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Perfil: Johan Cruyff

"Só há uma bola, por isso precisamos de a ter", afirmou certa vez Johan Cruyff, o holandês que, com a sua filosofia, mudou para sempre o ADN futebolístico do Barcelona.

Johan Cruyff fotografado nos seus tempos de treinador do Barcelona, em 1991
Johan Cruyff fotografado nos seus tempos de treinador do Barcelona, em 1991 ©Getty Images

A prova
• Depois de uma fantástica carreira como jogador conquistou duas Taças da Holanda e a Taça dos Vencedores das Taças de 1986/87 ao leme do Ajax, no seu primeiro cargo como treinador.

• Continua a ser o único treinador a ter vencido quatro títulos de campeão da Liga espanhola consecutivos, quando o Barcelona dominou entre 1990/91 e 1993/94.

• Guiou o Barcelona à conquista do seu primeiro título de campeão europeu, em 1991/92, lançando as bases para os futuros triunfos sob as ordens de Frank Rijkaard, Josep Guardiola e Luis Enrique.

Testemunhos de especialistas
"Johan Cruyff pintou a capela; os treinadores do Barcelona desde então limitaram-se a restaurar a pintura e melhorá-la um pouco. Foi quem mais influenciou o futebol mundial, primeiro como jogador e depois como treinador."
Josep Guardiola, antigo treinador do Barcelona e actual treinador do Bayern

O primeiro êxito europeu do Barcelona

"A bola era convertida na única protagonista e até mesmo o trabalho físico era feito com uma bola de futebol. Havia mais oportunidades para jogadores pequenos como eu. Quando estava em La Masia, Guardiola era muito magro e foi Cruyff que disse que ele tinha de continuar a jogar porque, eventualmente, iria crescer. Sem ele, os Xavis, os Iniestas e os Thiagos deste mundo não existiriam."
Oriol Domènech, antigo jogador das camadas jovens do Barcelona e jornalista

"Tudo passa por criar uma abordagem, uma mentalidade, desde a base do clube até ao topo. Cruyff foi quem começou tudo isso. É a figura que mais influenciou o clube. Não consigo imaginar o Barcelona actual sem o trabalho de Cruyff."
Josep Segura, antigo director técnico da academia La Masia, do Barcelona

"Joguei sob as ordens de outros grandes treinadores, como Guus Hiddink e Rinus Michels, mas Cruyff foi, para mim, o melhor. Figura inspiradora, queria sempre mais das suas equipas. Para ele, ganhar não era suficiente; as vitórias tinham de ser alcançadas de forma a que fossem lembradas durante anos."
Ronald Koeman, antigo defesa do Barcelona

Johan Cruyff começou por ser um jogador brilhante
Johan Cruyff começou por ser um jogador brilhante©Getty Images

História
Um dos mais elegantes futebolistas da sua era, ajudou o Ajax a conquistar seis títulos de campeão da Holanda e três Taças dos Campeões Europeus consecutivas, entre 1970/71 e 1972/73, apontando 190 golos em 240 jogos. Iluminou depois o futebol espanhol com a camisola do Barcelona e transformou irreversivelmente a filosofia do clube. Após passagens menos felizes pelos Estados Unidos e pelo Levante, conquistou mais dois campeonatos ao serviço do Ajax, antes de castigar o seu amado clube por não lhe querer renovar o contrato assinando pelo arqui-rival Feyenoord, o qual ajudou a ganhar a "dobradinha". Porém, regressou ao Ajax em 1985 como treinador.

Método
No leme do Barcelona, Cruyff escreveu as suas próprias regras e abandonou o 4-4-2 tão tradicional do clube catalão, implementando o quase desconhecido 3-4-3, de forma a dar equilíbrio numérico ao meio-campo, com Guardiola a actuar à frente dos três jogadores do sector defensivo. O holandês colocava ênfase na posse de bola, mantendo-a com longas sequências de passes curtos consecutivos, tanto com propósitos ofensivos como defensivos. Depositava igualmente enorme fé em jogadores jovens, recrutando as maiores promessas de Espanha e da Europa, para além de promover jogadores como Guardiola da academia de La Masia, a qual ajudou a formar ainda nos seus tempos de jogador do Barcelona.

Cruyff durante os seus tempos como treinador do Ajax
Cruyff durante os seus tempos como treinador do Ajax©Getty Images

Principais citações
"Se temos a bola, temos de aproveitar o mais possível o relvado em toda a sua largura e, se não temos a bola, temos de tornar o relvado o mais estreito possível."

"Só há uma bola, por isso temos de a ter."

"Nas minhas equipas, o guarda-redes é o primeiro atacante e o ponta-de-lança o primeiro defesa."

Josep Guardiola foi jogador de Cruyff e é um dos seguidores da filosofia do holandês enquanto treinador
Josep Guardiola foi jogador de Cruyff e é um dos seguidores da filosofia do holandês enquanto treinador©Getty Images

"Nunca vi um saco de dinheiro marcar um golo."

"É um conceito básico: quando controlamos a bola, podemos movimentar-nos. Temos o que o adversário não tem, logo eles não podem marcar."