Guardiola sobre o duelo com o Chelsea e os princípios que o guiam
sexta-feira, 28 de maio de 2021
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"O futebol não é apenas táctica; é emoções e relações entre os jogadores", diz o treinador do Manchester City ao UEFA.com.
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Josep Guardiola ganhou três finais da UEFA Champions League como jogador e treinador, e agora que o Manchester City vai defrontar o Chelsea, tentará consolidar o seu lugar na história do futebol, procurando tornar-se num dos poucos treinadores a ganhar a principal competição europeia ao serviço de duas equipas diferentes.
Antes do jogo decisivo no Porto, o espanhol de 50 anos diz ao UEFA.com como contrariou as expectativas para impor o seu estilo de jogo ofensivo em Inglaterra e como a passagem pelo Barcelona continua a moldar os seus princípios.
Sobre a amizade com Thomas Tuchel, treinador do Chelsea
No futebol, umas das coisas mais agradáveis é falar sobre ele, e eu aprendo muito com o Thomas. Aprendi bastante observando as suas equipas e com as nossas conversas. Não importa se ele tem muita informação sobre a equipa ou sobre mim, porque não seremos nós a decidir a final, mas sim os jogadores. Respeito-o e acho que é um treinador excepcional, mas cada um de nós vai fazer tudo para vencer.
Os seus princípios orientadores no City
"Organização forte, bastante investimento, muitos jogadores de qualidade, bons adeptos, bom "staff" de apoio, uma equipa com os princípios para ser bem sucedida: estes são os mais importantes. Mas é preciso sempre olhar para os jogadores à disposição, porque se eles não se ajustarem os adaptarem aos princípios ou forma como queres jogar, é mais difícil.
"Algumas coisas devo-as ao Barcelona, onde nasci para o futebol. Como por exemplo tentar ter um papel activo, jogar no meio-campo adversário e tentar ganhar. Não há mais segredos para além desses. Tem a ver com a qualidade dos jogadores, tentar compreender as suas competências, criar um bom ambiente e uma boa disposição, porque o futebol não é apenas táctica, é emoções e relações entre os jogadores e mesmo entre a equipa técnica. Isto é o mais importante para uma equipa se manter no topo durante muito tempo, que no nosso caso acontece há cinco épocas".
O seu maior feito ao serviço do City
"Os títulos são consequência de muitas coisas. Mas também defendo uma ideia e uma forma de jogar. Não há muito tempo as pessoas diziam: "É impossível jogar desta forma neste país". Mas nós fizemo-lo. É a nossa forma, decidimos que seria assim desde o primeiro dia, e cumprimos aquilo a que nos tínhamos proposto. O clube ganhou a Premier League cinco vezes nas últimas dez épocas e finalmente deu o passo que faltava a nível europeu. Se tudo correr bem não vamos vacilar, e estou certo que vamos estar bem na final".
Sobre Phil Foden
"Phil Foden é o tipo de jogador que, quanto maior é a pressão, quanto mais importante é a ocasião, melhor ele joga. Com 20 anos, a sua prioridade na vida é apenas uma: jogar futebol. Nada mais lhe importa. Se comete erros, ele esquece-os e volta à acção. Por isso é que com esta idade é capaz de jogar nesta equipa".
O triunfo do Barcelona sobre o Manchester United na final de 2011
"Foi o nível mais elevado que podíamos atingir como equipa, e foi nesse momento que comecei a pensar que o meu ciclo no Barcelona tinha terminado. Não é possível pensar dessa forma no Manchester City, porque é a primeira final que disputamos. Não fazemos parte da elite do futebol europeu, aqueles clubes históricos e com muitos títulos, nacionais e europeu. Não vamos jogar de forma relaxada ou calma, porque é preciso haver uma certa pressão em nós, mas estou certo que vamos realizar um bom jogo".