Leonardo Jardim sobre aprendizagem europeia e elogio a compatriotas

Numa curta entrevista concedida ao UEFA.com, Leonardo Jardim, treinador do Mónaco, fala sobre o que aprendeu no seu percurso na principal competição europeia de clubes e aborda o sucesso dos treinadores portugueses na Europa, entre outros assuntos.

UEFA.com: O que é que aprendeu com o seu percurso na UEFA Champions League até agora?

Leonardo Jardim: Esta é a minha quarta época a disputar a fase de grupos da competição. Toda a gente sabe que se trata de uma competição muitíssimo renhida. Qualquer equipa pode ganhar um jogo, mas é uma tarefa extremamente difícil, pois ao mais pequeno erro as grandes equipas, mais experientes, aproveitam logo. Assim, é preciso ter uma equipa equilibrada em todos os momentos, com os deveres a nível ofensivo e defensivo distribuídos por todos os jogadores.

Tem objectivos diferentes para esta edição da prova?

Não, pois à partida o objectivo passa por tentar o apuramento para a fase a eliminar, e só se o conseguirmos é que depois fazemos nova avaliação. Sabemos que não será fácil pois integramos um grupo com adversários de qualidade. Neste momento estamos a dois pontos dos lugares de apuramento, mas acreditamos que vamos seguir em frente e é com isso em mente que trabalhamos arduamente.

Como é orientar uma equipa que disputa a UEFA Champions League? Existe uma rotina diferente em relação às competições nacionais?

Depende. Num jogo da Champions League geralmente a equipa está mais concentrada, pois sabe que tem pela frente um adversário forte. No entanto, no campeonato francês isso também acontece quando enfrentamos Marselha, Lyon ou Paris, por exemplo, pois são equipas que possuem qualidade semelhante à nossa.

Esta época há seis treinadores portugueses a disputar a UEFA Champions League. O que pensa sobre isso e qual o segredo do treinador luso?

Penso que o treinador português é um profissional de qualidade. Em Portugal fez-se um bom trabalho no desenvolvimento dos cursos de treinadores e julgo que existe uma meritocracia. Os treinadores são valorizados com base na sua competência e o trabalho efectuado ao longo dos anos acaba por reflectir isso. Uma característica importante é a capacidade de adaptação. Os técnicos lusos adaptam-se com facilidade ao meio em que estão envolvidos, seja em França, Inglaterra ou na China.