Higuaín sobre o Real Madrid, Barcelona e a ida para a Juventus
segunda-feira, 10 de abril de 2017
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Gonzalo Higuaín fala das suas passagens por River Plate, Real Madrid, Nápoles e Juventus e olha para o que a turma de Turim ainda vai ter pela frente esta temporada, antevendo já o embate com o Barcelona.
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Como foi assinar pelo Real Madrid ainda tão jovem?
Sim, fui para lá quando era ainda muito jovem. Ainda mal tinha completado a minha segunda temporada na Argentina e estava a assinar por um clube daquela dimensão. Foi inacreditável. No River tivemos jogadores como Francescoli, Crespo, Aimar e Saviola, grandes modelos para mim. Mas depois mudei-me para um dos maiores clubes do mundo, inúmeras vezes campeão nacional e europeu. Contei com o apoio da minha família, em particular do meu pai, que fez questão de viajar comigo. Ver a confiança que todos tinham em mim ajudou-me bastante.
O meu pai perguntou-me se eu tinha a certeza de que era o melhor passo para mim e eu disse-lhe que ia dar o meu melhor. Ia treinar e competir com jogadores fantástico e tinha de sentir que estava ao seu nível. Apesar de os respeitar bastante, sentia que era ao lado deles que eu pertencia. Sempre disse que jogar e competir com os melhores torna-nos mais fortes. O mais importante é acreditarmos em nós mesmos.
Como vê a sua passagem por Madrid?
Foi uma loucura. Aconteceu tudo muito depressa. Foi uma decisão determinante na minha vida ir para lá com aquela idade, mas estou grato ao Real Madrid por me ter dado essa oportunidade e por ter depositado tanta fé em mim. Acabei por passar sete anos naquela cidade maravilhosa, ao serviço de um extraordinário clube. Foi uma experiência fantástica.
No Verão passado voltou a mudar de clube, trocando o Nápoles pela Juventus …
Quando a Juventus me contratou, accionando a minha cláusula de rescisão, tive de tomar uma decisão complicada. Já expliquei várias vezes as minhas razões – e estou contente com a decisão que tomei. Encontrei aqui muitas pessoas com mentalidade ganhadora e penso que é isso que faz com que a Juve esteja há tanto tempo no topo. Juntar-me a um clube de tanto sucesso era um desafio que queria abraçar: vim para ajudar o clube a continuar na rota das vitórias.
Como compara o futebol italiano com o espanhol?
O futebol italiano é mais duro, sempre foi. Em Espanha os jogos são mais abertos. A selecção de Itália sempre teve um estilo de jogo mais agressivo, com jogadores que não viram a cara à luta mas que são bons tecnicamente. Os encontros são mais complicados e não há tantos jogos com muitos golos como em Espanha. Dá-se mais atenção ao trabalho defensivo.
Como pensa que o Barcelona vai abordar o encontro dos quartos-de-final, depois da recuperação que conseguiu contra o Paris Saint-Germain?
No futebol tudo muda muito depressa e uma equipa que todos pensavam estar eliminada acabou por passar aos quartos-de-final. Vão estar cheios de confiança. O Barça teve um dia mau [em Paris] e não creio que volte a ter um dia assim. Vamos ter de aproveitar o "factor-casa" na primeira mão para conseguirmos um bom resultado, um resultado que nos dê boas hipóteses de discutirmos a eliminatória em Barcelona. Não vamos poder tirar o pé do acelerador um segundo que seja.
Poderá este ser o ano em que a Juve dá na UEFA Champions League o passo que faltou em 2015, quando perdeu a final?
Espero que sim. Foi para isso que vim para aqui. Também estamos na corrida à conquista do sexto "scudetto" consecutivo e na luta pela Taça de Itália. São todos grandes objectivos. Ganhar seis "scudettos" seguidos é um feito sem precedentes; e ganhar a Taça de Itália três vezes consecutivas é, também, algo que este clube nunca conseguiu. Claro, a Champions League é um sonho que queremos concretizar, mas não podemos esquecer os outros dois troféus.