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Chão treme face à “mentalidade de gigantes" do Liverpool

Jürgen Klopp queria uma "festa do futebol”, mas teve direito a isso e a muito mais, como constatou Matthew Howarth, repórter do UEFA.com em Anfield.

Marc-André ter Stegen incrédulo após sofrer mais um golo do Liverpool
Marc-André ter Stegen incrédulo após sofrer mais um golo do Liverpool ©Getty Images

Era isto que tinha pensado, Jürgen?

O treinador do Liverpool, Jürgen Klopp, tinha pedido uma "festa de futebol" na recepção ao Barcelona, na segunda mão das meias-finais, esta terça-feira, mas o desfecho foi certamente melhor do que tudo aquilo que o alemão podia ter previsto antes do pontapé de saída.

Anfield abanava no final encontro. Enquanto os jogadores do Liverpool saltavam para se abraçarem no relvado, os adeptos faziam o mesmo nas bancadas. Muitos registavam o momento com os telemóveis, outros tinham lágrimas nos olhos. Um caiu de joelhos, vencido pela combinação de alegria e incredulidade.

Quando Klopp falou aos jornalistas na segunda-feira, não teve receio em reconhecer que o desafio de anular a desvantagem de 3-0 para o Barcelona poderia ser um obstáculo demasiado grande para a sua equipa superar, tanto mais que os ingleses não podiam contar Mohamed Salah e Roberto Firmino, dois dos seus melhores marcadores.

Klopp e a sensacional reviravolta do Liverpool

Quando se sentou na conferência de imprensa após o desafio de terça-feira, Klopp parecia pálido, atordoado pela magnitude do que acabara de testemunhar. Esqueçam a final de Istambul em 2005. Este jogo foi de outro nível.

"Sabemos que este clube é uma combinação de ambiente, emoção, ambição e futebol", disse perante uma sala de imprensa lotada. "Este clube tem um grande coração - esta noite estava a bater de forma descontrolada.”

"Ganhar ao Barcelona é uma das coisas mais difíceis do futebol mundial. Eliminar o Barcelona depois de estar a perder por 3-0 é, obviamente, muito mais difícil.”

"Quando vi os rapazes com lágrimas nos olhos no final do encontro, pensei: isto é futebol! Este clube toca-nos como um louco. É como se sentíssemos muito mais do que nos outros nestes momentos.”

Veja os festejos no balneário do Liverpool

Georginio Wijnaldum - um dos vários jogadores dos Reds que tiveram dificuldade em controlar as emoções no final do jogo - e Divock Origi marcaram dois golos cada e conquistaram um lugar na história do Liverpool. No entanto, como Klopp foi rápido a destacar, tudo se deveu à exibição colectiva.

"Eles têm mentalidade de gigantes", explicou. "A época que fizemos, as lesões que temos neste momento. Ir a jogo e fazer uma exibição como esta é incrível”
"Jordan Henderson foi incrível. Sofreu um pontapé inacreditável no joelho e não conseguia sentir a rótula, o que não ajuda. O [Andrew] Robertson também teve problemas nos gémeos.”

"O que todos eles fizeram esta noite foi tão especial que nunca mais vou esquecer.”

Este resultado notável garante ao Liverpool um lugar na final mais importante do futebol europeu pela segunda época consecutiva, proeza que o clube não conseguia desde meados da década de 1980. Depois da desilusão sofrida na final do ano passado, frente ao Real Madrid, em Kiev, Klopp e os seus jogadores estão determinados em fazer melhor no próximo mês, em Madrid, perante Tottenham ou Ajax.

Resumo: Liverpool 4-0 Barcelona

"Acreditámos nas nossas hipóteses", destacou o treinador de 51 anos. "Dissemos desde o início: estes rapazes querem escrever a sua própria história. Não porque não estejamos satisfeitos com a história do nosso clube, mas porque precisamos de novos capítulos! Depois da época passada, sentimos que tínhamos de regressar. Não podíamos deixar que ficasse assim. Agora conseguimos regressar. É muito especial. É uma loucura.”