Ancelotti sobre Zidane, Bayern e a vida
quinta-feira, 6 de abril de 2017
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"Sempre disse que tinha tudo para ser bom treinador," afirmou Carlo Ancelotti ao UEFA.com o técnico do Bayern antes do duelo com o Real Madrid, orientado pelo antigo adjunto Zinédine Zidane.
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Apostado em ganhar a UEFA Champions League pela quarta vez na sua primeira temporada no Bayern, Carlo Ancelotti vai ter um desafio especial nos quartos-de-final, frente à sua antiga equipa, o Real Madrid – orientado por um seu velho conhecido, Zinédine Zidane. O técnico de 57 anos falou ao UEFA.com.
Treinou Zinédine Zidane na Juventus entre 1999 e 2001; esperava que ele tivesse um impacto tão grande como treinador do Real Madrid?
Carlo Ancelotti: Ele já é um grande treinador. Sempre disse que ele tinha tudo o que era necessário para ser um bom técnico, mas ele começou de baixo. Ele foi meu adjunto [no Real Madrid], depois treinou o Castilla [equipa de reservas do Real Madrid]. A experiência como jogador é apenas em parte útil quando se chega a treinador, porque também se tem que estudar, tem que se estar actualizado e ganhar as suas próprias experiências, e Zidane fez tudo isso. Ele é carismático e os jogadores respeitam-no realmente e isso é muito importante.
Inglaterra, Espanha, França e agora Alemanha – quão importante é para sim conhecer a cultura, como pessoa e como treiandor?
Ancelotti: Estava preocupado quando deixei pela primeira vez a Itália, em 2009, mas sempre me senti confortável onde quer que tenha estado e também acredito que estas experiências nos motivam para fazer mais coisas: aprender uma nova língua, viver novas culturas, novas tradições, novos jogadores. Foi e tem sido uma experiência muito interessante.
Na Baviera, o calor é parecido com o da Itália. Munique é uma cidade muito limpa, onde há regras que são respeitadas por todos. É uma cidade calma. As pessoas respeitam a sua vida privada. Não estamos sempre sob o escrutínio público, pode-se viver em paz.
Teve alguma tempo em Vancouver antes de assumir o cargo no Bayern. Qual a importância disso?
Ancelotti: Tive a oportunidade de parar um ano e decidi fazê-lo porque, ao fim de 20 anos, senti que precisava de descansar. Mas passei o ano a ver futebol.
Antes de começar a treinar, passou algum tempo a ver como jogava o Bayern sob o comando de Josep Guardiola?
Ancelotti: Sim, mas havia muitos jogadores que eu já conhecia, pelo que estava impressionado. Quando cheguei, eles já estavam a fazer tantas coisas tão bem e continuam agora a fazê-lo. O trabalho de Guardiola foi muito importante para eles.
Cada treinador tem a sua própria filosofia. Quero manter as coisas boas da equipa. Estou a tentar fazer com que seja mais atacante e que tenhamos mais posse de bola, mas quero que tenhamos o hábito de atacar mais.
Venceu a UEFA Champions League uma vez como jogador e três vezes como treinador. O que muda quando começam as rondas a eliminar?
Ancelotti: É diferente porque não se pode calcular demasiado e, no que me toca, apenas me preocupo com as nossas virtudes. Temos que se bravos e mostrar carácter. Se o fizermos, podemos obter resultados, mas se mostramos receio, tudo se complica.
Seria muito especial ganhar de novo, em especial por este clube. O clube disputou as meias-finais nos últimos dois anos, logo estivemos perto e queria ganhar por causa disso.
Treina o Bayern, enquanto Antonio Conte o faz no Chelsea; o que faz com que os treinador italianos tenham tanto sucesso?
Ancelotti: A escola italiana de treinadores é muito inovadora no que toca à formação. Aprendi muito e tendo tido experiência em Itália – tendo em conta que o futebol italiano é disputado de forma diferente – faz com sejamos mais criativos e mais meticulosos quando se prepara um jogo.