In the Zone: Análise ao Juventus 4-2 Zenit
sábado, 6 de novembro de 2021
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O painel de Observadores Técnicos da UEFA analisa a vitória que colocou a Juventus nos oitavos-de-final.
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A Juventus garantiu a presença nos oitavos-de-final da UEFA Champions League a duas jornadas do fim, graças à vitória por 4-2 sobre o FC Zenit, na quarta-feira. Neste artigo, o painel de Observadores Técnicos da UEFA analisa os detalhes da quarta vitória consecutiva dos "bianconeri" no Grupo H, a primeira vez que o conseguiu na fase de grupos do torneio desde 2004/05.
Golos
1-0: Paulo Dybala (11)
Uma canto bem trabalhado, no qual Manuel Locatelli tocou a bola para Federico Bernardeschi efectuar um cruzamento que Matthijs De Ligt, vencendo o duelo com Yaroslav Rakitskyy, desviou para Dybala, que finalizou com um forte remate contra o relvado que fez a bola passar por cima de Stanislav Kritsyuk.
1-1: autogolo de Leonardo Bonucci (26)
Vyacheslav Karavaev encrou Danilo na esquerda do ataque do Zenit, passou a bola para o pé direito e fez um cruzamento que Bonucci, perante a presença de um adversário nas suas costas, abordou mal de cabeça e fez a bola entrar junto ao poste mais distante.
2-1: Paulo Dybala (58 pen)
Após Claudinho ter feito falta quando Federico Chiesa flectiu para dentro na área, Dybala converteu o penálti com um remate rasteiro junto ao poste esquerdo, mas o lance teve de ser impedido devido a dois jogadores do Zenit terem entrado na área. Na repetição, e sem mostrar nervosismo, procedeu de igual forma e marcou.
3-1: Federico Chiesa (73)
O extremo italiano concluiu uma jogada rápida que envolveu seis jogadores e começou no guarda-redes Wojciech Szczęsny. Recebendo um passe no lado esquerdo, a cerca de dez metros da área, enfrentou Dejan Lovren, fintou-o e rematou rasteiro de forma precisa junto ao poste mais distante.
4-1: Álvaro Morata (82)
O espanhol aguentou a pressão de um adversário numa saída para o contra-ataque, soltou para Dybala e depois acorreu ao passe a isolar do argentino, batendo Kritsyuk com um remate de primeira. Do ponto de vista do Zenit, Danil Krugovoi certamente lamenta não ter interceptado o passe de Chiesa para Dybala que deu início à jogada.
4-2: Sardar Azmoun (90+2)
Depois de um passe longo de Wílmar Barrios para a área, Artem Dzyuba saltou entre os dois centrais da Juventus e desviou para Azmoun, que bateu Szczęsny com um remate rasteiro.
Melhor Jogador
No seu 50º jogo na competição, Dybala iluminou a partida, com dois golos e uma assistência, feitos que lhe valeram a conquista do prémio de Melhor em Campo. O argentino foi uma ameaça constante, pedindo sempre a bola e assumindo a iniciativa. Tal como a sua equipa, esteve concentrado desde o apito inicial e não se poupou a esforços.
Táctica das equipas
Juventus
Os anfitriões apresentaram-se em 4-4-2 com dois avançados e uma ameaça consistente no lado direito, na pessoa do vertiginoso extremo Chiesa (No22). Quando não pressionavam alto, por vezes recuavam para o seu meio-campo, passando a dispor-se em 5-3-2. De Ligt (No4) foi uma presença sólida na defesa, vencendo quase todos os duelos, embora o maior destaque tenha sido a forma soberba como defenderam colectivamente, mantendo-se compacto se recuperando a bola nos momentos certos.
Zenit
A equipa de Sergei Semak alinhou em 3-4-2-1. A defender, mudaram para 5-2-3, com os laterais Aleksey Sutormin (No19) e Karavaev (No15) recuando e colocando-se de perfil com os centrais. Embora o Zenit tenha tentado manter-se compacto, a capacidade da Juventus para efectuar passes rápidos e precisos significou que os anfitriões ainda assim criaram oportunidades, mesmo em espaços reduzidos.
A principal força criativa do Zenit foi Claudinho (No11), que alinhou atrás do avançado Azmoun (No7). Com a sua visão e técnica, o brasileiro tentou tomar a iniciativa com bola - e foi sem dúvida o jogador que os colegas solicitabam em busca de um momento de inspiração. Durante os últimos 15 minutos, o Zenit mudou para 4-4-2, com Dzyuba a servir de referência ofensiva, secundado por Azmoun, e com outro suplente, Malcom (No10), a ameaçar pela direita.
Destaques
A Juventus tinha um plano de jogo claro e foi impressionante tanto em lances de bola corrida como em lances de bola parada, respondendo de forma impressionante a duas derrotas na Serie A. Foram acutilantes, fortes, enérgicos e ditaram o ritmo do jogo com e sem bola. Ficou claro que estiveram totalmente concentrados desde o início - evidenciado pela pressão imediata que permitiu recuperar a bola no último terço para Danilo cruzar, logo aos 60 segundos. Para sublinhar ainda mais este aspecto, antes do golo de Dybala, aos 11 minutos, Bernardeschi já tinha estado perto de marcar e Weston McKennie tinha acertado no poste.
O remate de McKennie, rasteiro e de longe, foi o resultado de outra sequência de intensidade elevada que mostrou a capacidade técnica da Juventus, movimentando a bola no centro - uma amostra do rápido jogo associativo que se seguiu. Não foi a única vez que McKennie chamou a atenção: defensivamente forte e trabalhador até ao fim, voltou a acertou nos ferros na parte final do jogo.
No global, a pressão da Juventus foi excelente e as suas transições também, aspectos que originaram dois golos numa noite em que, no geral, a equipa de Massimiliano Allegri efectuou 26 remates, 11 deles enquadrados com a baliza. Também foram ameaçadores em lances de bola parada, como sublinhado pelo golo inaugural, quando De Ligt desviou um canto para o segundo poste, onde apareceu Dybala a rematar. O repertório da equipa italiana incluiu cantos curtos, outro em que a bola passou por um terceiro jogador, que fez o cruzamento, e ainda outro em que um cruzamento de primeira colocou a bola num jogador no extremo da área e este a endereçou para a pequena área.
Quanto ao Zenit, teve menos variabilidade em lances de bola parada, com a única ameaça a vir do primeiro dos cinco cantos que teve, quando logo aos quatro minutos Lovren cabeceou ao lado após um cruzamento de Rakitsky. Se houve algo positivo para o Zenit na terceira derrota em quatro jogos no Grupo H foi o facto de ter lutado até ao fim, como se prova pelo golo de Azmoun nos descontos.
Análise dos treinadores
Massimiliano Allegri, treinador do Juventus: "Esta noite o Paulo [Dybala] fez um excelente jogo a nível técnico, tal como o resto da equipa. Esta equipa tem técnica e todos estão a crescer. Já atingimos o primeiro objectivo da temporada. Jogámos bem e com intensidade, mas ainda podemos melhorar. Os últimos cinco minutos foram típicos desta equipa. Com o marcador em 4-1, tivemos quatro contra-ataques que não concluímos bem e depois sofremos um golo".
Sergei Semak, treinador do Zenit: "Ganhou a equipa mais forte. Ainda assim trabalhamos muito e lutámos até ao fim. O facto de termos conseguido marcar nos descontos é o único ponto positivo que posso destacar".