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História até agora: Arsenal FC

Apesar do esforço considerável naquele que foi, talvez, o grupo mais complicado, a derrota com o Nápoles, na sexta jornada, deixou os adeptos do Arsenal a pensar noutro desfecho.

Mesut Özil (à direita) e Olivier Giroud brilharam pelo Arsenal na fase de grupos
Mesut Özil (à direita) e Olivier Giroud brilharam pelo Arsenal na fase de grupos ©Getty Images

Pela segunda época consecutiva, uma derrota na sexta jornada custou o primeiro lugar ao Arsenal FC – e mais uma vez vai ter pela frente o FC Bayern München nos oitavos-de-final, desta feita na qualidade de campeão. É uma perspectiva assustadora, que retira brilho a uma campanha impressionante naquele que foi, sem dúvida, o grupo mais complicado, com Borussia Dortmund, Arsenal e SSC Napoli a terminarem com 12 pontos. Pela 14ª época consecutiva, o Arsenal apurou-se para a fase a eliminar e mostrou o seu carácter ao vencer no terreno do Dortmund, finalista em 2012/13. No entanto, não se pode deixar de pensar o que poderia ter acontecido – um ponto frente ao Nápoles, na sexta jornada, teria garantido o primeiro lugar e um sorteio menos exigente na UEFA Champions League.

História até agora
A força do plantel do Arsenal estava em dúvida antes do sorteio da fase de grupos, e os receios dos adeptos aumentaram quando souberam que o Arsenal tinha sido englobado no Grupo F. No entanto, após a contratação de Mesut Özil, essas preocupações foram aligeiradas com o triunfo sobre o Olympique de Marseille, fora, e uma vitória confortável sobre o Nápoles, onde o internacional germânico presenteou o público da casa com uma exibição virtuosa e o seu primeiro golo ao serviço do clube londrino.

Jogos consecutivos frente ao Dortmund definiriam a campanha do Arsenal: derrota em casa seguida de desforra no terreno do adversário, com o golo de Aaron Ramsey a culminar um esforço colectivo na Alemanha. Noutra temporada, o Arsenal talvez tivesse terminado em primeiro lugar depois de bater o Marselha e passar a somar 12 pontos – como as coisas estavam, perder em Nápoles significou que esse total apenas serviu para marcar presença nos oitavos-de-final.

Aaron Ramsey celebrates in Dortmund
Aaron Ramsey celebrates in Dortmund©AFP/Getty Images

Jogador mais importante
Com os "gunners" já diminuídos no que a alternativas atacantes diz respeito, as lesões de Theo Walcott e Lukas Podolski aumentaram ainda mais a dependência de Olivier Giroud no ataque. O internacional francês lidou bem com a responsabilidade, trabalhando de forma incansável como elo de ligação, aguentando a bola e permitindo ao abundante talento do Arsenal no meio-campo aparecer junto à área contrária – já para não falar nos seus dois golos e na assistência para o golo da vitória em Dortmund, apontado por Ramsey.

Estrela em ascensão
Ninguém personificou melhor a inesperada ressurgência do Arsenal no início de época do que o galês Ramsey, que finalmente fez esquecer a recordação da perna fracturada em 2010 com diversas exibições autoritárias, que impulsionaram a campanha dos "gunners". Médio de área a área, o que mais impressionou foi a súbita apetência do jovem de 22 anos para os golos – 13 até ao fim da fase de grupos, contabilizando todas as competições, incluindo três no "play-off", frente ao Fenerbahçe SK, e dois no Grupo F, que deram as vitórias em Marselha e Dortmund.  

Número
Após um Verão difícil no mercado de transferências, a aquisição de Özil, por €50 milhões, um recorde do clube, à medida que se aproximava o fim do prazo-limite, foi uma prova cabal da ambição do Arsenal, aumentando as expectativas e galvanizando o plantel. Um pormenor de classe, que resultou no golo da vitória sobre o Nápoles, destacou a habilidade de Özil, mas tão crucial quanto isso foi a confiança que a sua contratação incutiu na equipa. "[Ele é] tudo o que se deseja num jogador fantástico – trabalho de equipa, técnica, capacidade de passe, remate – por isso sentem-se e desfrutem", disse Wenger.

Arsène Wenger, treinador do Arsenal
Arsène Wenger, treinador do Arsenal©AFP/Getty Images

Frase
"É algo que me falta. Vou trabalhar arduamente para preencher essa falha no meu palmarés. Mas temos pela frente Barcelona, Bayern, Real Madrid – todas as épocas estão presentes e com possibilidade de ganharem o torneio. E todas as temporadas penso: 'Vamos conseguir', e um dia isso acaba por acontecer. Espero que seja esta época".
Wenger perspectiva erguer o troféu pela primeira vez no final da sua 16ª época consecutiva ao serviço do Arsenal na UEFA Champions League. 

Próximo desafio: FC Bayern München
(Casa: 19 de Fevereiro, fora: 11 de Março)
A história repete-se para os "gunners" que enfrentaram o campeão nesta mesma fase da temporada anterior, sendo eliminado devido aos golos fora, apesar de um triunfo por 2-0 na Alemanha. O que poderia ser um bom presságio para o Bayern, não o é para os pupilos de Wenger, que pagaram caro o facto de não terem sido primeiros do grupo – tendo agora pela frente uma equipa que caminha a passos largos para a conquista da Bundesliga após vencer o Grupo D. Mas existe esperança para o Arsenal, como o prova a vitória do Manchester City FC em Munique, na sexta jornada, por 3-2. A história também sugere que pode ser um confronto equilibrado – o Bayern ganhou três vezes e o Arsenal duas nos seis encontros realizados entre ambos.