Andrea Pirlo e a experiência de treinador da Juventus
segunda-feira, 19 de outubro de 2020
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Esta semana marca a estreia de Andrea Pirlo como treinador da Juventus na UEFA Champions League - o agora técnico falou sobre o seu novo papel e explicou a razão pela qual Pep Guardiola é "um exemplo para todos nós".
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Andrea Pirlo foi presença regular na UEFA Champions League por mais de uma década como jogador, tendo vencido a prova duas vezes.
Esta temporada, o antigo jogador de 41 anos está de regresso como treinador, liderando uma equipa da Juventus com vários antigos companheiros de equipa - antes da estreia no Grupo G, frente ao Dínamo Kiev, na terça-feira.
Como é treinar jogadores como Gianluigi Buffon, Giorgio Chiellini e Leonardo Bonucci, atletas com os quais partilhou tantas batalhas dentro de campo?
É óptimo! Eles têm sido fantásticos. Talvez não tenha sido fácil para eles no começo, mas no espaço de algumas horas entenderam que o meu papel agora era diferente. A atitude deles mudou de forma rápida e facilmente. Chamaram-me de 'gaffer' ('mister') imediatamente, talvez inicialmente com um sorriso, mas depois habituaram-se.
Eles podem ser uma grande ajuda para mim, porque sabem o que significa jogar na Juve. Sabem o que significa vencer e o que significa trabalhar comigo, como fizeram durante todos aqueles anos que jogámos juntos. Têm a noção do espírito que quero trazer a esta equipa e serão certamente uma grande ajuda nesta temporada.
Como jogador, era conhecido pela sua tranquilidade. Podemos esperar a mesma abordagem no banco?
É definitivamente mais stressante no banco de suplentes. Em campo decidia o que fazer com a bola; do banco posso controlar, mas outros interpretam os seus papéis, então é um pouco mais difícil como treinador. Quando jogava tinha um certo estilo que me permitia assumir um papel preponderante em campo. Agora tenho que fazer isso da linha lateral.
Foi comparado a [Pep] Guardiola por causa da posição em que ambos actuaram e por ser chamado rapidamente para treinar um grande clube. Vê-o como um modelo a seguir?
Guardiola é um exemplo para todos nós, é um dos melhores. Deu um exemplo a jovens treinadores que desejam promover um determinado tipo de futebol de ataque. Todos nós temos as nossas próprias ideias e precisamos de levá-las a cabo, mas ele é definitivamente um modelo para todo o movimento futebolístico. Gosto do seu estilo de jogo: estar sempre no ataque e comandar o jogo, estar sempre apto a lidar com as situações. Esse é o nosso objectivo no futuro.
Jogou contra Cristiano Ronaldo muitas vezes como jogador e venceu por 3 -0 num jogo famoso pelo AC Milan, talvez numa das suas melhores actuações. Pensou alguma vez que iria treiná-lo?
Não, nunca imaginei, mas fico feliz de ter esse ícone do futebol mundial, de tê-lo à minha disposição, vê-lo treinar, vê-lo jogar. É um prazer enorme para mim, para toda a equipa. Ele trabalha da mesma forma agora, aos 35 anos, do que quando era jovem, com a mesma paixão por jogar futebol todos os dias. Ele é um exemplo para todos nós.
Quão especial é a Champions League para si?
A Champions League é um sonho para todos os que jogam futebol, cria uma forte emoção desde o momento em que se ouve a música. Tive a sorte de disputar quatro finais e vencer duas delas, então sei o que significa ganhar e perder este título. Perder esta competição dói, ganhar é absolutamente fantástico.
Até onde pode ir a Juve este ano?
A Champions League é muito difícil. Depende de pequenos momentos. O período mais difícil é por volta de Março, quando algumas equipas talvez não tenham voltado ao seu melhor ritmo [após a pausa de Inverno], enquanto outras já estão em boa forma. É preciso um pouco de sorte às vezes, talvez um sorteio mais favorável.