Lopetegui fala sobre duelo Basileia-Porto
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
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Antes da visita do Porto ao terreno do Basileia, Julen Lopetegui recorda o desempenho na fase de grupos, nega o favoritismo dos "dragões" e enuncia a sua filosofia futebolística.
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Sobre o desempenho do FC Porto na fase de grupos...
A equipa esteve bem, jogando de forma corajosa em cada partida. Tivemos a sorte de marcar muitos golos. Penso que fomos bastante sólidos em várias situações de jogo, que é o que pretendemos continuar a fazer. Cada jogo foi diferente. Cada adversário jogou de forma distinta.
[Recuperar de dois golos de desvantagem para empatar em casa do FC Shakhtar Donetsk, na segunda jornada] deu-nos um impulso de confiança. Somámos um ponto, ao mesmo tempo que retirámos pontos a um rival. Penso que foi um jogo decisivo. Todos os jogos foram importantes. Diante do Athletic Bilbao, por exemplo, a equipa demonstrou uma força imensa. Temos sido muitos sólidos em casa.
Sobre o FC Basel 1893...
Mereceu chegar à fase a eliminar, após ultrapassar um grupo realmente difícil, no qual terminaram à frente do Liverpool. Dificultaram a tarefa ao Real Madrid na Suíça, por isso trata-se de uma equipa talentosa. Também é experiente, e realizou igualmente uma boa campanha na época passada, onde derrotou o Chelsea. É uma equipa muito boa, que nos vai obrigar a estar ao nosso melhor nível, em termos de intensidade e concentração, isto se quisermos ter hipótese de apuramento. É exactamente isso que temos de fazer. Estar ao mais alto nível nas duas mãos e passar a eliminatória.
Sobre se o Porto é favorito na eliminatória...
Os jornalistas gostam mais da palavra "favoritos" do que nós. Não é um verdadeiro conceito. O jogo começa 0-0. O adversário tem os seus pontos fortes, nós temos os nossos. Eles tiveram uma fase de grupos promissora, tal como nós. O nosso objectivo passa pelo apuramento, mas não creio que ajude quem quer que seja responder à questão de sermos favoritos ou não.
Sobre o Basileia, ao contrário do Porto, ter tido uma longa pausa de Inverno...
Eles tiveram a oportunidade de se concentrarem em coisas específicas no treino, algo que as outras equipas não tiveram. Também têm disputado amigáveis frente a equipas de topo. Recentemente, defrontaram o Friburgo e estão com ritmo de jogo. O outro ponto positivo é que foram capazes de fortalecer o plantel com jogadores que recuperaram de lesão. Tiveram bastante tempo para trabalhar os princípios de jogo colectivos, por isso existem sempre dois lados para esta questão. Normalmente, as equipas que estão habituadas a pausas de Inverno tão longas compensam com a realização de amigáveis frente a adversários fortes.
Sobre a hipótese de o Porto alcançar os quartos-de-final pela segunda vez desde o triunfo em 2004...
Isso geraria um enorme entusiasmo. Todos no clube querem muito chegar aos quartos-de-final. Recordem-se que tivemos de ultrapassar uma pré-eliminatória muito complicada e exigente para alcançar a fase de grupos. A equipa iniciou este percurso em Agosto, e queremos ir o mais longe possível. O que significaria? Seria fantástico. Todos no clube e todos os adeptos ficariam muito felizes. Eu, os jogadores, todos. Temos uma equipa muito jovem, sem dúvida a mais jovem na Champions League, e seria uma demonstração de qualidade para muitos jogadores e o clube.
Sobre ter um estilo de jogo baseado na posse de bola...
Pensamos que, enquanto tivermos a bola em nossa posse, temos oportunidade de atacar e não ser atacados. Se tivermos a bola, o problema é como a vamos utilizar, onde a temos e porque é que a temos. Essas são as questões que tentamos sempre responder. Evidentemente, no futebol, quanto mais posse de bola se tem, mais oportunidades há para vencer e causar danos ao adversário – e menos hipóteses há de nos fazerem isso. Não há nada de matemático no futebol. Como é óbvio, temos de ser agressivos quando em posse e combinar estilos ofensivos, com opções diferentes frente a oponentes diferentes. Isso é uma opção quando defrontamos equipas defensivas. Se estas não se apresentarem recuadas e mesmo assim não houver muito espaço, então temos de procurar alternativas. A nossa principal prioridade é sermos capazes de atacar a defender bem.
Sobre evitar ser previsível...
Ao ter diversas opções ofensivas – se as tivermos, pode-se mudar a forma de atacar. A equipa tem de tentar aproveitar o momento e atacar bem nos momentos-chave, lendo o jogo de forma correcta e tomando as decisões certas. No fim de contas, o que conta no futebol é aproveitar ao máximo o que fazemos bem ao passo que o adversário não. Ter a bola não significa necessariamente ter espaço, e a oposição ainda não pode causar problemas no contra-ataque. Se não temos a bola, temos de esperar para ter vantagem.
Sobre adaptações consoante o adversário...
O que temos de tentar fazer é responder às questões que os adversários nos colocam, atacando e tomando a iniciativa. Isso não é o mesmo que adaptar o nosso jogo ao adversário. Neutralizar a ameaça colocada pelo adversário não é adaptar o nosso jogo ao deles, trata-se de ganhar uma vantagem a partir da habilidade e qualidade da nossa equipa, e saber como reduzir a ameaça do adversário. Repito, não é o mesmo que adaptar a nossa forma de jogar à do oponente. Frustrar a intenção ofensivo do adversário é diferente.