Ninguém luta como o Atlético Madrid de Simeone
quarta-feira, 19 de abril de 2017
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"No meu primeiro dia à frente desta equipa o meu único desejo era tornar o Atlético numa equipa competitiva, capaz de frustrar qualquer equipa que nos defrontasse", disse Diego Simeone. Missão cumprida.
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"Foi uma noite de futebol puro, como tínhamos previsto, com uma atmosfera maravilhosa e contra uma equipa que lutou até ao fim," afirmou o treinador do Atlético Madrid, Diego Simeone, depois de a sua equipa ter resistido e ultrapassado o Leicester City.
Igual a si mesmo, o Atlético soube sofrer, aguentou o bombardeamento de bolas do Leicester para a sua área durante a segunda parte e garantiu a presença nas meias-finais da UEFA Champions League pela terceira vez em quatro épocas.
Capacidade de resistência
A turma de Simeone está sempre pronta a lutar e mostrou-se confortável quando teve de defender bem junto à sua grande área na derradeira meia hora do encontro, depois de Jamie Vardy marcar o golo da igualdade e reacender a esperança do Leicester.
Com quatro defesas-centrais em campo, depois das saídas de Juanfran e Filipe Luís por lesão, o Atleti esteve à altura de tudo o que o que o adversário tentou, mostrando extrema confiança na capacidade de resistência do seu sector mais recuado.
Blocos coesos
O Leicester desferiu um total de 22 remates contra apenas seis do Atlético ao longo do encontro, 18 dos quais na segunda parte, mas os defesas "rojiblancos" interceptaram nada mais, nada menos do que nove desses remates, garantindo que o guarda-redes Jan Oblak raramente fosse testado.
Diego Godín liderou a defesa nos derradeiros 30 minutos, com três defesas-centrais de raiz a seu lado. Lucas Hernández fez sentir a sua presença no lugar de Juanfran, na direita, e travou de forma brilhante um remate de Leonardo Ulloa, enquanto Stefan Savić fez valer a experiência de ter jogado em Inglaterra e foi imperial nas bolas pelo ar.
Versatilidade de Giménez
A colocação de José María Giménez como médio-defensivo resultou na perfeição para Simeone na primeira parte, uma vez que conferiu à equipa uma ainda maior consistência nos duelos aéreos. O uruguaio mudou, depois, para o lado direito da defesa na fase final do encontro, depois da lesão de Filipe Luís, seguindo Hernández para o lado esquerdo.
"Foi preciso algum tempo para reorganizar a defesa, mas quando o conseguimos passámos a lidar melhor com o perigo que eles nos estavam a criar," destacou Simeone. "Estou muito satisfeito com a forma como a minha equipa se soube reinventar perante tão delicada situação. Fizemos exactamente o que a eliminatória nos foi exigindo que fizéssemos."
Defesa como base para erguer o troféu?
Costuma dizer-se que são as defesas que ganham títulos e a resiliência da retaguarda do Atlético foi, sem dúvida, determinante na notável conquista da Liga espanhola em 2013/14. Conseguirá a consistência defensiva do Atlético levar agora a equipa à conquista da sua primeira UEFA Champions League?
O Atleti leva nove jogos sofridos sem sofrer golos no Vicente Calderón em eliminatórias da UEFA Champions League, registo que certamente intimidará quem quer que calhe me sorte aos "colchoneros" na sexta-feira. E, como mostrou ao resistir à enorme pressão a que foi sujeito debaixo da atmosfera do Leicester City Stadium, o Atleti gostar particularmente de momentos como esses.
"No meu primeiro dia à frente desta equipa o meu único desejo era tornar o Atlético numa equipa competitiva, capaz de frustrar qualquer equipa que nos defrontasse. Penso que o consegui," frisou Simeone. Com três presenças em meias-finais em quatro épocas, ninguém o poderá negar.