Entrevista: David de Gea sobre o reencontro com o Atlético
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022
Sumário do artigo
"Gosto do facto de ter nascido em Madrid, mas no fundo é apenas uma cidade", diz o guarda-redes do United. "Agora sinto-me como se fosse de Manchester".
Conteúdo media do artigo
Corpo do artigo
Os oitavos-de-final da UEFA Champions League vão levar David de Gea de volta às suas raízes, com o guarda-redes do Manchester United a defrontar o Atlético de Madrid, sua antiga equipa, pela primeira vez desde que trocou a capital espanhola por Old Trafford, em 2011.
De Gea assuniu-se nos seniores do Atlético durante um período brilhante em que o clube conquistou a UEFA Europa League 2009/10 e a SuperTaça Europeia da UEFA 2010, ambos sob o comando do treinador Quique Sánchez Flores. No entanto, apesar de guardar boas memórias, o guardião de 31 anos insiste que neste regresso à capital espanhola tudo vai fazer para que a formação inglesa ganhe.
Sobre o reencontro com o Atlético
Gosto do facto de ter nascido em Madrid, mas no fim de contas é apenas uma cidade. Agora sinto-me como se fosse de Manchester. Sinto-me como qualquer outra pessoa de Manchester. Onde somos amados e bem reebidos é que consideramos a nossa casa. Estou aqui há muitos anos e, obviamente, tudo pode acontecer na vida, no mundo do futebol, mas honestamente não me vejo longe do Manchester United.
Claro que vou regressar a casa [nesta eliminatória], vou reencontrar o clube que me deu a oportunidade de ser quem sou hoje. Mas este é apenas mais um jogo. Todos querem jogar bem, queremos vencer, é um jogo da Champions League. Obviamente, desejo tudo de bom ao Atlético, mas não sei se o facto de jogarmos contra eles é um bom ou mau presságio. Qualquer jogador da nossa equipa vai lá para ganhar, principalmente eu.
Sobre a sua estreia pelo Atlético aos 19 anos
Na altura eu era uma espécia de terceira opção [atrás de Sergio Asenjo e Roberto]. Sempre acreditei em mim, treinava muito na altura e apenas tentava provar: "Estou aqui, posso ser jovem, mas sou suficientemente bom". Depois, uma infelicidade para o Roberto, que se lesionou, acabou por ser a minha oportunidade.
Quando o Quique [Sánchez Flores] chegou, a equipa mudou. Ganhámos jogo após jogo, e então houve uma altura em que Asenjo e eu estávamos disponíveis e ele optou por mim. Disputei quase todos os jogos. Chegámos à final da UEFA Europa League e ganhámos. E apesar de termos perdido final da Taça de Espanha, depois ganhámos a SuperTaça Europeia da UEFA frente àquela grande equipa do Inter.
Sobre o seu bom jogo de pés
A principal tarefa de um guarda-redes é evitar que a bola entre na baliza. Depois, se existir talento ou qualidade para ter um bom jogo de pés e uma boa visão de jogo, então isso é óptimo. Sinto-me muito confortável jogando com os pés, construíndo desde trás, mas depois também acaba por depender do treinador e do estilo de jogo que ele pretende.
A selecção espanhola joga com uma linha defensiva muito alta. Jogo assim desde as selecções jovens. Com a selecção tentamos sempre jogar assim, com uma linha muito alta. No United tentamos jogar com uma linha alta, mas alguns jogadores são muito rápidos e muito talentosos, e se a pressão não for suficientemente boa, a defesa pode ter problemas. Mas para quem esta na baliza, é preciso precisa estar um pouco adiantado, atento a potenciais passes para as costas da defesa, por forma a afastar o perigo.