Lucescu e o elixir da juventude no Shakhtar
terça-feira, 20 de outubro de 2015
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Sem esmorecer a paixão de treinar aos 70 anos, o técnico do Shakhtar, Mircea Lucescu, diz ao UEFA.com que trabalhar com novos talentos significa sentir-se "sempre novo".
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O técnico do FC Shakhtar Donetsk, Mircea Lucescu, vai estar ao leme de uma equipa pela 100ª vez na UEFA Champions League (da fase de grupos até à final), esta quarta-feira. Durante a carreira de treinador, que dura há já 36 anos, conquistou títulos na Roménia, Turquia e Ucrânia, e impressionou na Serie A, tendo também erguido a Taça UEFA de 2008/09. Lucescu, de 70 anos, fala ao UEFA.com sobre a sua paixão por trabalhar com jovens jogadores.
UEFA.com: Como conseguiu manter o seu entusiasmo pelo treino?
Mircea Lucescu: Não é fácil trabalhar na casa dos 70 e depois de quase 30 anos no futebol europeu. E nunca tive sequer uma pausa de um ano. O que me mantém no activo é a minha paixão pelo futebol, uma paixão por trabalhar com pessoas e desenvolver jogadores.
A satisfação e sentido de alcançar algo; tudo isso faz-me sentir que quero continuar ligado ao futebol e impede-me que sinta os anos a passar. O futebol dá-nos essa satisfação. Estou a tentar dar ao futebol tudo o que dele recebi nestes anos.
UEFA.com: Trabalhou com tantos jogadores de grande nível... Como consegue tirar o melhor deles?
Lucescu: Desde que passei de jogador para treinador a minha principal preocupação sempre foi passar a minha experiência para os jovens. Mal os jogadores atingem a sua maturidade total – aos 32, 33 –, desenvolvem os seus próprios rumos e torna-se difícil aceitarem ideias e coisas novas. Por isso é que gosto de trabalhar com os mais jovens.
Promovi Andrea Pirlo para a equipa sénior [do Brescia] quando ele tinha apenas 16 anos. Na Roménia fiz o mesmo com Gheorghe Hagi [tinha 18 quando Lucescu lhe garantiu a primeira internacionalização pela Roménia].
Fico muito orgulhoso quando vejo jogadores que peguei com 18 ou 19 a jogar em grandes equipas da Europa, a demonstrar toda a sua qualidade. Fernandinho, no Manchester City, Willian, no Chelsea, Henrikh Mkhitaryan, no Dortmund, Adriano, no Milan, Douglas Costa, no Bayern. ItAssim sinto-me sempre jovem.
UEFA.com: O Shakhtar perdeu nomes como Luis Adriano e Douglas Costa desde a época passada. Como se substitui jogadores assim?
Lucescu: Há dois anos perdemos Fernandinho, Willian e Mkhitaryan; desta vez foram Adriano, Douglas Costa, Ilsinho e Fernando. Decidimos não investir em mais jogadores até voltarmos a jogar em Donetsk. Em vez disso vamos promover jovens da nossa academia, tais como os que defrontaram o Chelsea na final da UEFA Youth League da época passada. São jovens com grande potencial.