O que traz Douglas Costa ao Bayern
quarta-feira, 1 de julho de 2015
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O Bayern terá pago ao Shakhtar uma verba estimada em 30 milhões de euros por Douglas Costa e Philip Röber analisa o que o médio-ofensivo brasileiro pode dar à equipa.
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Com a chegada de Douglas Costa, o FC Bayern München efectuou a sua primeira transferência de peso neste Verão. No dia em que começou a preparar a nova época, o brasileiro chegou do FC Shakhtar Donetsk por uma verba estimada em 30 milhões de euros. Philip Röber, repórter do UEFA.com especializado no Bayern, analisa aquilo que o médio-ofensivo tem para oferecer.
Imediatamente salta à vista que enquadra no perfil de jogador idealizado por Josep Guardiola: a principal qualidade de Douglas Costa é a versatilidade. Capaz de alinhar nos dois flancos, pode ser alternativa a Franck Ribéry e Arjen Robben, dupla que na época passada falhou largos períodos devido a lesão. Estas ausências durante a fase crucial da temporada levaram a uma quebra de intensidade acentuada na altura errada.
Douglas Costa está mais habituado a jogar na direita, e um extremo rápido com boa capacidade de drible significa que o Bayern pode manter o ritmo quando Robben estiver indisponível. O jogador de 24 anos não consegue igualar a capacidade goleadora de Robben, por isso não se trata de um substituto directo. Ainda assim, existem poucas dúvidas de que encontrará o seu espaço na Baviera. "Ele possui uma qualidade técnica elevada, um pé esquerdo forte, é bastante ágil e extremamente rápido", disse Matthias Sammer, director-desportivo do Bayern.
"O Douglas já não pode evoluir mais aqui", disse Mircea Lucescu, treinador do Shakhtar. "Vejo-o a ocupar a posição do Robben. Ele tem apenas 24 anos e pode atingir o nível do Robben nas próximas épocas. É um jogador muito forte, que apesar de ser esquerdino também pode alinhar no flanco direito. Para além disso, é implacável e imparável quando flecte para o meio. Está ao mesmo nível que James Rodríguez".
Lucescu utilizou Costa principalmente na direita, apesar de não ser um extremo puro – ao invés, foi um dos jogadores mais versáteis do clube. Excelente capacidade de drible, velocidade explosiva – em distâncias curtas e longas – e um forte remate com os dois pés, aliado à capacidade de levar a melhor no um-contra-um e ser uma ameaça em lances de bola parada, fazem dele um activo valioso. O brasileiro pode ficar dependente do moral da equipa, mas quando está em alta, é muito difícil de travar – apesar de ainda poder melhorar o aspecto defensivo, especialmente no que toca à recuperação da bola.
O Bayern aproxima-se de um momento em que precisa de pensar em reduzir a média de idade do plantel. Xabi Alonso, Ribéry e Robben já ultrapassaram os 30 anos, e apesar de ainda terem pela frente algumas épocas ao mais alto nível, seria negligente não pensar em arranjar sucessores de qualidade. Douglas Costa tem os melhores anos da sua carreira pela frente.
Quando Douglas Costa regressar a Munique, após dez dias de férias devido à sua participação na Copa América com o Brasil, sem dúvida que vai enfrentar o maior desafio da sua carreira – Guardiola conta agora com 18 jogadores capazes de alinhar no meio-campo. É exactamente esse tipo de mistura entre pressão e motivação da qual o Bayern espera retirar dividendos.