In the Zone: análise ao Paris 3-2 Leipzig
sexta-feira, 22 de outubro de 2021
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O painel de Observadores Técnicos da UEFA passa em revista o triunfo do Paris sobre o Leipzig, na terceira jornada do Grupo A.
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O Paris Saint-Germain precisou do brilhantismo de Kylian Mbappé e Lionel Messi para dar a volta e vencer por 3-2 o Leipzig na terceira jornada. Apesar de o Paris ser primeiro e o Leipzig quarto no grupo, o painel de Observadores Técnicos da UEFA verificou que a equipa alemã podia ter alcançado outro resultado, fruto de uma forma de jogar agressiva, corajosa e pressionante.
Golos
1-0: Kylian Mbappé (9)
Uma recuperação à entrada da sua área tornou-se num contra-ataque fulminante, com o passe de primeira de Julian Draxler a isolar Mbappé, que se enquadrou em zona fontal e marcou com um remate rasteiro.
1-1: André Silva (28)
O avançado recuperou a bola e a jogada passou da direita para a esquerda, com Christopher Nkunku a combinar com Angeliño e este a cruzar para o segundo poste, onde surgiu o Nº33 a concluir.
1-2: Nordi Mukiele (57)
lance praticamente idêntico ao anterior, novamente com Angeliño a assistir, agora com um passe tenso para as costas da defesa que Mukiele finalizou de primeira na pequena área.
2-2: Lionel Messi (67)
A pressão de Achraf Hakimi fez Tyler Adams perder a bola para Mbappé, que entrou na área e assistiu Messi, cujo remate de primeira fez a bola bater no poste e voltar para si, encostando à boca da baliza.
3-2: Lionel Messi (74)
Mbappé voltou a ser decisivo, ganhando o penálti que o argentino cobrou de forma ousada mas perfeita, com um remate "à Panenka".
Melhor Jogador
Mbappé foi o eleito, com a sua rapidez e potência a desestabilizarem a defesa do Leipzig. Marcou, assistiu e mostrou liderança na altura em que o Paris estava em desvantagem.
Destaques
O Paris procurou apostar em movimentos de contra-ataque, pressionando forte para recuperar à saída para o ataque do Leipzig e assim deixar os seus avançados em igualdade numérica com os defesas. Em posse, procurava o jogo directo de Draxler na esquerda, enquanto do outro lado Messi flectia para o meio em busca de espaços e deixava o flanco para as arrancadas desequilibradoras de Hakimi.
A exibição do Leipzg mostrou uma equipa rápida, móvel e com bons jogadores tecnicamente em todas as posições e uma ideia de jogo bem definida. Houve muita troca de posições, com os flancos a serem usados para criar lances que terminavam em cruzamentos e também mostrou criatividade nos lances de bola parada.
A defender, o Leipzig esteve bem organizado, num bloco médio-baixo, com pressão forte alta para contrariar possíveis transições. Por outro lado, isso deixou-o algo desprotegido em caso de perda de bola, como aconteceu no lance do golo inaugural.
Tácticas
O Paris apresentou-se em 1-4-3-3. A defender, Verratti (6) foi o elemento-chave – disciplinado, móvel e a ler bem o jogo. Os laterais eram apoiados pelo médio mais próximo e, como já foi dito, o Paris apostou em Hakimi para dar largura à direita e Draxler (23) à esquerda, com Messi (30) a recuar para dar superioridade no meio-campo a atacar e abrir espaço para outros aparecerem em zona ofensiva.
O Leipzig dispôs-se num 3-5-2 que, quando em posse, assemelhava-se a 3-1-4-2. Tentou construir desde trás, com Adams (14) a fazer a ligação defesa-ataque e Amadou Haidara (8) e Konrad Laimer (27) a actuarem como Nº8 entre-linhas. Em relação à dupla de ataque, ambos os jogadores foram incansáveis a nível defensivo, ao passo que no ataque Nkunku tentou esticar jogo e André Silva procurou aproveitar os ataques criados.
Avaliação dos treinadores
Mauricio Pochettino, treinador do Paris: "A intenção do trio de meio-campo do Leipzig foi não deixar o Verratti distribuir jogo. Os nossos médios estavam muito juntos e por isso cometemos muitos erros não-forçados. Fico satisfeito por termos mostrado enorme força de carácter, especialmente após estarmos em desvantagem".
Jesse Marsch, treinador do Leipzig: "Jogámos bem e controlámos durante grande parte do jogo, conseguindo construir mesmo perante uma equipa habituada a ter a bola. No entanto, Messi e Mbappé não precisam de muito para causar estragos, e foi o que aconteceu. Precisamos cometer menos erros nos próximos jogos".