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In the Zone: Análise ao Real Madrid 2-0 Inter

O painel de Observadores Técnicos da UEFA analisa a vitória que permitiu aos espanhóis vencerem o Grupo D.

In the Zone: a rotação posicional do Real Madrid

O Inter teve uma abordagem ousada no Santiago Bernabéu, em busca dos pontos que lhe permitiriam ultrapassar o Real Madrid no topo do Grupo D. Apesar dos visitantes terem dado nas vistas com pressão alta e jogo ofensivo, foi o Real Madrid quem venceu graças aos golos de Toni Kroos e Marco Asensio.

O painel de Observadores Técnicos da UEFA analisa a forma como o jogo se desenrolou.

Como foi: Real Madrid 2-0 Inter


Golos

Resumo: Real Madrid 2-0 Inter

1-0: Toni Kroos (17)
Numa jogada conduzida a bom ritmo, Rodrygo flectiu da direita para o centro e passou para Casemiro, cuja simulação apanhou Nicolò Barrella e deu tempo e espaço a Kroos, que desferiu um potente e colocado remate cruzado que não deu hipóteses a Samir Handanović.

2-0: Marco Asensio (79)
Pouco tempo após entrar em campo, Asensio mostrou uma técnica assinalável, com dois toques curtos recebendo e ajeitando a bola à entrada da área e depois rematando em arco junto ao ângulo superior, deixando o guarda-redes sem reacção.

Melhor jogador: Luka Modrić

"Sinto-me como se ainda não tivesse 30 anos", disse o jogador de 36 anos após o 100º jogo na competição. A sua inegável e duradoura qualidade voltou a exibir-se nesta partida, sempre disponível para organizar jogo e pronto para a luta quando era hora de defender. Como os Observadores Técnicos da UEFA fizeram questão de notar, a sua qualidade de passe e entendimento do jogo são vitais para a manobra ofensiva do Real Madrid.

Destaques

O Inter discutiu o resultado de forma valorosa
O Inter discutiu o resultado de forma valorosaIcon Sport via Getty Images

O Inter perdeu, mas a sua exibição deu sinais encorajadores antes da primeira presença nos oitavos-de-final da competição desde 2012. Na primeira parte, em particular, os homens de Simone Inzaghi tiveram um desempenho impressionante, pelo menos entre as duas áreas, tendo terminado com 6-1 a favor em cantos, embora tivessem chegado ao fim desse período em desvantagem por 1-0. O Inter mostrou-se disposto a correr riscos, lançando a bola para as costas da defesa adversária e pressionando alto de maneira agressiva – com os seus dois avançados, ambos os laterais e, às vezes, até mesmo os três médios, numa estratégia corajosa dado que deixava os três defesas-centrais a terem de lutar um contra um diante dos atacantes dos anfitriões.

O que isto significou é que o Real Madrid teve dificuldades em jogar através da pressão agressiva. Na verdade, depois de perderem a bola várias vezes, os anfitriões responderam fazendo com que o guarda-redes Thibaut Courtois fosse obrigado a fazer passes longos. Mais do que uma vez, o Inter recuperou a bola e voltou a construir. Na primeira parte, o Inter teve longos períodos de posse de bola, com Marcelo Brozović a pautar o jogo, ao mesmo tempo que teve três tentativas para chegar ao golo (duas bloqueadas, na outra a bola bateu na parte de cima da redes, mas do lado de fora).

Brozović também fez circular a bola para Barella, colocando o seu colega de meio-campo em boa posição para fazer o passe final – oportunidades muitas vezes desperdiçadas, junto com a grande ocasião em que Barella rematou passou por cima da trave logo após o intervalo.

Quanto ao Real Madrid, não foi a primeira vez esta época que se manteve atento e a defender em grande número, permitindo ao adversário assumir o comando do jogo ao mesmo tempo que se preparava para tentar contra-ataques perigosos. Éder Militão foi um jogador-chave no trabalho defensivo da sua equipa pela intensidade e concentração aplicadas e pelo impressionante poder de antecipação.

O Real Madrid procurou contrariar o 5-3-2 do Inter com duas parcerias fortes em ambos os lados do campo: Dani Carvajal e Modrić à direita e Ferland Mendy e Kroos à esquerda. A compreensão e o aproveitamento do espaço nas alas permitiram aos comandados de Ancelotti subir no terreno e criar oportunidades, como aconteceu no primeiro golo.

E vale a pena acrescentar que, apesar de todas as boas jogadas do Inter, foi o Real Madrid quem criou as melhores oportunidades, tendo acertado duas vezes dentro das redes – e com Rodrygo a rematar à barra e à rede lateral após o primeiro canto a favor dos "merengues" perto do intervalo.

Tácticas

Real Madrid

O Real alinhou com uma formação em 4-3-3
O Real alinhou com uma formação em 4-3-3

Ancelotti avançou com um 4-3-3 no Real Madrid, no qual contou com a presença dos seus três experientes centrocampistas para comandar o jogo. A largura foi dada por Vinícius Júnior (20) e Rodrygo (21), pois ambos que assumiram posições muito abertas em campo – à esquerda e à direita, respectivamente –, tentando situações de um contra um, mesmo que às vezes tenham tomado a opção errada. Na ausência de Karim Benzema, Luka Jović (16) foi a principal referência no ataque, mostrando uma boa movimentação à volta dos médios mais subidos do Inter e vontade de receber a bola dos médios de costas para a baliza.

Inter

Os laterais do Inter avançaram bem alto no campo na sua configuração  em 3-5-2
Os laterais do Inter avançaram bem alto no campo na sua configuração em 3-5-2

O Inter montou uma formação em 3-5-2. O pivot do meio-campo, Brozović (77), pareceu sempre dispor de muito tempo com a bola e desempenhou um papel proeminente com a sua capacidade de ler tacticamente a partida. Brozović foi o ponto focal do guarda-redes e dos médios-centros na tentativa de construir jogo e ligou bem com Barella (23) antes da expulsão deste último logo após a hora de jogo.

Na lateral direita, Denzel Dumfries ( 2) causou problemas ao Real Madrid com a sua velocidade, tendo sido um elemento importante para o Inter sair a jogar desde trás e receber o apoio de Danilo D'Ambrosio (33), que passava a cobrir o lado direito da defesa quando o holandês avançava no terreno. Com o desenrolar do jogo, Ivan Perišić (14) foi oferecendo cada vez mais possibilidades de saídas pelo flanco esquerdo.

Avaliação dos treinadores

Carlo Ancelotti, treinador do Real Madrid
"Não somos uma equipa com intensidade forte a defender, mas compensamos com qualidade na gestão da bola, experiência e empenho colectivo."

Simone Inzaghi, treinador do Inter
"Saímos daqui desiludidos pois jogámos muito bem, com personalidade, só que não aproveitámos as várias ocasiões que criámos e fomos castigados por isso."