jogada corrida, quando Hakan Çalhanoğlu acertou na parte inferior da trave durante uma primeira parte apertada. O melhor momento do Inter veio no início do segundo tempo, quando passou bem a bola e em alta velocidade. No entanto, as três alterações do Liverpool aos 59 minutos – as entradas de Luís Díaz, Jordan Henderson e Naby Keïta – ajudaram a mudar a dinâmica. Os seus lances de bola parada fizeram o resto.

Momentos da Semana da Champions League

Avaliação dos treinadores

Simone Inzaghi, treinador do Inter
"O futebol é decidido pelos pequenos detalhes e aquele cabeceamento do Firmino fez toda a diferença esta noite. Esta exibição, no entanto, deve dar-nos muita confiança porque fizemos um grande jogo. Não merecíamos perder, mas o futebol é assim mesmo."

Jürgen Klopp, treinador do Liverpool
"Acho que começámos muito bem, mas depois disso os nossos laterais ficaram sozinhos nas situações de um contra um com muita frequência. Isso não funciona. Não podemos vir aqui e esperar que vamos ter um dia brilhante. Não tivemos um dia brilhante, mas um dia bom o suficiente para obter um resultado. O Bobby fez um cabeceamento inacreditável e depois conseguimos um segundo golo."

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