Paulo Fonseca sobre influências ilustres e a boa campanha do Shakhtar
quarta-feira, 6 de dezembro de 2017
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Com o apuramento para os oitavos-de-final da UEFA Champions League à distância de um ponto, Paulo Fonseca fala sobre o início da carreira, treinadores marcantes e a boa campanha do Shakhtar na competição.
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No regresso à UEFA Champions League após uma estreia pouco animadora, em 2013/14, Paulo Fonseca está a conseguir causar surpresa com o Shakhtar Donetsk, ocupando o segundo lugar de um complicado Grupo F.
Antes da recepção ao líder Manchester City, contra quem basta somar um ponto para garantir o apuramento, o treinador falou em exclusivo ao UEFA.com, abordando temas como o início da carreira, as influências que teve e a boa campanha da formação ucraniana na competição.
Início da carreira de treinador e influências
A transição de jogador para treinador foi bastante fácil para mim, pois tinha tudo bem planeado e desejava mesmo tornar-me treinador. Evolui progressivamente, começando pelo futebol jovem e depois passando para o sénior, do terceiro escalão até ao principal. Conheci muitos treinadores ao longo da carreira e aprendi com todos, mas aquele que mais me marcou foi Jorge Jesus, actual treinador do Sporting. Com ele, os maiores ensinamentos foram a nível defensivo. Depois, quando me iniciei como treinador, foi o professor Jean Paul quem me ensinou bastante. Ao nível de influências, gosto de qualquer técnico que seja um apaixonado pelo jogo, e aí destaco [Pep] Guardiola. Não há nenhum treinador mais apaixonado pelo jogo do que ele. Será uma honra defrontá-lo novamente e é um grande desafio enfrentar os melhores.
O que mais gosta na profissão e como é treinar na UEFA Champions League
Apaixona-me a vertente táctica da modalidade. Para além disso, gosto de causar impacto nas pessoas com quem trabalho, ensinando mas também aprendendo com elas. Estar presente na Champions League é o topo do futebol, o mais alto nível, e uma competição na qual toda a gente quer participar. Gosto mesmo destes jogos, onde o ambiente é diferente das competições nacionais. É diferente mas especial para qualquer treinador.
Motivos da boa campanha do Shakhtar até ao momento
Deve-se principalmente aos jogadores, que têm muita qualidade, mas também pela mentalidade que têm mostrado, apercebendo-se que é possível discutir o resultado frente aos melhores. Chegados à última jornada, com nove pontos e possibilidade de apuramento, é algo fantástico, mas também inesperado, especialmente num grupo como o nosso. Após o sorteio, muita gente não julgava ser possível lutarmos pelo apuramento. Mas independentemente do que acontecer, devemos todos estar muito orgulhosos do nosso desempenho.
Objectivos na prova e importância do apuramento
Apesar do sorteio pouco favorável, a equipa tinha esperanças de fazer um brilharete na competição. À medida que as jornadas passaram, fomos ganhando confiança em fazer um bom desempenho, e a dada altura garantimos no mínimo a presença na Europa League. Acabamos por não sair de mãos totalmente vazias, continuando nas competições europeias. O apuramento é importante para qualquer clube, mas para nós talvez um pouco mais, tendo em conta a pouca visibilidade do campeonato ucraniano. Para além da vertente financeira, uma boa campanha serve para promover o clube e os jogadores.
Duelo com o Manchester City
Para mim, o Manchester City é a melhor equipa europeia neste momento. A que pratica um futebol mais atractivo e que me dá mais gozo ver, aliando a isso os resultados. Mesmo podendo apresentar-se com algumas alterações, o seu plantel está recheado de qualidade em todos os sectores e isso não vai afectar a sua forma de jogar, por isso não teremos tarefa fácil. Estamos optimistas para o último jogo, mas também sabemos que precisamos de ser quase perfeitos para alcançar um bom resultado. Temos de acreditar que é possível e que se fizermos tudo bem podemos conseguir o apuramento.