Cavani inspirado por mentalidade ganhadora

Enquanto passeia alegremente rumo ao centro de treinos do Paris Saint-Germain FC, Camp, des Loges, numa segunda-feira chuvosa, Edinson  Cavani chama a atenção, pois parece surpreendentemente despretensioso.

Antes de trocar, no último Verão, o clamor do SSC Napoli pelas luzes brilhantes da capital francesa, tornou-se um ícone em Nápoles. O clube da Serie A produziu latas de biscoitos e lápis estampados com a imagem da estrela uruguaia. Noutra parte da cidade, pizzas em forma de um matador (a sua alcunha) foram também confeccionadas em sua homenagem.

Assim que se senta, a simplicidade de Cavani ganha eco nas suas palavras. O seu comportamento é modesto e o seu foco inconfundível. "Como é que eu hei-de dizer isso?" pondera, quando lhe pedem para descrever os seus melhores atributos. "Sou um jogador com algumas boas qualidades, muita devoção à causa e sempre com a ambição de vencer, com o objetivo de obter resultados para o clube e para si mesmo. E muito, muito concentrado no que realmente quero, ou seja, conseguir resultados".

Os golos na mente 
Cavani faz golos espectaculares, mas não abdica do seu carisma em razão desse facto. "Sou, por vezes, questionado por que razão não sou de ter muito tempo a bola nos pés, mas eu só preciso de fazê-lo no momento em que o jogo exige isso", respondeu. "Eu posso fazê-lo sem nenhum problema, mas o que eu gosto muito é do meu movimento sem bola e, em seguida, aparecer nos metros finais e marcar".

Reimplantado como atacante no Danubio FC, em Montevidéu, foi o artilheiro do Campeonato Juvenil Sul-americano, em 2007, o que lhe valeu uma transferência para o EUA Città di Palermo ainda no mesmo ano. Agora, com 26 anos, é franco o suficiente para admitir que ficou mais forte desde a sua chegada a Palermo, há quase seis anos. " Acredito que o futebol internacional - futebol profissional – me mudou", disse.

Dupla formidável 
A sua parceria em desenvolvimento com Zlatan Ibrahimović vai testar as defesas mais talentosas da Europa. A capacidade da estrela sueca para jogar em tabelas, combinada com a acutilância devastadora do uruguaio, convenceu o técnico Laurent Blanc de que o par formará, a curto prazo, uma dupla formidável.

Para o recém-chegado, a união desses dois "capocannonieri" é um dom para ser abraçado, ao invés de um quebra-cabeças para ser resolvido. "Bem, para mim é uma bela experiência", rejubila Cavani. "Combinar com ele, para um jovem jogador como eu, é realmente uma experiência agradável. Mas quando se entra em campo não se pensa com quem se está a jogar, mas sim que se é parte de uma grande equipa - e no desejo de vencer ".

Os primeiros sinais são de que a fé de Cavani terá confirmação. Uma assistência de Ibrahimović ajudou o uruguaio a marcar, na jornada inaugural, o seu primeiro golo na UEFA Champions League, na vitória do PSG, por 4-1, no Olympiacos FC. "Começar com uma vitória foi um passo importante", disse. "Quando se ganha e se obtêm resultados, isso ajuda-nos a fazer as coisas com mais calma. Ainda temos que ajustar e melhorar muito."

Esta é uma versão resumida de um artigo que aparece na Champions Matchday, a revista oficial da UEFA Champions League e que está disponível em toda a Europa em versão papel e também em versão digital e que podem ser compradas na Apple Newsstand ou na Zinio. Pode também seguir a revista no Twitter @ ChampionsMag.