Barcelona e Atlético olham-se com cautela

FC Barcelona e Club Atlético de Madrid nunca se encontraram a nível continental, embora já ambos tenham medido forças com outras equipas de Espanha nas provas da UEFA. Se o Barça – em busca da décima presença consecutiva em meias-finais – disputou 11 eliminatórias europeias frente a equipas do seu próprio país, para o Atlético este será o sétimo embate com compatriotas na Europa. O Barcelona, contudo, quererá certamente melhorar o seu registo de apenas três vitórias em nove jogos em casa frente a formações da Liga espanhola, diante de um Atlético que não perdeu fora nos dois últimos encontros fora que jogou nas competições europeias frente a clubes espanhóis, depois de ter perdido os primeiros quatro que disputou.

Víctor Valdés, guarda-redes do Barcelona
Tendo em conta que todas as equipas presentes nos quartos-de-final tinham vencido os respectivos grupos da fase de grupos, seria sempre um sorteio complicado, fosse qual fosse o adversário que nos saísse em sorte. [O Atlético] já provou esta temporada, quando nos defrontou, que é uma equipa perigosa, que luta muito. Pode ver-se a influência que [o treinador Diego] Simeone tem tido neles. Aproveitam sempre muito bem as situações de bola parada, que é um aspecto no qual nós temos evidenciado algumas dificuldades esta época. Ainda assim, acredito que se jogarmos como sabemos e não sofrermos golos na partida da primeira mão, temos todas as possibilidades de seguir em frente.

Andoni Zubizarreta, director-desportivo do Barcelona
Vamos dar o nosso melhor para conseguir o apuramento. O facto de o Atlético estar neste que é o alinhamento mais forte de sempre dos quartos-de-final diz muito sobre o seu valor. Todos os embates proporcionarão grandes jogos, entre grandes clubes. Vamos olhar para este sorteio de forma positiva. Ultrapassámos o adversário mais complicado que nos podia ter calhado nos oitavos-de-final – o [Manchester] City [FC] – e agora estamos aqui. Os próximos dois meses decidirão toda a época [em termos de troféus].

Clemente Valverde, director do Atlético
Todos os clubes presentes neste sorteio eram muito fortes. Havia a possibilidade de um embate entre formações espanholas e foi o que aconteceu. Calhou-nos o Barça e vamos tentar passar à próxima ronda. Se olharmos para os últimos jogos que disputámos com eles, os empates têm sido a nota dominante. Cada jogo constitui, porém, uma história diferente e vamos encarar estes encontros como temos encarado todos até aqui na presente época. Somos uma equipa que baseia o seu trabalho na solidariedade e na persistência, pelo que somos um adversário complicado para qualquer equipa.

Gabi, capitão do Atlético
Calhou-nos a melhor equipa, o Barcelona. Eles provaram que o são os melhores ao longo dos últimos anos, mas temos as nossas hipóteses. Vamos lutar até ao limite. O favoritismo, porém, está do lado deles. Se afirmasse que o Atlético era favorito diriam que eu estava louco. O primeiro jogo [em Camp Nou] será decisivo. Não vamos mudar o nosso estilo de jogo. Iremos deixar a nossa pele em campo em Camp Nou. Temos muito trabalho pela frente.

[David Villa] tem uma vasta experiência neste género de jogos e este será, naturalmente, ainda mais especial para ele. Queremos fazer o melhor possível. Frente a uma equipa tão poderosa como o Barcelona vai ser muito complicado, especialmente fora de casa. As estatísticas deles ao longo desta última década conferem-lhes, a meu ver, grande favoritismo, embora as pessoas possam julgar que eu estou simplesmente a fazer o papel de vítima. Somos uma equipa forte fisicamente e vamos preparar estes jogos da mesma forma que preparámos os anteriores.