Ramos sobre Zidane, Nápoles e veia goleadora
terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
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Sergio Ramos explica ao UEFA.com porque está satisfeito com Zinédine Zidane, o que torna o treinador bem-sucedido e como o Real Madrid está a preparar o embate com o Nápoles.
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A visita do Nápoles ao Santiago Bernabéu, esta quarta-feira, em jogo dos oitavos-de-final, vai colocar Sergio Ramos frente-a-frente com Raúl Albiol e José Callejon, compatriotas e antigos jogadores do Real Madrid.
Para Ramos, os colegas e o treinador Zinédine Zidane, esta eliminatória representa o obstáculo mais recente na tentativa de o clube espanhol se tornar na primeira equipa a revalidar o título da UEFA Champions League.
Nesta entrevista, o capitão do Real Madrid fala sobre o impacto de Zidane desde que sucedeu a Rafael Benítez em Janeiro passado, o desafio que o Nápoles vai colocar e o porquê de estar tão goleador esta temporada.
UEFA.com: Fale-nos sobre a segunda metade da época passada. Gostou de ter Zidane como treinador?
Ramos: A chegada de Zizou foi positiva e resultou em bastantes alterações. Cada treinador tem a sua filosofia de jogo, ideias próprias e forma de se relacionar com os jogadores e criar laços com eles.
Zizou também foi jogador e dá para perceber isso pela sua forma de gerir o plantel. Possui pontos de vista e ideias únicas.
Explicou de forma muito clara o que esperava de nós. Começámos o ano civil muito bem. Quase ganhámos o campeonato e lutámos desde o dia em que ele chegou até ao fim da época. Alcançámos um dos nossos principais objectivos, que era ganhar a Champions League, e isso foi muito importante desafiante ao mesmo tempo.
UEFA.com: Como descreveria o impacto de Zidane?
Ramos: Muito bom. Ele tem sido capaz de transportar a humildade e talento que teve como jogador para o novo cargo, por forma a gerir o grupo de trabalho sempre que necessário. Isso é uma grande qualidade.
Ele tem uma ligação especial com os jogadores, sabe como pensamos. Isso não é fácil num plantel como o nosso, com jogadores de várias nacionalidades, culturas e hábitos. Conseguiu manter o equilíbrio no balneário. A equipa apercebe-se disso e como consequência reflecte-se nos resultados.
Estamos muito felizes com ele e agradados por ser o nosso timoneiro. Esperamos manter os bons resultados e alcançar os objectivos propostos, aquilo que, no fim de contas, é o que determina a permanência de um treinador.
UEFA.com: Nenhuma equipa conseguiu ganhar esta competição duas vezes consecutivas desde o AC Milan, em 1989 e 1990. Será o Real Madrid o primeiro, já esta época?
Ramos: Espero que sim. Se ainda nenhuma equipa o conseguiu é porque é muito complicado, mas somos o campeão e podemos desfrutar da sensação de tentar revalidar o título.
Vamos pensar passo a passo, com bastante humildade e respeito pelos adversários, mas vamos tentar fazer bem as coisas.
UEFA.com: Como perspectiva a eliminatória com o Nápoles?
Ramos: O Nápoles atravessa um bom momento e sabemos que temos dois jogos difíceis pela frente. A Champions League é sempre complicada e as equipas são flexíveis, rápidas e jogam bem no contra-ataque. É preciso ter muito cuidado na defesa.
UEFA.com: Está a ter a melhor época em termos de golos. A que é que isso se deve?
Ramos: Às horas de treino, mas também se deve à ambição e esperança. Deve-se ambicionar o melhor em tudo o que fazemos e, tal como sempre disse, a mentalidade do Real Madrid força-nos a lutar até ao fim. Isso significa que, a qualquer momento, mesmo nos derradeiros instantes de uma partida, é preciso acreditar que ainda é possível.
Por isso, quando se juntam estes factores – trabalho, dedicação e sacrifícios ao longo dos anos - fica-se mais perto do sucesso. Passo bastante tempo a aperfeiçoar o meu jogo de cabeça, e agora estou a ser recompensado por esse trabalho diário.