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Entrevista com Casemiro

O brasileiro do Real Madrid fala ao UEFA.com da carreira, de golos e vitórias na Champions League, deixando ainda elogios ao Inter.

Casemiro soma quatro troféus da UEFA Champoions League conquistados ao serviço do Real Madrid
Casemiro soma quatro troféus da UEFA Champoions League conquistados ao serviço do Real Madrid Getty Images

Quatro vezes vencedor da UEFA Champions League pelo Real Madrid, o centro campista brasileiro Casemiro fala ao UEFA.com sobre a carreira, recorda golos e vitórias e volta a elogiar o Inter e o seu treinador antes de novo confronto com os italianos no Grupo B.

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Sobre o começo de carreira

Fui um dia tentar entrar numa das equipas da formação do São Paulo. Estavam mais de 400 crianças à experiência e havia muitos atacantes e médios, mas poucos médios-defensivos e foi aí que surgiu a ideia de jogar a médio-defensivo. Claro que essa não era a posição em que eu estava a jogar, mas ficou a ser a partir daquele momento. Na academia onde comecei fui sempre um jogador com muita vontade: estava sempre com muita vontade de jogar, fosse qual fosse a posição que estivesse disponível. A posição não importava para mim: eu jogava a guarda-redes, defesa-lateral ou defesa-central. Eu só queria jogar futebol e divertir-me.

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Sobre a evolução na posição

Bem, em primeiro lugar, digo sempre que um jogador de futebol, quer tenha 35, 38, 40 anos, seja qual for a sua idade, vai aprender algo de novo todos os dias. Nos treinos, todos os dias, em cada jogo, um jogador de futebol está sempre a aprender alguma coisa, mesmo que sejam pequenos detalhes, está sempre a aprender. Isto funciona assim tanto na vida como no futebol. O papel do médio-defensivo foi sempre bastante comum no passado, em especial no Brasil. Tivemos muitos jogadores com essas características, como Mauro Silva, Gilberto Silva, Dunga. Eles sentiam-se confortáveis a desempenhar esse papel, "o de número 5", como dizemos no Brasil. Assim, não apenas o médio-defensivo, todos os jogadores são importantes, mas ele está no centro de tudo. O meio-campo é fundamental para o equilíbrio de uma equipa.

Sobre estudar os adversários

Todos os jogadores devem estar constantemente a aprender, a analisar as coisas boas e as menos boas que fazem. Eu gosto de ver os meus jogos como gosto de ver o dos meus adversários: o seu plano de jogo, as suas tácticas preferidas... Vejo especialmente os seus médios e atacantes, como gostam de jogar, as suas possíveis falhas, a forma como gostam de receber a bola.

Sobre Zinédine Zidane

É muito fácil falar sobre Zidane, quer como jogador quer como treinador. Como jogador, apesar de nunca lhe ter dito directamente, sempre foi o meu ídolo, porque jogava no meio-campo e, apesar das suas qualidades serem completamente diferentes das minhas, sempre gostei muito do seu estilo de jogo. Foi sempre o meu ídolo, e não apenas ele: Ronaldo [Nazário], Roberto Carlos, Raúl. Outros jogadores também, como Steven Gerrard, Paul Scholes, Frank Lampard. Acho que temos que apreciar [Zidane] pelo que ele fez como jogador e pelo que está a fazer agora como treinador. Daqui a 20, 30 anos os seus feitos serão ainda recordados porque o que ele está a fazer agora resistirá ao teste do tempo e será falado quando se falar da história do Real Madrid.

Sobre o importante golo na final com a Juventus

Casemiro festeja após marcar à Juventus na final de 2017
Casemiro festeja após marcar à Juventus na final de 2017Real Madrid via Getty Images

Para ser completamente honesto, é indescritível. É mesmo indescritível. Juro que nunca imaginei que iria jogar uma final da Champions League e muito menos marcar numa final da Champions League. Mesmo assim, quando se entra em campo numa final da Champions League, olhando para mim, não é meu costume destacar-me. Na realidade não gosto de o fazer. Claro, todos os jogadores querem marcar e eu também, mas se eu tiver de fazer o trabalho sujo para o Karim [Benzema], o Vinícius [Júnior], o [Eden] Hazard, que está num bom momento – ou para alguém como o Cristiano [Ronaldo] brilhar – fico muito contente por eles.

Sobre os problemas do Real Madrid esta época

Bem, primeiro, sabemos que não é um grupo fácil. O Shakhtar tem jogadores brasileiros formidáveis, de grande qualidade, muito bons. O Borussia [Mönchengladbach] tem estado muito bem na Alemanha, com um treinador com ideias muito claras e jogadores de grande qualidade. E, claro, o Inter é uma grande equipa, que sempre teve uma forte tradição e tem um treinador que é tacticamente excepcional e muito claro na forma como vê o jogo.

Sabemos que são jogos difíceis, mas contra o Shakhtar infelizmente não pontuámos, contra o Borussia conseguimos empatar e depois ganhámos ao Inter. Mas diria que o trabalho mental e a concentração que mantivemos ao longo do jogo foram muito importantes. Estávamos a jogar contra o Inter de Milão, com um grande treinador... temos que respeitar isso e valorizar essa vitória, que foi muito importante para nós.